Simpósio vai discutir construção sustentável no Brasil

Nos dias 10 e 11 de maio, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) vai realizar o 6º Simpósio Madeira & Construção, com o tema “Construções sustentáveis com madeira de floresta plantada”. O objetivo é fomentar o uso da madeira na construção civil, quebrar mitos e divulgar inovações tecnológicas da madeira processada e industrializada. A novidade dessa edição é que ela será on-line, para ampliar o alcance e fazer com que mais pessoas possam participar. As inscrições estão abertas, nos valores de R$ 200,00 para profissionais de empresas associadas à APRE; R$ 300,00 para profissionais de empresas ligadas a outras associações de base florestal; R$ 400,00 para profissionais de empresas não associadas; R$ 100,00 para professores e pesquisadores; e R$ 80,00 para estudantes.

Para Ailson Loper, diretor executivo da Apre, o mundo está buscando cada vez mais produtos sustentáveis, que tragam menos impacto ao meio ambiente, e a madeira é uma excelente opção para isso, inclusive para a construção civil. Porém, no Brasil, segundo ele, ainda existem barreiras para ampliar esse uso, principalmente a falta de informação, e o evento é um importante espaço para esse debate.

“Nosso objetivo é unir, em um mesmo ambiente, todos os atores da cadeia produtiva da construção com madeira para falar sobre os benefícios em termos de desenvolvimento de métodos, técnicas e produtos aplicados à madeira no setor construtivo. O Simpósio vai apresentar o que existe de mais inovador e moderno e o que está sendo utilizado no Brasil com relação à madeira, que é considerada a matéria-prima do futuro”, afirma Loper.

Segundo o diretor executivo da Apre, ao longo dos anos, a organização do evento sempre se questionou se o mundo inteiro está errado em construir com madeira ou se o Brasil precisa trabalhar para popularizar esse material. Para ele, olhando para o mercado, existe um longo caminho a seguir nesse tema.

“A pergunta que procuramos responder é: por que a madeira, conhecida pelos franceses como biomaterial, não é integrante da nossa cultura construtiva? Os imigrantes trouxeram essa cultura, precisamos resgatar isso. A cada evento, encontramos mais e mais pessoas interessadas, e percebemos que o tema está cada vez mais em alta dentro da academia. Precisamos utilizar mais esse material fantástico, que é usado em larga escala no mundo inteiro, e que é excelente para o contexto ambiental que estamos vivendo. Precisamos trocar informações sobre o tema e estimular a troca de ideias”, declara.

Para Ângela do Valle, professora do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), coordenadora do Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira e atual presidente do Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira (Ibramem), a construção civil é um dos setores que mais gera desperdício e resíduos no Brasil. De acordo com ela, é preciso urgentemente rever a forma como se constrói no país, para que sejam usados mais materiais renováveis, que reduzam o impacto ambiental. “A madeira, em especial a de floresta plantada, é um material que se presta muito bem para esse uso. Se soubermos a aplicação adequada do material, para a madeira na construção, teremos edificações duráveis, que colaboram para a sustentabilidade ambiental”, reforça.

Programação

Na programação, renomados palestrantes, os maiores especialistas sobre o tema no país, vão falar sobre o cenário, as oportunidades e o futuro da construção sustentável no Brasil e no mundo. O evento terá três painéis principais. O primeiro, que vai acontecer no dia 10, das 08h30 às 12h, discutirá o tema “Da floresta à construção com madeira”, com palestras de Alan Dias, da A Carpinteria, sobre “Grandes obras de madeira/design”; Álvaro Scheffer, da Águia Florestal, sobre “Florestas plantadas: o manejo para produção de toras para diversos mercados”; Guilherme Stamato, da Stamade Projetos e Consultoria em Estruturas de madeira, sobre “A indústria de construção civil com madeira: a qualidade da madeira que precisamos (novas normas e especificações)”; e Patrick Reydams, da Urbem – Amata Brasil, sobre “Produção de madeira engenheirada.

Ainda no dia 10, das 14h às 17h, acontece o segundo painel, com o tema “Ensino, pesquisa e divulgação do uso da madeira”. Os palestrantes serão Janice Bernardo da Silva, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), falando sobre “Histórico do uso da madeira no tempo”; Ângela do Valle, presidente do Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira (Ibramem), abordando o trabalho do Instituto para “Difusão de conhecimento e desenvolvimento de boas práticas da construção com madeira”; Christine Laroca e Isabel Maria de Melo Borba, professoras da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com o tema “Universidades: o ensino e a grade curricular em relação à madeira para construção”; e Marcelo Aflalo, do Núcleo da Madeira, que vai destacar “O uso intensivo da madeira: como ligar todos os elos envolvidos na construção sustentável”.

Já no dia 11, a programação vai acontecer somente pela manhã, das 08h30 às 11h30, com o terceiro e último painel do evento, que vai tratar das “Novas tecnologias e projetos com madeira na construção civil”. Everaldo Pletz, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), trabalhará o tema “Novas tecnologias e projetos com madeira na construção civil”; João Arlei Eckert, da Pisossul, falará sobre “Novas tecnologias na construção civil”; Bibiane Barp Duarte, da Ekomposit, fará a palestra “Madeira engenheirada a partir de lâminas e seus compósitos”; Ettore Giacomet Basile, da Millpar, fará uma apresentação institucional da empresa; e, por fim, Franco Piva vai destacar “Estrutura de madeira pelo mundo”

Vale destacar que todos os painéis terão espaço para debate entre os participantes e os palestrantes. O Simpósio vai reunir profissionais de empresas florestais, de empresas de serviços e negócios, pesquisadores e estudantes, sendo o encontro uma excelente oportunidade de networking entre os participantes.

O 6º Simpósio Madeira & Construção é uma realização da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), com apoio da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira (Ibramem), Núcleo da Madeira, Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Unila, Carpinteria, Stamade e Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR); e patrocínio da Urbem.

Mais informações e inscrições pelo site da Apre – www.https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/eventos.

Serviço
6º Simpósio Madeira & Construção
Data: 10 e 11 de maio de 2022
Transmissão: Ao vivo, pela plataforma Zoom
Informações: https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/evento/6-simposio-madeira-construcao/
Inscrições: https://forms.gle/qGMmRPqqGgfndQGk6

Apre anuncia novo presidente para biênio 2022-2023

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) terá um novo conselho diretor para o biênio 2022-2023, com o engenheiro florestal Zaid Ahmad Nasser, da KAA Empreendimentos, empresa do grupo The Forest Company, como presidente. Profissional com mais de 15 anos de experiência no setor, Nasser é formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); pós-graduado em Engenharia e Segurança do Trabalho e Engenharia de Logística; e possui MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para ele, estar à frente de uma associação atuante como a Apre é motivo de orgulho, e ele pretende dar continuidade ao trabalho realizado até aqui, pois, nos últimos anos, a Associação vem atuando com excelência, trazendo uma grande visibilidade para o setor florestal não só perante as empresas e os órgãos envolvidos, mas também com a sociedade.

“Agora, precisamos manter e aprimorar essa comunicação, para que vejam o setor florestal com bons olhos, como ele deve ser visto. Também acredito que seja importante discutir as reformas de interesse do segmento, como a tributária, por exemplo, e pensar em ações que ajudem a reduzir os trâmites necessários para realizarmos a atividade florestal. Precisamos fazer o que estiver ao nosso alcance para desenvolver o setor florestal e colocá-lo no escopo de ações do Estado, pela importância que representa para a economia do Paraná”, garante.  

