Artigo: florestas plantadas são o futuro da bioeconomia

Por Zaid Ahmad Nasser

Hoje, 21 de setembro, comemora-se o Dia Mundial da Árvore, data criada para conscientizar a população sobre a importância dessa que é uma das maiores riquezas naturais que temos, fundamental para o meio ambiente e para a sociedade. No setor florestal, a preocupação com o futuro do planeta está sempre presente, e a atividade é pautada na sustentabilidade. Entendemos que, além da contribuição direta como fonte de insumo para os mais diversos fins, as árvores plantadas são um fator-chave para a redução da pressão sobre a necessidade de extração de madeira de áreas nativas.

É importante destacar que, aqui, os plantios florestais são distribuídos em mosaicos, alternando o cultivo de floresta plantada com área de floresta nativa. Isso quer dizer que a preservação e a conservação de matas nativas acontecem no entorno das áreas plantadas, com a formação de extensos corredores ecológicos. Ou seja: a expansão da base florestal ocorre somente onde não há mata nativa. Onde a floresta nativa existe, ela fica preservada, mantendo as características das espécies vegetais e animais para conservação e reprodução; reduzindo o impacto ambiental; e contribuindo para a conservação dos solos e produção e manutenção de água.

No Paraná, um dado bastante significativo pode exemplificar: para cada hectare de área plantada, existe mais um hectare de floresta nativa destinada à preservação. Há imóveis rurais no Estado em que o percentual utilizado para plantios de florestas de uso comercial chega a somente 38% do imóvel, e grande parte permanece com a vegetação nativa preservada. Portanto, sob a ótica do uso do solo x preservação, o Paraná se mostra com mais áreas preservadas do que plantadas com espécies de uso comercial, como o pinus e o eucalipto. Esses números mostram que, mais do que cumprir o que a legislação exige, as empresas de base florestal estão alinhadas com o que se espera de empresas éticas e comprometidas com a sociedade. Por isso, tenho convicção de falar que o setor florestal paranaense é a atividade que mais preserva o meio ambiente.

Mas, além de falar sobre preservação, precisamos destacar também a importância das árvores no combate às mudanças climáticas, já que a atual situação exige uma atenção especial com o meio ambiente e com os recursos naturais. Esse assunto está em alta no mundo inteiro, e é cada vez mais evidente a necessidade de se repensar o sistema econômico global. Nesse contexto, a bioeconomia surgiu como um conceito para enfrentar desafios, abordando as causas profundas do uso insustentável dos recursos naturais e buscando equilibrar o valor econômico e o bem-estar social com o meio ambiente e a sustentabilidade. E qual setor terá destaque nessa discussão? O florestal, sem dúvida!

As árvores são essenciais nessa discussão e a madeira é o futuro, pois é o material que tem mínimo impacto ambiental por ser renovável, contribui para retenção de CO² na atmosfera, entre outros inúmeros benefícios. Inclusive, o relatório “Produtos florestais na bioeconomia global”, em tradução livre, lançado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), apontou que o desenvolvimento econômico a partir do uso sustentável da floresta é a chave para as mudanças necessárias e urgentes, começando com a substituição de produtos fósseis por produtos provenientes de florestas plantadas.

O consumidor final está cada vez mais buscando a sustentabilidade, e isso é um grande estímulo para o setor florestal. São novas oportunidades. Temos percebido também o reconhecimento mundial da sociedade, do consumidor na ponta, de que a atividade florestal é sustentável. É importante citar que o setor de florestas plantadas está de olho no futuro, sempre buscando desenvolver novas tecnologias que agreguem valor ao produto florestal. Nanocelulose, tecido, cápsula de remédio, curativo e até glitter à base de celulose são alguns exemplos.