Na avaliação de Zaid Nasser, os próximos anos serão de oportunidades para o segmento florestal, por conta dos altos investimentos que estão previstos na área industrial, novas plantas e inovação dentro das empresas. Para ele, o setor florestal brasileiro tem diferentes polos que atendem à demanda de inúmeros setores, e os investimentos das atuais empresas e de fundos que querem atuar no Brasil mostram uma boa perspectiva.

“Se há investimento, isso significa que, em longo prazo, temos um cenário promissor e positivo. No Paraná, que tem uma diversidade enorme de produtos vindos das florestas plantadas, a expectativa é ainda melhor. Acredito também que temos espaço para aumentar nosso poder de exportação, pois, hoje, temos mercados já consolidados, como Estados Unidos, México e China, mas podemos atuar em novas frentes, em outros países, e aumentar a visibilidade do setor florestal paranaense. É um mercado em expansão. Abrir esse leque de países que possam absorver nossos produtos sem dúvida é uma visão muito positiva que podemos trabalhar dentro da associação”, revela.

Ainda de acordo com o presidente da Apre, a expectativa de boas oportunidades se justifica pela percepção que outras nações têm do Brasil, visto como o país com as melhores produtividades em termos de crescimento dos plantios florestais.

“Temos boas condições para ter uma alta produtividade, tanto para eucalipto como para pinus. Aqui no Paraná, estamos acima da média brasileira. Isso tudo mostra a outros países uma oportunidade de parceria, e os grandes investimentos em novas plantas são justamente reflexo dessa visão positiva que o mercado tem com relação ao setor. Também somos inovadores na parte de ciência e tecnologia, desenvolvimento genético, e tudo isso faz com que o Brasil se destaque como um grande produtor florestal”, afirma.

Outro ponto citado por Nasser que chama a atenção para o setor florestal é com relação à sustentabilidade. Segundo ele, as plantações florestais tiram a pressão das florestas nativas. Portanto, quanto maior for o investimento nesse setor, mais os investidores, o poder público, as empresas e a sociedade estão ajudando a diminuir a pressão sobre as florestas nativas. “Os últimos dados da Apre mostram que, dentre as empresas associadas, para cada um hectare de floresta plantada, há quase um hectare de preservação de nativa. Então, utilizar florestas plantadas para uso comercial é uma excelente alternativa”, complementa.

Porém, apesar do cenário promissor, o presidente da Apre lembra que também existem desafios e obstáculos. Um dos pontos que merece atenção é a questão tributária, indicada por Nasser como a “chave para o desenvolvimento do setor florestal, assim como de qualquer outro setor. Reformas administrativa e tributária são o caminho, assim como segurança jurídica também”.

Além disso, ele citou que o aumento dos custos de produção, que faz os preços subirem, seguirá como uma grande discussão em 2022, e a burocracia que envolve a atividade florestal também continuará sendo um obstáculo.

“Somente com o relatório lançado pela Apre no ano passado – O impacto dos trâmites administrativos no setor florestal do paraná – é que conseguimos ter ideia da dimensão dos entraves para a atividade florestal. Esse desembaraço realmente é necessário, e a comunicação com a sociedade é importante para ajudar nisso, para que entendam a grande dificuldade que temos. Outro ponto importante também é reforçar o entendimento do que são as florestas plantadas, pois nós, do setor, sabemos dos inúmeros benefícios, mas as pessoas que não são da área presumem que é somente ‘corte de árvores’. E não é isso. Nós produzimos florestas plantadas específicas para uso comercial. O aumento do consumo de papel e embalagens e demais insumos para diferentes setores, que são provenientes desses plantios, durante a pandemia mostrou a importância desse setor, que produz madeira para os diversos fins. Então, esse tipo de debate deve ser reforçado, para alcançar o público que desconhece os benefícios das florestas plantadas”, diz.

Associativismo

A Apre é uma instituição que há mais de cinco décadas congrega as empresas da cadeia produtiva de florestas plantadas do Estado do Paraná. Hoje, o quadro de associados conta com 47 empresas – 34 com floresta e as demais ligadas à cadeia produtiva do setor florestal -, e os associados representam aproximadamente 50% da área plantada com floresta do Estado do Paraná. A Associação reúne também 11 instituições de ensino e pesquisa, o que reforça a preocupação da entidade com qualidade, produtividade e melhores práticas, além de conferir à Apre representatividade e embasamento técnico para o desenvolvimento das ações.

Com base nisso, o novo presidente da Associação vê que o grande impacto do trabalho da entidade é justamente reunir diversos atores e, dentro de um único escopo, buscar as melhorias que o setor precisa. Por isso a importância do associativismo.

“O Paraná é um Estado com grande diversidade, e reunir isso dentro de uma associação certamente traz muita força para alcançar avanços nas áreas de silvicultura, colheita e industrial, em pontos como infraestrutura, melhoria da malha viária e logística, entre outros. O trabalho da Apre é encontrar soluções para potencializar a atividade, seja por meio de incentivos políticos, financeiros ou jurídicos. Quando uma associação fala em nome de muitos, quando há uma entidade representando todas as empresas, aumentam as chances de sermos ouvidos. E quanto mais envolvidos tivermos, mais conseguiremos defender de forma ativa e coletiva os direitos e interesses dos associados e de todo o setor florestal”, completa.

Workshop Apre/Embrapa Florestas vai discutir a busca por novos negócios no setor florestal

Começa amanhã o 8º Workshop Embrapa Florestas/Apre. Nos dias 10 e 11 de agosto, das 14h às 18h, o encontro vai reunir renomados palestrantes para tratar do tema central “Florestas plantadas: a busca por novos negócios”. Assim como no ano passado, para garantir a segurança dos participantes por conta da pandemia, o tradicional evento será transmitido pela internet. A abertura oficial está marcada para as 10h30, com as boas-vindas de Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas, e Álvaro Scheffer Junior, presidente da Apre, falando sobre o perfil multi-instituicional do setor florestal paranaense. Em seguida, Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), fará a palestra magna, com o tema “Expansão de mercados de produtos florestais”.

Na programação, logo após o painel institucional, ainda no dia 10, acontece o painel “Gestão & negócios”, que será moderado pela pesquisadora Edina Moresco. Os temas serão “Mercado de madeira: contexto e tendências”, com Jefferson Bueno Mendes, da BM2C Consultoria; “Manejo para redução do risco no negócio florestal”, com Mario Dobner Jr., da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); “A madeira como material de construção: percepções e expectativas do mercado”, com Paulo Roberto Pupo, da Associação Brasileira de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci); “A Indústria do desdobro”, com Álvaro Luiz Scheffer, da Águia Florestal; e “Case Urbem – Madeira Estrutural”, com Patrick Reydansda AMATA Urbem.

No dia 11, o painel “Além da madeira”, que será moderado pelo pesquisador Edilson Oliveira, vai trazer temas atuais e relevantes para o setor: “Potencial da resinagem no Paraná”, com Mauro Faria Vieira, da ARESB; “Modelo silvipastoril para celulose e ‘carne baixo carbono’”, com Vanderley Porfírio da Silva, da Embrapa Florestas; “Case: sistemas silvipastoris do Grupo Mutum no MS, com Moacir Reis, do Grupo Mutum; “Panorama do mercado de crédito de carbono”, com Bruno Kanieski da Silva, da Mississippi State University; “Oferta e demanda de biomassa de madeira para energia: setor florestal no oeste do Paraná”, com João Bosco Gomes, da Embrapa Florestas; “práticas silviculturais e aptidão das terras”, com Giordano Corradi, do Projeto Bioeste; e “Adaptação das plantações florestais às mudanças climáticas – impactos no balanço de gases de efeito estufa”, com Eduardo Delgado Assad, da Embrapa Informática Agropecuária.  

Vale ressaltar, ainda, que, como o evento será on-line, a interação entre os palestrantes e os participantes acontecerá ao fim de cada bloco, para possibilitar a troca de experiências e também a solução de dúvidas. As inscrições custam R$ 300,00 para profissionais de empresas associadas à Apre; R$ 400,00 para profissionais associados a outras associações de base florestal; R$ 500,00 para profissionais de empresas não associadas; R$ 200,00 para professores e pesquisadores; e R$ 150,00 para estudantes.

Serviço

8º Workshop Apre/Embrapa

Data: 10 e 11 de agosto de 2021

Transmissão via web

Informações e inscrições: https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/evento/8-workshop-embrapa-florestas-apre/

Dúvidas: https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg@https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br – (41) 9 9518 2339

Setor florestal paranaense atua preventivamente para evitar incêndios florestais

O Brasil enfrenta uma das piores crises hídricas da história. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, de setembro de 2020 a maio deste ano, o volume dos rios pelo país chegou ao nível mais baixo dos últimos 91 anos, e os dados apontam que, até 2022, esse cenário deve continuar, principalmente na região central do Brasil, que engloba Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O alerta foi feito por quatro entidades que monitoram o clima, entre elas o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), o cenário exige ainda mais ações de prevenção e combate, principalmente porque dados divulgados pelo Inpe apontaram que, em 2020, os focos de incêndio aumentaram 12,73% com relação a 2019, atingindo o índice mais alto nos últimos dez anos.

Além de comprometer a biodiversidade das florestas nativas, os incêndios são uma grande ameaça às empresas de base florestal. Segundo o Grupo Index, associado à Apre, a perda financeira devido a incêndios em florestas de eucalipto apenas no Mato Grosso do Sul, no ano passado, foi superior a R$ 1 bilhão. Por conta dessa situação crítica com a crise hídrica, aliada ao período de seca, que costuma ser de maio a setembro, o setor florestal paranaense vem se movimentando ao longo do ano, pois o clima mais seco aumenta o risco de incêndios.

De acordo com o engenheiro florestal e presidente da entidade, Álvaro Scheffer Junior, as empresas do setor florestal paranaense se antecipam ao problema, justamente porque se o incêndio chega a uma área com árvores, o fogo se espalha rapidamente, pela quantidade de material seco existente na floresta. Dessa forma, é fundamental haver um trabalho para prevenir, combater e controlar, para garantir a segurança das plantações e da comunidade no entorno e evitar perdas significativas.

“O clima bem definido do Paraná ajuda o setor florestal nesses cuidados que são feitos o ano inteiro. Percebemos que os últimos anos têm sido atípicos, principalmente 2020 e 2021, o que exigiu ainda mais atenção, mas as empresas já vêm fazendo, há bastante tempo, manejo com fogo e limpeza de divisas, antecipando-se a uma possível ocorrência durante ou após o inverno, períodos em que trabalhamos com geada e dessecação do mato. Isso quer dizer que a prevenção de incêndios já faz parte do calendário das empresas”, garante.

Ainda segundo Scheffer Junior, no Paraná, a ocorrência de incêndios em florestas é baixa, mérito que ele atribui às ações das companhias, que realizam monitoramento com torres de incêndio e equipe de campo, além de treinamentos para garantir também a segurança dos funcionários. De acordo com um levantamento realizado anualmente pela Apre, todas as associadas contam com programa de prevenção e combate a incêndios, que inclui torres de incêndio, pessoas treinadas, brigadistas, veículos e caminhões, bem como centenas de equipamentos, como pinga-fogo, bombas costais, abafadores, enxadas, cantis, lanternas, rastelos, machados, facões, motosserra, skidder, pás, chibancas, motoniveladoras, retroescavadeiras, tanques, suporte de veículos com reservatório de água e drones. Toda essa preparação garante uma ação rápida e mais segura aos profissionais e às áreas florestais.

Além de estar bem preparado, o presidente da Apre avalia também que outro diferencial do setor florestal é a boa interação com a comunidade do entorno. “As associadas à Apre têm um canal de comunicação muito importante com a população ao redor, e a maior parte dos avisos de incêndios não são feitos pelos funcionários, mas pela própria comunidade. Isso é ótimo, pois o setor é visto como um segmento que preserva, que cuida, que atende e que ajuda tanto a comunidade como o meio ambiente”, reforça.

Outro ponto importante citado pelo engenheiro florestal é a rede de contatos e a ajuda entre as diversas empresas do Estado. A Apre atualiza, anualmente, as informações dos contatos dos responsáveis pelo controle, combate e prevenção de incêndios florestais das companhias associadas, gerando, assim, um mapa, que é compartilhado entre as empresas. Ele reforça que essa interação é muito positiva. Mas além do trabalho “de casa”, o presidente da Associação destaca que as empresas florestais colaboram também em áreas públicas, como parques nacionais e áreas de preservação. Um exemplo é o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa. Por concentrar uma área nativa, há a necessidade de se realizar o manejo com fogo para se renovar a vegetação. O governo do Estado coordena o trabalho, mas convida as empresas do setor para controlar a ação do início ao fim, justamente pelo conhecimento que têm com as brigadas de incêndio e a mão de obra especializada.

Trabalho contínuo

As empresas associadas à Apre destacam que contam com plano de emergência para o período de risco, aquele com menos chuvas, mas o monitoramento acontece o ano inteiro, pois há o perigo de o vizinho da área ou o confrontante realizarem algum tipo de queimada, o que pode causar incêndio, até por conta do vento.

Na WestRock, por exemplo, com o objetivo de conscientizar a comunidade sobre a importância da colaboração para evitar ou minimizar estragos causados pelo fogo, a empresa realiza, anualmente, campanhas de divulgação. Antes de iniciar a colheita em uma determinada fazenda, por exemplo, os profissionais se reúnem com os moradores do entorno para repassar informações sobre o funcionamento das atividades e instruções de segurança.

O programa de combate a incêndios da WestRock baseia-se no monitoramento constante; equipe de brigada constituída e treinada para o atendimento de incêndios e primeiros socorros, bem como equipamentos e estrutura de combate adequadas – sete torres de monitoramento, sendo que cinco delas são equipadas com câmeras PTZ para identificação de fumaças, software específico para identificar pontos de fumaça, equipe de vigilância patrimonial para identificação de possíveis focos de incêndios, por meio da utilização de drones, três caminhões de combate a incêndio, kit pick-up, bombas costais, sopradores e demais equipamentos manuais para o combate a incêndio, linha 0800, bem como materiais e campanhas educativas internas e externas. Na avaliação da empresa, “a comunicação frequente e consistente, que prima pelo bom relacionamento com a comunidade do entorno e as lideranças locais, é um dos instrumentos mais valiosos para a prevenção”.

O mesmo acontece na Klabin, de acordo com Luís Augusto de Saldanha, gerente de Silvicultura da companhia. A empresa mantém em seu planejamento estratégico atualização constante de novas tecnologias de identificação de focos e controle de incêndios. Hoje, os dados meteorológicos são inseridos na Fórmula de Monte Alegre (FMA) e indicam a classe de risco de incêndio durante o dia, o que auxilia na estratégia de prevenção, bem como na logística e distribuição das brigadas. Também faz parte da rotina da companhia treinamentos atualizados, com a realização de simulados para teste de tempo de resposta adequados, e distribuição as brigadas nas regiões de atuação conforme a classe de risco. Vale destacar, ainda, que a atuação das equipes de combate da Klabin acontece durante toda a semana, incluindo fins de semana e feriados, e uma central de controle fica disponível 24 horas por dia para atendimento dos chamados e acionamento das brigadas.