Mas, apesar de toda essa discussão, há um setor com enorme potencial para a madeira e que ainda pouco a utiliza: o da construção civil. Segundo um estudo divulgado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), ao utilizar a madeira como material construtivo, a emissão de gases de efeito estufa pode ser reduzida em 31%, quando comparada com uma obra convencional. E esse material ainda diminui o desperdício em 30% e reduz em até 80% o uso de energia elétrica. Do outro lado, temos números alarmantes: de acordo com a organização não-governamental World Wide Fund for Nature (WWF), a construção civil é responsável por 47% das emissões de gases de efeito estufa; o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente apontou que as edificações respondem por 40% do consumo global de energia; estima-se que esse setor consuma entre 40 e 75% dos recursos existentes; e, no Brasil, a construção gera aproximadamente 25% do total de resíduos da indústria e 60% do lixo sólido das cidades.

E precisamos ir além, falando também sobre déficit habitacional. Atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que há mais de 7,5 milhões de famílias que moram em residências precárias ou improvisadas. Para garantir habitação para todos, o governo brasileiro precisaria investir, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), R$ 76 bilhões por ano para promover políticas públicas de moradia.

Para melhorar todos esses cenários, a solução é fácil: investir em construções limpas, com matérias-primas renováveis, e a alta demanda habitacional do país é uma excelente oportunidade de crescimento para o setor. Um sistema construtivo como o wood frame, por exemplo, que é inovador, sustentável e ágil, possibilita que a obra seja 50% mais rápida. Além disso, qualquer coisa pode ser construída com madeira hoje. Na Universidade de British Columbia, no Canadá, existe um alojamento de 53 metros e 18 andares, o prédio de madeira mais alto da atualidade. Na Noruega, está em construção um edifício de 85 metros. E, no Japão, há a previsão de construção de uma torre com 350 metros.

Então, por que a discussão não avança? O que identificamos nessa jornada em prol da construção sustentável é que a principal barreira ainda é a falta de conhecimento. Crenças populares, como a relação de que casas de madeira são inferiores, para a população de baixa renda; dificuldade de inserir o assunto na academia; e normatização foram tópicos que nos chamaram a atenção.

Para que a construção sustentável seja realidade no Brasil, precisamos ultrapassar essas barreiras. O primeiro passo é investir em informação. Por que a madeira, conhecida pelos franceses como biomaterial, não é integrante da nossa cultura construtiva? Precisamos utilizar mais esse material fantástico, que é usado em larga escala no mundo inteiro, e que é excelente para o contexto ambiental em que estamos vivendo. A madeira é um ótimo isolante; é esteticamente bonita; ecologicamente correta; tem estruturas rápidas de construir, o que reduz tempo de obra, custos, desperdício; e muitas outras vantagens. Essas construções limpas, sustentáveis, serão fundamentais para o nosso futuro, e precisamos apostar em fontes renováveis para alinhar produção e consumo.

Também devemos aproveitar a nossa capacidade de produzir madeira, já que desenvolvemos uma das melhores silviculturas do mundo. Quando falamos em crescimento anual das árvores plantadas, o Brasil possui os melhores índices – em comparação com outros países que possuem como base a produção florestal, somos líderes, podendo chegar a um crescimento até sete vezes maior. O Paraná também segue nessa linha e é referência em termos de produtividade.

Por todas as informações aqui destacadas, reforçamos que o setor florestal é o protagonista da bioeconomia e tem potencial para fazer a diferença. Nos últimos 20 anos, as empresas têm trabalhado fortemente para aproveitar mais a madeira, aumentando a produtividade, com investimento em tecnologia e genética, e diminuindo impactos. Estamos focados em gerar crescimento econômico e desenvolvimento socioambiental, além de soluções para a nova economia. Somos uma indústria que tem o compromisso com o desenvolvimento sustentável, por meio de ações focadas nas pessoas, no meio ambiente e na prosperidade das comunidades.

Zaid Ahmad Nasser é presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) e diretor do Grupo The Forest Company. Profissional com mais de 15 anos de experiência no setor, é formado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); pós-graduado em Engenharia e Segurança do Trabalho e Engenharia de Logística; e possui MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Foto: Mosaico de áreas naturais – Bando de imagens APRE – Zig Koch

APRE promove reunião técnica mensal dentro da Lignum Latin America

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) participou, na última semana, da Lignum Latin America, feira focada na transformação, beneficiamento, preservação, energia, biomassa, manejo florestal e uso da madeira. A APRE fez parte do estande da Associação Sul-Brasileira de Empresas Florestais (ASBR), juntamente com as Associações de Santa Catarina (ACR) e Rio Grande do Sul (Ageflor).