Com relação às estruturas necessárias, são 21 torres de vigilância, sistema de rádio, caminhões específicos para combate, ferramentas, câmeras e um serviço aéreo por demanda que conta com 2 helicópteros para atendimento em situações determinadas. No Paraná, a empresa possui mais de 500 brigadistas treinados, incluindo equipes de bombeiros, que giram em pontos focais da região em períodos alternados, e aproximadamente 65 vigilantes, que percorrem diariamente todas as áreas da empresa, monitorando as regiões para que as informações cheguem o mais rápido possível e as devidas medidas de prevenção sejam adotadas.

“A Klabin mantém um forte relacionamento com as comunidades no seu entorno. Na região dos Campos Gerais, desenvolvemos boa parte dos programas socioambientais, nos quais temos a oportunidade de divulgar nosso compromisso com prevenção e combate a incêndios florestais. Informamos os riscos envolvidos e a importância de conhecer melhor os vizinhos e as propriedades rurais confrontantes para trabalhar em conjunto na prevenção e no controle de incêndios. A central da empresa (0800) é divulgada, bem como os contatos da coordenação e líderes da proteção patrimonial florestal, o que facilita e melhora a comunicação”, garante Luís Augusto de Saldanha.

Na Berneck, de acordo com Camila Zanon, analista de Segurança do Trabalho, como as áreas têm muitos vizinhos e confrontantes, a companhia busca ter contato direto com os envolvidos como forma de prevenção. Anualmente, a empresa realiza um calendário de ações e atualiza seus principais telefones para distribuir na comunidade do entorno. A portaria também é treinada para saber o que fazer se receber algum relato de incêndio. Segundo Camila, o foco da empresa é atuar preventivamente.

“Mantemos contato com vizinhos, treinamos colaboradores, destacamos os riscos, explicamos o que fazer em caso de incêndio. Também fazemos ronda de vigilância e preparamos aceiros (espaço de isolamento entre vegetações que evita a passagem do fogo). Além disso, cada área florestal tem um kit. De dois em dois meses, fazemos um checklist e testamos os equipamentos, para não termos surpresas quando precisarmos. Todos os envolvidos são treinados, tanto na teoria, quanto na prática. Nosso objetivo é abrir esse treinamento também para a comunidade. Com esse trabalho de prevenção, que envolve empresa, população e bombeiros, conseguimos evitar os incêndios ou agir logo no começo, evitando que o fogo se alastre”, completa.

Tecnologia

Também para ajudar as empresas neste trabalho de prevenção, o Grupo Index trouxe ao Brasil a tecnologia Flareless, software desenvolvido pela Quiron Agrodigital, empresa de monitoramento via satélite de ameaças florestais, que identifica pontos de riscos de incêndios florestais. A ferramenta utiliza inteligência artificial, processamento dos dados e parâmetros, como análise da vegetação, variáveis geográficas, climáticas e locais. Assim, o volume de dados permite a criação de um mapa de risco de incêndio de alta resolução especial e de sensibilidade às características de cada lugar analisado.

Como exemplo prático da precisão da plataforma, o sistema calculou pontos de alerta em locais mais críticos ao risco de incêndio em uma região de Belmonte, em Portugal. Do identificado, 90% coincidiram com regiões onde realmente ocorreram incêndios florestais. A confirmação dessas áreas foi feita a partir de trabalho em campo e o uso de índices de área queimada. Segundo Marcelo Schmid, sócio-diretor do Grupo Index, “a intenção é permitir que seja possível trabalhar com o nível mais alto e preciso de segurança e prevenção que a tecnologia atual nos permite”.

Dicas de prevenção

Apesar de o setor florestal fazer sua parte o ano inteiro, a conscientização da população é fundamental para que o trabalho de prevenção dê certo. Por isso, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) está lançando a campanha “Prevenção a incêndios: uma floresta segura depende de todos nós”, com alertas e informações para sensibilizar os paranaenses. A primeira ação é o lançamento do vídeo, que está no canal da Apre no Youtube (https://youtu.be/kUGkkUZoen8) e será disponibilizado também nas redes sociais da Associação. Além disso, estão previstos posts informativos no Instagram, Facebook, LinkedIn e WhatsApp, para aumentar o alcance e a conscientização.

Confira abaixo algumas dicas da Apre e suas associadas para garantir a segurança das florestas, do meio ambiente e das comunidades:

– Não jogue lixo na beira das rodovias;

– Não queime lixo, destine-o para locais de coleta e reciclagem;

– Não acenda fogueira perto das árvores;

– Não fume próximo ou dentro de áreas com plantações, florestas e matos;

– Não solte balões – lembre-se que a prática é proibida e traz muitos riscos;

– Mantenha equipamentos de segurança em perfeito estado;

– Saiba os contatos para emergência da sua região;

– Lembre-se que o número 193 aciona o Corpo de Bombeiros da sua cidade;

– Ajude na divulgação de informações de combate e prevenção;

– Faça sua parte. Uma floresta segura depende de todos nós!  

Apre promove workshop para debater a legislação ambiental e o impacto no setor de florestas plantadas

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) vai realizar, no dia 15 de julho, o workshop “Atualização da legislação florestal do Paraná”, que será realizado no formato virtual, das 09h30 às 17h. O objetivo do encontro é possibilitar a troca de informações e atualização das legislações que impactam o cultivo de florestas no Estado. As inscrições custam R$ 200,00 para profissionais de empresas associadas à Apre; R$ 300,00 para profissionais associados a instituições parceiras (Faep, Ocepar e demais associações de base florestal); R$ 400,00 para profissionais de empresas não associadas; e R$ 100,00 para professores, pesquisadores e estudantes.

Na parte da manhã, os participantes serão recepcionados pelo presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior, e pelo diretor de Patrimônio Natural do Isntituto Água e Terra (IAT), Rafael Andreguetto. Em seguida, o moderador Edson Luiz Peters, promotor de Justiça de Meio Ambiente do Paraná, dará início às palestras, com as participações de João Francisco Adrien Fernandes, do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), falando sobre “Análise Dinamizada – Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Brasil”; Ayrton Luiz Torricillas Machado, do IAT, com o tema “Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Paraná”; e José Volnei Bisognin, também do IAT, abordando “Licenciamento Ambiental no Paraná”.

À tarde, Paulo de Tarso de Lara Pires, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), vai moderar o segundo painel, que terá Alessandro Panasolo, da De Paola & Panasolo Sociedade de Advogados, e Carla Becker, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), trazendo um panorama das legislações que impactam o setor florestal paranaense. Em seguida, Marlon Dreher se junta a Alessandro Panasolo e Carla Becker para discutir “Judicialização do Código Florestal e suas implicações”.

Vale ressaltar, ainda, que os participantes terão, ao fim de cada palestra, um espaço para interação e perguntas. As inscrições estão abertas e poderão ser feitas diretamente no site da Apre, na aba “Eventos” – https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/evento/workshop-atualizacao-da-legislacao-florestal-do-parana/

Serviço
Workshop “Atualização da legislação florestal do Paraná”
Data: 15 de julho de 2021
Horário: 09h30 às 17h
Formato: virtual, por meio da plataforma Zoom
Inscrições: https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/evento/workshop-atualizacao-da-legislacao-florestal-do-parana/

Empresas paranaenses de florestas plantadas são exemplo de posicionamento sustentável

Uma das principais preocupações do setor de florestas plantadas é garantir qualidade à madeira. Ao mesmo tempo, alcançar maior produtividade. Mas tudo isso passa, obrigatoriamente, pelo compromisso do segmento com o desenvolvimento sustentável, focado em ações para as pessoas, o meio ambiente e para a prosperidade das comunidades. Com base nessas premissas, aliadas à tradição no uso dos recursos das florestas, o setor vem mostrando que os plantios florestais são uma solução sustentável para a produção de matéria-prima para múltiplos usos. Hoje, a sustentabilidade é um tema que permeia não só o setor florestal, mas o mundo corporativo como um todo. Diversos setores da economia já absorveram esse compromisso, adotando, por exemplo, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Carlos Sanquetta, que tem forte atuação na sustentabilidade corporativa, certificações e mudanças climáticas, as companhias ao redor do mundo vêm aplicando esse tema internamente. No Brasil, ele avalia que as empresas que trabalham com plantações florestais têm se mostrado bastante proativas, adotando boas práticas e implementando uma série de ações, passando por todo um processo que inclui as certificações florestais, ambientais, de gestão, segurança, saúde, qualidade do produto etc.

O grande desafio, segundo Sanquetta, é entender, compreender e se ajustar aos novos parâmetros que a sociedade exige hoje com relação à sustentabilidade. É preciso mostrar o que a empresa está fazendo, como ela trata a comunidade, como trabalha questões relacionadas à água, equidade de gênero, mudanças climáticas, gestão de resíduos, entre outras. Tudo isso, conforme o professor explica, está previsto na certificação florestal, mas o acesso à documentação nem sempre é muito claro para a população de modo geral.

“Mais de 70% das plantações florestais brasileiras são certificadas. O setor de árvores plantadas têm grande grau de absorção das certificações como uma ferramenta de gestão importante, não só para cumprir parâmetros de consumidores e importadores, mas também para ter melhores práticas internas de gestão e governança. A certificação veio com o intuito de separar os produtos produzidos de forma sustentável dos não sustentáveis. Isso foi uma exigência do mercado importador, como Europa, partes da Ásia e Oceania mais desenvolvidas e América do Norte, que buscam procedência dos produtos de origem florestal. Já a sociedade brasileira ainda precisa de um esclarecimento do papel da certificação, da importância de discriminar uma coisa da outra. Com a demonstração das boas práticas e a transparência, acredito que o setor terá mais apoio, porque a população está querendo comprar melhor”, comenta.

Atentas a essa realidade, empresas que integram a Associação Paranense de Empresas de Base Florestal (Apre) mostram que esse é um caminho sem volta para quem quer se manter competitivo e exercer com responsabilidade um papel de agente transformador na sociedade. Marcelo Leoni Schmid, sócio-diretor do Grupo Index, uma das associadas, lembra que a sustentabilidade corporativa tem sido discutida no âmbito das políticas de ESG (Environment, Social and Governance – meio ambiente, social e governança, em tradução livre). Porém, isso não é novidade para as empresas do setor florestal, pois, pela própria natureza e pelo longo prazo da atividade, a manutenção da qualidade ambiental é uma necessidade de toda empresa que planta árvores, razão pela qual o setor conserva uma parcela significativa de florestas nativas em proporção à área de produção. Ele destaca, ainda, que as empresas florestais se estabelecem em regiões marginais à agricultura e outras atividades econômicas e, consequentemente, possuem um papel de grande importância no desenvolvimento social e econômico regional, mantendo uma relação harmoniosa com a comunidade que a cerca.

“A sustentabilidade não é um benefício para as empresas do setor florestal, mas, sim, uma necessidade. As empresas florestais, para se manterem na atividade, dependem de uma relação ganha-ganha tanto com o meio ambiente quanto com a sociedade. Não é à toa que o setor florestal mudou muito nas últimas décadas, abandonando a visão imediatista e fechada à sociedade, para uma visão moderna, em que a preocupação com a longevidade e sucesso da empresa se materializam em políticas ambientais e sociais. Por fim, as empresas também têm investido e aprimorado intensamente a governança de suas atividades”, reforça.

Inúmeras empresas paranaenses trazem as boas práticas como pilares em suas atividades. Outro exemplo entre as empresas associadas à Apre é a Klabin, que sempre procurou manter a gestão voltada para o desenvolvimento sustentável. “A companhia busca ser referência mundial em soluções responsáveis que respondam às constantes transformações da sociedade, com produtos florestais renováveis, recicláveis e biodegradáveis. Para isso, a empresa exerce um conjunto de práticas responsáveis envolvendo colaboradores, parceiros e comunidade que privilegiam o equilíbrio entre as esferas econômica, social e ambiental”, destaca Júlio Nogueira, gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Klabin.

A empresa foi a primeira do setor de celulose e papel do Hemisfério Sul a receber a certificação que atesta o manejo responsável em suas florestas plantadas. Além disso, é pioneira na adoção do manejo florestal em forma de mosaico, que consiste na formação de florestas plantadas entremeadas a matas nativas preservadas, formando corredores ecológicos que contribuem para a conservação da biodiversidade e a proteção do recurso hídrico. Atualmente, 100% das florestas próprias são certificadas, reforçando práticas de respeito aos recursos naturais, localidades e bem-estar dos trabalhadores.

Dentre os programas existentes, destacam-se o Plante com a Klabin, de parceria com produtores rurais do Paraná e Santa Catarina, que oferece um preço mínimo e a garantia de compra da madeira dos produtores de florestas de pinus e eucalipto, bem como programas ambientais para apoiar o cumprimento das questões legais ambientais e certificação; o Matas Sociais, que auxilia agricultores familiares no planejamento sustentável e na diversificação do uso da propriedade; o Parque Ecológico Klabin, área de 11 mil hectares de responsabilidade da empresa, que abriga cerca de 150 animais selvagens em recuperação; a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Monte Alegre, com 3.852 hectares destinados à pesquisa científica, proteção da biodiversidade local e dos recursos hídricos e fornecimento de sementes de espécies florestais para a restauração de áreas degradadas; e a RPPN da Serra da Farofa, Santa Catarina, para pesquisas científicas desenvolvidas em parceria com universidades locais, como a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Por fim, em 2020, a empresa passou a integrar o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, com participação em duas carteiras: Índice Mundial e Índice Mercados Emergentes. No mesmo ano, ainda implementou sua agenda própria de sustentabilidade, os KODS (Objetivos Klabin para o Desenvolvimento Sustentável), que possuem 23 metas, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Já a associada John Deere, que atua nos segmentos agrícola, de construção e florestal. Para que esses setores consigam um desenvolvimento sustentável, eles se apoiam especialmente nas soluções tecnológicas em equipamentos e serviços. A empresa investe US$ 4 milhões por dia em pesquisa e desenvolvimento para disponibilizar aos clientes novas tecnologias e máxima produtividade, com redução de custos e foco na sustentabilidade.

“A companhia, que tem como um de seus pilares promover a sustentabilidade, disponibiliza esses equipamentos e serviços que contribuem para que as empresas possam produzir, crescer e ao mesmo tempo preservar. Além disso, também buscamos manter esse desenvolvimento sustentável internamente, em nossas fábricas. Para tanto, a empresa assumiu compromissos públicos de sustentabilidade. Sabemos que o desafio para o segmento, quando o assunto é preservação do meio ambiente, é ainda maior, considerando a necessidade de quebrar paradigmas e conceitos preestabelecidos. Por isso, é essencial que as empresas do setor, como a John Deere, mantenham diálogos transparentes com a sociedade e trabalhem para mostrar que no Brasil é possível produzir e preservar”, garante Rodrigo Junqueira, gerente de vendas da divisão Florestal da John Deere. Estamos à disposição.