Aproveitando essa participação na feira, a APRE promoveu seu tradicional encontro técnico mensal de forma presencial, dentro da Lignum, e mais de 25 pessoas estiveram presentes. Além das atualizações feitas pelo diretor executivo, Ailson Loper, a reunião teve também as participações de Breno Campos, diretor do Departamento de Florestas Plantadas (Deflop/ SEAB); Dra. Ana Paula Dalla Corte, professora da UFPR; e Jason de Oliveira, da Solufor.

Vale destacar, ainda, que a Lignum fez parte da Semana Internacional da Madeira, que trouxe para a capital paranaense eventos técnicos relacionados à produção e à industrialização de madeira de florestas plantadas.

Ministro do Meio Ambiente conhece iniciativas sustentáveis da indústria do Paraná

O presidente da APRE, Zaid Ahmad Nasser, e o diretor executivo da Associação, Ailson Loper, participaram, na noite desta segunda-feira, 23 de agosto, de um encontro promovido pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. A visita faz parte de um processo de aproximação do ministério com o setor industrial, com o objetivo de conhecer as iniciativas das empresas na área de descarbonização e industrialização verde. Estiveram no evento industriais e executivos ligados à área ambiental de organizações paranaenses.

Segundo Joaquim Leite, uma das áreas em que o Ministério tem atuado é a da regulamentação do mercado de créditos de carbono, uma tendência global considerada essencial para a redução e equilíbrio das emissões de gases de efeito estufa. “O governo editou um decreto que criou a certidão de nascimento do mercado de carbono regulado brasileiro. Criamos um mercado que tem uma plataforma única de registro para garantir transparência e não dupla contagem”, explicou.

Para ele, o mercado do país tem alguns componentes inovadores. “O primeiro mercado regulado do mundo que tem o agro dentro é o mercado brasileiro, porque nós temos oportunidade de ser exportadores de créditos de diversas fontes, como energias renováveis, indústria de baixa emissão e agricultura, em diversas formas”, relatou, acrescentando, ainda, que o Brasil já assinou um acordo bilateral com o Japão para exportação de créditos de carbono, além de negociar com outros três países.

Aproveitando a fala do ministro sobre o mercado de carbono, o presidente da APRE lembrou que o setor florestal está alinhado com o tema e tem muito a contribuir, pela experiência adquirida ao longo dos anos. “No setor florestal, temos essa pegada de carbono, o que pode agregar muito ao país, já que diversas empresas têm desenvolvido técnicas e apostado em novas tecnologias para contribuir. Essa visão, alinhada ao governo, pode gerar bons frutos. Inclusive, o ministro Joaquim Leite reconheceu a experiência do nosso segmento florestal nesse sentido e reforçou que é um setor que tem muito a agregar na discussão”, destacou.

Além desse tema, Nasser também falou sobre o debate em torno da substituição de combustíveis fósseis por combustíveis renováveis, algo que é apontado como o caminho do futuro. Para ele, o encontro foi bastante produtivo para a APRE e para as empresas as quais ela representa, porque foi uma oportunidade de mostrar os diferenciais do setor florestal dentro dessas discussões ambientais mais recentes e também de conhecer a realidade de diferentes setores do Paraná.

“O ministro tem uma postura de diálogo aberto e transparente, e essa ligação com o setor privado possibilita que participemos das discussões práticas. Assim, acredito que teremos espaço para buscarmos implementar políticas que estimulem um ambiente mais comercial e economicamente aberto para o mercado como um todo. Inclusive, aproveitei a oportunidade de diálogo aberto para falar sobre o PL 1366, que trata da exclusão da silvicultura do rol de atividades potencialmente poluidoras. O ministro pontuou que está acompanhando de perto esse projeto e discutindo internamente as possibilidades”, citou.