Dentre as ações realizadas, Junqueira cita que 100% das fábricas da empresa no Brasil utilizam energia proveniente de fontes renováveis. Em nível mundial, desde 2017, a companhia já reduziu em 19% a emissão de gás do efeito estufa. Em 2020, 32% da energia utilizada pela companhia foi oriunda de fontes renováveis e 78% das sobras foram recicladas. Do ponto de vista de ações externas, uma das principais é o trabalho ativo da John Deere para comunicar o conceito e os conhecimentos do sistema de Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), uma estratégia de produção agropecuária que integra diferentes sistemas produtivos dentro de uma mesma área e que protege biomas, trabalha sobre áreas degradadas, planta árvores e resulta em maior produtividade.

Certificação florestal

De caráter voluntário, a certificação florestal tem como objetivo atestar a origem da matéria-prima e se os processos utilizados pela empresa certificada seguem princípios legais, técnicos, ambientais e sociais de excelência. Os dois principais sistemas de certificação em âmbito mundial são o Forest Stewardship Council (FSC), selo de certificação florestal mais popular em todo o mundo; e Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC), representado no Brasil pelo CERFLOR (Programa Nacional de Certificação Florestal).

Em 2019, a área total certificada no Brasil foi de 7,4 milhões de hectares. Destes, 4,4 milhões de hectares correspondem a florestas plantadas certificadas. No Paraná, o destaque fica pelo trabalho que vem sendo realizado pelas empresas ligadas à Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), já que 89% do total da área plantada estão certificadas.

“Isso mostra, mais uma vez, o respeito que o setor florestal tem pelo meio ambiente, pelas leis trabalhistas e por tudo que envolve a sociedade. Mais do que cultivar árvores e ser um negócio ambientalmente sustentável, as empresas exercem papel muito importante dentro da sociedade e da economia das cidades onde as florestas estão inseridas”, afirma Álvaro Scheffer Junior, presidente da Apre.

Para Marcelo Schmid, a busca pelo processo acontece por diferentes motivos. O primeiro deles é poder dar a garantia ao mercado consumidor que o produto tem origem em florestas manejadas adequadamente em relação a aspectos ambientais e sociais. Em seguida, tem crescido bastante no setor a demanda de empresas que desejam obter a certificação como uma política institucional, para comunicar tanto aos shareholders quanto aos stakeholders o posicionamento da marca nessas questões. “Não se trata de uma preocupação meramente mercadológica, mas um posicionamento institucional, de querer fazer o melhor e o mais correto”, completa.

Essas e outras informações estão presentes no último Estudo Setorial Apre, disponível no site www.https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br, na aba “Publicações”.

Foto: Tawatchai07 – Freepik

Apre promove workshop sobre qualidade da água e as florestas plantadas

A Apre vai realizar, no dia 06 de maio, das 09h às 17h30, o workshop on-line “Florestas Plantadas: Oferta e Qualidade da Água”, reunindo referências nas áreas relacionadas à gestão dos recursos hídricos no setor florestal brasileiro. O objetivo, além de estimular a troca de informações entre os participantes, é apresentar as principais novidades com relação à utilização da água no plantio e cultivo de florestas. As inscrições já estão abertas e custam R$ 270,00 para profissionais de empresas associadas à Apre; R$ 350,00 para profissionais de empresas de base florestal ligadas às demais Associações estaduais; R$ 400,00 para profissionais de empresas não associadas; R$ 200,00 para pesquisadores; e R$ 150,00 para estudantes.

Na parte da manhã, o workshop vai abordar temas como “Programa Cooperativo sobre Monitoramento Ambiental em Microbacias Hidrográficas (PROMAB)”, com Silvio Ferraz, do IPEF; “A Silvicultura de Pinus e Eucalipto e a Relação com a Água”, com Mauro Valdir Schumacher, da UFSM; e “Procedimentos para Obtenção de Outorga de Recursos Hídricos”, com Natasha Cecilia Hessel de Goes, do IAT.

Já no período da tarde, Paulo de Tarso de Lara Pires, professor da UFPR, vai falar sobre “Governança da Água para o Desenvolvimento Sustentável”; Ana Cristina Andre, da Klabin, abordará “Manejo Florestal Sustentável com foco na Hidrossolidariedade”; Marcelo Andre Andrade, da Futuragro, fará a palestra “Uso do Hidrogel no Plantio de Florestas”; e Lonard Scofield dos Santos, da Master Soluções Florestais, fechará o evento com o tema “A Mecanização da Silvicultura e o Uso da Água”. Os dois períodos terão, ainda, um espaço para debate entre os palestrantes.

As inscrições já estão abertas no site da Apre, na aba “Eventos”.

Serviço
Workshop on-line “Florestas Plantadas: Oferta e Qualidade da Água”
Data: 06 de maio de 2021
Horário: 09h às 17h30
Transmissão via web
Inscrições: https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/evento/ws-florestas-plantadas-oferta-e-qualidade-da-agua/

Levantamento detalha os desafios para a implantação da atividade florestal no Paraná

Com 55 trâmites administrativos – que incluem autorizações, licenças, registros, inscrições, cadastros – e 30 taxas, o setor de florestas plantadas enfrenta uma maratona de relacionamento com 14 órgãos ou instituições diferentes para iniciar a atividade no Estado do Paraná. O levantamento, realizado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e intitulado “O impacto dos trâmites administrativos no setor florestal do Paraná”, revela o processo necessário para a produção de florestas plantadas no Estado, desde o viveiro até a entrega da madeira para a utilização in natura ou processamento industrial.

De acordo com o presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior, esse estudo será compartilhado com os diversos órgãos envolvidos no processo para mostrar que, muitas vezes, o tempo de espera, os custos e a quantidade de trâmites desestimulam o produtor. “As informações levantadas nesse documento deixam claro que, para aumentar a competitividade do setor, é fundamental simplificar processos envolvidos na produção de florestas plantadas. Além disso, a publicação recomenda uma discussão aprofundada entre os órgãos envolvidos, para, assim, reduzir e uniformizar as informações requeridas”, destaca.

Na avaliação dele, esse trabalho é muito importante, pois traz um Raio-X do que as empresas e os produtores encaram para realizar a atividade dentro do Estado. Agora, pela relevância das informações obtidas, ele espera poder levar o estudo para o maior número de pessoas. “É um trabalho extremamente importante para o setor. O objetivo é mostrar que a dificuldade nos trâmites administrativos e a demora no processo dificultam a geração de emprego e renda, impactando no desenvolvimento do Estado”, afirma.

Quem participou ativamente do estudo foi o engenheiro florestal e vice-presidente da Apre, Afonso Mehl Junior. Ele conta que a ideia surgiu a partir de uma percepção do setor de que cada órgão envolvido nos trâmites administrativos não enxerga o processo como um todo. “Como cada entidade solicita diversas informações, os empresários e produtores acabam apontando a morosidade do processo. E o que percebemos é que determinado órgão compreende somente aquela solicitação, mas não sabe que, além disso, outra instituição requisita mais cinco outros trâmites, por exemplo. Por isso, entendemos que os envolvidos precisam enxergar o todo para perceber que o percurso é difícil para o produtor”, explica.