Carlos Valter Martins Pedro, presidente do Sistema Fiep, também avaliou que o encontro com o ministro foi muito importante para o setor industrial paranaense. “Nós, da Fiep, temos a honra de receber o ministro com uma pauta tão importante e de tanto interesse de avanço para a indústria do Paraná”, disse, destacando principalmente a necessidade de políticas voltadas para a geração de energia limpa. “O ministro diz que é parceiro do setor privado e, se tem uma coisa que a indústria brasileira precisa, é uma questão de energia mais barata, mais disponível e, inclusive, zerando impostos sobre energias renováveis. Isso, para nós, é fundamental. No Paraná, temos características que são muito importantes para avanço nessa pauta, e o metano é uma delas”, concluiu.

Foto: Gelson Bampi

Setor florestal paranaense terá mapeamento detalhado das áreas plantadas do Estado

Em breve, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) vai lançar a terceira edição do estudo setorial. Este ano, o mapeamento das áreas plantadas está sendo realizado pela startup Canopy Remote Sensing Solutions, uma empresa que combina ciência e tecnologia de sensoriamento remoto (satélites, aviões ou drones) para entregar soluções inovadoras em mapeamento, inventário e monitoramento florestal. Assim, o Estudo Setorial APRE 2022 trará o mais recente levantamento com imagens de satélite, com alta precisão e caracterização das florestas plantadas no Estado.

“Esse será o estudo mais detalhado já realizado no setor florestal paranaense. E o mais interessante é que Canopy está levantando dados em todo o território nacional, então a precisão de informações será excelente não só para o Paraná, mas para o Brasil todo. Conseguiremos ter um mapeamento real e seguro da área ocupada pela silvicultura”, destaca Zaid Ahmad Nasser, presidente da APRE.

Segundo Fabio Gonçalves, cofundador e CEO da Canopy, a empresa realizou um levantamento inédito das florestas plantadas no país, incluindo mapeamento detalhado em escala de talhão; identificação do gênero plantado; determinação da data de plantio; estimativas da produtividade e do estoque de madeira; e informações de solo, clima, relevo e outras bases de interesse. As imagens obtidas trazem dados de áreas com a partir de 0,25 hectare cultivado, mostrando expansão ou retração da base. Tudo isso, na avalição do CEO, é estratégico para a tomada de decisões.

“O Plano Nacional de Florestas Plantadas estabeleceu como meta ampliar a área de produção em dois milhões de hectares até 2030 (cerca 20%). A missão que abraçamos na Canopy é a de usar o estado da arte em geotecnologias para entregar não só um raio-x completo das áreas de floresta cultivada no Paraná e no Brasil, mas um sistema de suporte à decisão florestal, com informações sistemáticas, precisas e atualizadas para apoiar a formulação de políticas públicas e o desenvolvimento do setor”, afirma Fabio Gonçalves.

O mapeamento está na última fase e, nos próximos dias, a Canopy entregará o relatório final. Os dados serão divulgados nacionalmente pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) e, regionalmente, pelas Associações, como a APRE. Depois, as informações serão atualizadas continuamente e disponibilizadas na plataforma Canopy Insight, um sistema de inteligência florestal, que possibilita ao usuário explorar mapas, gráficos e estatísticas de florestas plantadas em qualquer área e escala de interesse.

Foto: Banco de imagens APRE – Zig Kock

9º Workshop Embrapa Florestas/APRE: palestras de abertura destacam o perfil multiprodutos do setor florestal paranaense

O setor florestal paranaense tem vivido um bom momento, com a demanda por madeira crescendo nos últimos anos. E, para dar conta desse aumento da procura, é preciso apostar em produtividade florestal para oferecer ao mercado uma matéria-prima com ainda mais qualidade. Para estimular o debate acerca do assunto, a Embrapa Florestas e a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) organizaram a nona edição de seu tradicional workshop. O evento começou na manhã desta quarta-feira, 03 de agosto, em Colombo (PR), com o painel “Setor florestal: posicionamento e geopolíticas”, e segue até quinta-feira (04).   