O engenheiro florestal destaca, ainda, que um trabalho parecido já existe no setor da Construção Civil: é o estudo “Burocracia”, que levantou quanto tempo leva e o número de órgãos que precisam ser ouvidos para se fazer um loteamento em Curitiba. A partir daí, a Apre encabeçou o levantamento no setor florestal.

“A equipe da Associação pesquisou todo o processo dentro do nosso segmento, desde a compra do terreno, passando pela produção da muda, plantar árvore, cortar e vender. O resultado mostrou quanta exigência o setor enfrenta, isso em um ambiente normal, sem entrar no aspecto da certificação, que aí é outro mundo. Nosso objetivo é que esse trabalho circule pelo Estado para que todos possam entender a operação do setor e para que o processo seja simplificado para que mais pessoas se interessem por plantar e desenvolver o setor. É assim que conseguiremos estimular o segmento a crescer”, completa.

A publicação, que está disponível no site www.apre.com.br/publicacoes, contou com o apoio para ser produzida das empresas Berneck S.A., Remasa Reflorestadora, Águia Florestal, Madepar Florestal e Tecnflora.

Polos florestais do Estado contribuem para melhorar relação de oferta e demanda do mercado

O Paraná é um dos maiores produtores de madeira do país e aparece em primeiro lugar no Brasil quando o assunto é área plantada de pinus, sendo o pioneiro nos plantios em larga escala dessa espécie. São mais de 692 mil hectares, número que representa 68,6% da área plantada. Com relação à área de eucalipto, são aproximadamente 256 mil hectares, correspondendo a 25,4% dos plantios florestais no Paraná. De acordo com o Estudo Setorial 2020 realizado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), as florestas plantadas estão distribuídas heterogeneamente pelo Estado. Por isso, ao realizar o mapeamento e localizar onde estão os plantios, a Associação segmentou o Paraná em polos florestais, principalmente para destacar a relação de oferta e demanda. Assim, surgiram sete polos, que têm diferentes características e onde são gerados diversos produtos: Telêmaco Borba; Lapa; Ponta Grossa; Vale da Ribeira; Sengés; Guarapuava; e General Carneiro.

Segundo explica o presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior, o conceito de polo se dá pela dinâmica de mercado, e a produção de cada um é alocada em diferentes cadeias industriais. Assim, estabelece-se uma relação de oferta e demanda por matéria-prima dentro de uma determinada região geográfica.

“O setor florestal do Paraná alcançou um Valor Bruto de Produção de R$ 4,4 bilhões em 2019, deixando o Estado em terceiro lugar na classificação geral. Isso seria o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, o que quer dizer que estamos no topo da cadeia do agronegócio paranaense. Portanto, conhecendo de forma mais específica onde estão localizadas as empresas, qual o perfil dos negócios e das espécies plantadas, a produção e o consumo da madeira, é possível entender melhor as necessidades de cada região. De forma inédita, a Apre realizou este levantamento no Estado do Paraná. O resultado traz ainda mais detalhes sobre os polos florestais e serve de subsídio para o planejamento das ações da entidade, assim como para o mercado e para o planejamento de rotas do próprio setor”, detalha.

Durante o estudo, Scheffer Junior conta que foi possível identificar que os polos que produziram toras de maior diâmetro, com ciclos mais longos, consequentemente conseguiram agregar maior valor à produção, gerando um Valor Bruto de Produção (VBP) maior e chegando a produtos em que é possível agregar maior valor para o produto final.

“Nossas florestas têm uma capacidade muito grande de produzir matéria-prima para um parque industrial extremamente diversificado. Isso quer dizer que o manejo das nossas florestas é direcionado a multiprodutos. Conseguimos dar destinação tanto para uma floresta de ciclo curto, que seria celulose e papel, como floresta de ciclo bem mais longo, como madeira serrada, laminação, floresta com volume individual muito maior. Além disso, temos institutos de pesquisa e universidades de ponta aqui no Estado, o que ajuda muito no desempenho do setor, seja na preparação técnica e de conhecimento aos nossos profissionais, até a busca de soluções para pragas, por exemplo. Essa ajuda faz toda a diferença no dia a dia. Um estudo com dados consistentes, o diálogo entre as empresas, o apoio das pesquisas e a representação institucional consolidada certamente garantem o sucesso desse setor no Paraná”, garante.

Polos

O destaque entre os polos fica para o de Telêmaco Borba, que concentra a maior área de florestas plantadas do Paraná, com um total de 219.641 hectares, dividido quase igualmente entre pinus e eucalipto, possuindo a maior concentração de plantios de eucalipto no Paraná. Fazem parte desse polo os municípios de Telêmaco Borba, Ortigueira, Reserva, Tibagi, Ibaiti, São Jerônimo da Serra, Sapopema, Figueira, Curiúva, Imbaú, Ivaí, Cândido de Abreu e Ventania. A indústria é diversificada, com produção silvicultural direcionada para os segmentos de serrarias, molduras e, principalmente, celulose e papel. Dessa maneira, o polo é caracterizado como produtor florestal e consumidor, com a presença de grandes maciços florestais, manejados em maior parte para processo, mas também para multiprodutos. Mas apesar de possuir o maior volume de produção no Estado, de acordo com Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o valor bruto da produção (VBP) florestal na região é o segundo maior dentre os polos, totalizando aproximadamente R$ 609 milhões.

Em segundo lugar no Estado, o polo Sengés é composto pelos municípios de Jaguariaíva, Sengés, Arapoti, Piraí do Sul, São José da Boa Vista e Pinhalão e detém 133.303 hectares, sendo produtor e consumidor florestal e abrigando indústrias de celulose e papel, serrados, compensados, molduras, painéis reconstituídos e móveis. Em 2019, esse polo apresentou um aumento de 5,3% na produção de madeira em relação a 2018, chegando a 1,9 milhões de metros cúbicos, e VBP de R$ 109 milhões. 

Outro polo que merece destaque é o de General Carneiro, que tem uma área de 120 mil hectares de florestas plantadas, com predominância de pinus, mas um VBP extremamente alto de R$ 859 milhões, o maior valor da silvicultura dentre os polos. Bituruna, General Carneiro, Coronel Domingos Soares, Palmas, União da Vitória, Cruz Machado, Rio Azul, Mallet, Paula Freitas, Paulo Frontin e Porto Vitória são os municípios que compõem esse polo.

Já no polo da Lapa, com uma área plantada de 80 mil hectares, há o predomínio de pinus. O VBP chegou a R$ 323 milhões, e a principal característica é uma grande produção de toras de maior diâmetro, destinadas à madeira serrada, laminação, celulose, papel e um pouco de produção de energia. Vale ressaltar, ainda, que os polos General Carneiro e Lapa têm uma integração muito grande com o Estado de Santa Catarina e uma troca de matéria-prima de um Estado para o outro. Na avaliação do presidente da Apre, “essa é uma integração interessante, principalmente porque Santa Catarina é o segundo maior em plantio de pinus”. Do polo Lapa, fazem parte as cidades Lapa, Rio Negro, Campo do Tenente, Piên, Quitandinha, Agudos do Sul, Tijucas do Sul, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Araucária, Contenda, Antônio Olinto e São Mateus do Sul.

O quinto maior polo em área plantada é o do Vale da Ribeira, com 104 mil hectares de floresta plantada e também predomínio de pinus. O VBP foi de R$ 311 milhões e uma característica principal de toras de maior diâmetro, destinadas à produção de madeira serrada, celulose e papel. Essa região foi a primeira a receber a implantação de florestas por meio de incentivos fiscais e compreende os municípios de Cerro Azul, Adrianópolis, Doutor Ulysses, Tunas do Paraná, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Rio Branco do Sul, Itaperuçu, Almirante Tamandaré e Colombo.

Por fim, o Estudo Setorial da Apre identificou mais dois polos. O de Guarapuava, que concentra 100 mil hectares de florestas, predominando o pinus, tem o terceiro maior VBP e uma indústria bastante diversificada. Os municípios que o compõem são Guarapuava, Pinhão, Inácio Martins, Irati, Rebouças, Imbituva, Guamiranga, Prudentópolis, Pitanga, Goioxim, Campina do Simão, Turvo e Boa Ventura de São Roque.

Já o de Ponta Grossa, que apresenta 91 mil hectares de área plantada, apresenta um VBP um pouco menor de R$ 198 milhões, com o polo sendo dividido entre os principais produtos vindos da floresta, como tora de maior diâmetro, madeira de processo e um pouco de biomassa, destinados para madeira serrada, celulose, papel, biomassa e chapa de madeira reconstituída. Esse polo compreende os municípios de Ponta Grossa, Castro, Carambeí, Campo Largo, Campo Magro, Balsa Nova, Porto Amazonas, Palmeira, São João do Triunfo, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares e Ipiranga.

Para ler o Estudo Setorial Apre 2020 completo, acesse www.https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br

Com apenas 5% da área ocupada do Paraná, cultivo florestal gera impactos positivos no Estado

O setor de florestas plantadas movimenta, anualmente, o comércio e os serviços locais dos municípios onde estão instalados os plantios, bem como as indústrias e toda a cadeia de suprimentos que faz desta uma das atividades que tem contribuído para a transformação social e econômica de diferentes regiões do Estado do Paraná. Mesmo ocupando apenas 5% da área territorial do Paraná, as florestas plantadas fazem do Estado um dos líderes nacionais em cultivo, produção, industrialização e exportação, com a cadeia mais completa do país. Existem aqui mais de seis mil empresas florestais, que representam 10% do total brasileiro, segundo levantamento realizado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e divulgado no Estudo Setorial recentemente publicado.

O impacto positivo dessas empresas na economia local passa também pela capacidade de geração de empregos. Em 2018, o Brasil apresentou mais de 600 mil empregos no segmento, um aumento de 0,5% em relação ao ano anterior, e o Paraná respondeu por 16,5% desse total, com 98.782 empregos diretos, número 2,9% maior do que em 2017. Já quando se fala em empregos indiretos e efeito-renda, o Estado chega a 400 mil empregos.

Somente no polo de Telêmaco Borba, que abriga a maior área de cultivos florestais do Paraná, do qual fazem parte os municípios de Telêmaco Borba, Ortigueira, Reserva, Tibagi, Ibaiti, São Jerônimo da Serra, Sapopema, Figueira, Curiúva, Imbaú, Ivaí, Cândido de Abreu e Ventania, são 313 empresas florestais, a maioria (36%) no segmento de produção de florestas plantadas. Em 2018, o município de Reserva detinha o maior número do segmento, com 84 estabelecimentos. As empresas sediadas nesse polo empregam 12.724 pessoas, e a maior parte desses profissionais (71%) estão em Telêmaco Borba. Os dados também fazem parte do Estudo Setorial Apre 2020.

“Se pensarmos no número de empregos indiretos, podemos dizer que aproximadamente 400 mil pessoas são beneficiadas pelo setor. Pela característica do segmento no Estado e pela localização geográfica, de terrenos mais íngremes e de acesso mais difícil, o uso de mão de obra ainda é muito grande, pois há a dificuldade de mecanização em algumas áreas. Nessas regiões onde as empresas florestais estão alocadas, que são regiões mais carentes, não temos desemprego, temos oferta de emprego, temos atividade. Ou seja: o setor florestal traz um benefício enorme para o Paraná, diminuindo o desemprego e, consequentemente, o êxodo rural”, detalha o engenheiro florestal e presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior.

Nessas áreas mais remotas, segundo Scheffer Junior, muitas vezes não há pavimentação, e o acesso a diversos serviços, como saúde e educação, é mais difícil. Por isso, as empresas florestais mantêm inúmeros programas para oferecer qualidade de vida à população. Somente as associadas à Apre contam com mais de 80 programas sociais e ambientais, a maioria delas com pelo menos dois projetos por empresa. Os mais frequentes estão relacionados ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades (40,2%), seguido de meio ambiente (28,0%), socioeconômico/meio ambiente (13,4%), saúde (11,0%) e socioeconômico/cultural (7,3%).

Além disso, em um ano desafiador como foi 2020, por conta da pandemia do novo coronavírus, as empresas associadas à Apre atuaram de forma proativa para prover recursos às instituições que estavam na linha de frente no combate à doença, com doação de insumos, equipamentos de proteção individual, kits de higiene e testes para a detecção do vírus para hospitais e secretarias municipais de saúde, além de cestas básicas e contribuições em dinheiro para inúmeras organizações.

Compromisso com o futuro

Os dados levantados pela Apre mostram ainda que as empresas do setor estão atentas à agenda mundial quanto ao papel que têm na sociedade. Assim, além das contribuições sociais e econômicas, a cadeia de florestas cultivadas tem sido um dos agentes fundamentais quando o assunto é conservação no Brasil. O país possui nove milhões de hectares plantados e outros 5,9 milhões de hectares destinados a áreas de preservação e reservas naturais, resultando na proporção de 0,5 hectare protegido para cada 1 hectare plantado. No Paraná, somente com as associadas da Apre, esse número é ainda mais expressivo: para cada hectare de floresta plantada, existe mais um hectare de floresta nativa destinada à conservação.

“Os números mostram que, mais do que cumprir o que a legislação exige, as empresas associadas à Apre estão alinhadas com o que se espera de empresas éticas e comprometidas com a sociedade. Por isso, tenho convicção de falar que o setor florestal paranaense, dentro do agronegócio do Estado, é o que mais preserva o meio ambiente. Esse dado é de grande importância, principalmente num ano atípico como o que vivemos, com escassez de água, por exemplo, pois nas áreas preservadas estão as nascentes, os mananciais. O setor florestal protege e garante a existência desses recursos hídricos. Isso é fundamental para o meio ambiente e para toda a população do Estado”, reforça o engenheiro florestal.

Ainda de acordo com o presidente da Apre, a atividade florestal garante outros benefícios, como a fertilidade do solo, reciclagem de nutrientes, redução sobre a pressão nas florestas nativas. Vale destacar também a bioeconomia, que consiste, de forma geral, em substituir materiais não renováveis por materiais renováveis. Para isso, instituições de pesquisa e iniciativa privada se unem para aprofundar os estudos na área de nanotecnologia, buscando o desenvolvimento de novos produtos com base em compostos de nanocelulose, por exemplo. Bio-óleos, nanofibra e nanocristais são alguns desses bioprodutos desenvolvidos de materiais biodegradáveis de fontes renováveis, como as florestas plantadas.  Em 2020, pesquisadores desenvolveram, a partir de nanocelulose de pinus e eucalipto, um espessante para fabricação de álcool em gel.

“Com base nos dados apresentados no Estudo Setorial da Apre, confirmamos que o setor florestal é um setor que está de olho no futuro, pois une tecnologia e pessoas para gerar crescimento econômico e desenvolvimento socioambiental, além de soluções para a nova economia, que foca também em colaboração, justiça e nos impactos das atividades humanas. Somos uma indústria que tem o compromisso com o desenvolvimento sustentável, por meio de ações focadas nas pessoas, no meio ambiente e na prosperidade das comunidades”, completa Álvaro Scheffer Junior.