Para a abertura, foram convidados o chefe-geral da Embrapa Florestas, Erich Schaitza, e o presidente da Apre, Zaid Ahmad Nasser, para falarem sobre o perfil multi-institucional do setor florestal paranaense. Ao dar as boas-vindas aos participantes, Schaitza lembrou que o Workshop Embrapa Florestas/APRE retornou ao modelo presencial depois de dois anos e reforçou que a troca de experiências é uma excelente oportunidade. Segundo ele, o futuro é incerto, mas tudo o que o setor planta hoje vai definir o futuro para os próximos anos. “Temos que oferecer bons empregos, ter gente feliz trabalhando. Mas só vamos conseguir isso se houver um consórcio entre todos nós do segmento florestal – empresas, ciência e tecnologia, academia, sociedade. É assim que conseguiremos entregar produtos que realmente façam diferença”, adiantou.

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Florestas, o Paraná tem uma cadeia produtiva diversificada, assim como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por conta desse perfil “multimercado”, pesquisadores da Embrapa, em parceria com a APRE, conduziram um estudo para facilitar o acesso e a análise de dados e informações do setor de forma regionalizada. O trabalho está na fase final e deve ser lançado em breve.

Além dessa diversidade, Schaitza também aproveitou o encontro para citar algumas áreas que podem gerar novos produtos e que merecem atenção do segmento:

– Sanidade – segundo ele, o setor florestal tem um amplo conhecimento nessa área. Diversas pragas que surgiram, como a vespa-da-madeira, já estão controladas, justamente pelo trabalho em conjunto entre a iniciativa privada e os centros de pesquisa. “Somos experts nesse assunto, devemos oferecer consultoria em sanidade vegetal, montar uma indústria para isso”, citou.

– Conservação – “quando falamos que o Paraná tem x empresas florestas, x hectares de florestas, podemos transformar esses ativos em informações para trazer um reconhecimento ainda maior para o setor. Até 2050, poderíamos ter projetos interessantes para ajudar outros estados”, lembrou.

– Carbono – de acordo com o chefe-geral da Embrapa Florestas, o mundo todo está falando sobre o mercado de carbono, mas, para avançar nesse tema, é preciso haver métrica do que existe e de como isso será disponibilizado. “Pode ser um mercado financeiro, em que vamos vender crédito de carbono, ou pode ser mercado de imagem. Mas isso só vai seguir se tivermos métricas claras de como estamos hoje, de como vamos em frente na prática. Precisamos pensar na forma que nos organizaremos nesse assunto, para podermos negociar alguma coisa depois, independentemente se será no mercado formal ou no mercado voluntário. Sem isso, não vamos conseguir avançar”, afirmou.

– “Velhos” produtos – Schaitza reforçou que o setor florestal é excelente em diversas áreas, mas não pode deixar de trabalhar para melhorar ainda mais a qualidade dos “velhos” produtos. “Qualidade da madeira tem que ser o nosso foco. Melhorar um recurso leva anos, mas, com tecnologia, genética, pesquisa, podemos encurtar período”, garantiu.

– Novos produtos – o mercado florestal diversificado tem espaço para novos produtos, segundo ele. Diversos materiais têm surgido, como madeira engenheirada, química de celulose ou lignina e muito mais. Portanto, ele sugeriu que o setor aposte nesses produtos. “Um produto interessantíssimo é casca, por exemplo. Todo mundo tem casca, mas, hoje, ela é vendida apenas como energia”, salientou.

Para fechar a apresentação, Erich Schaitza afirmou que o setor florestal tem inúmeras possibilidades e que é preciso olhar para tudo isso para aproveitar as oportunidades. Além disso, ele confirmou que o aumento da demanda por madeira também vem de um potencial gerado por novos tempos. Por isso, essa discussão é bastante atual e relevante. “Precisamos pensar em expansão, em novos produtos, em tecnologia para evoluir”, concluiu.

Em seguida, foi a vez de Zaid Ahmad Nasser, presidente da APRE, falar sobre o setor florestal paranaense sob a perspectiva das empresas. Na avaliação dele, um evento como o workshop, que reúne empresários, profissionais, pesquisadores, professores e estudantes, mostra a preocupação do segmento com a qualidade. E tudo isso reflete em produtividade, melhoria de processos e aumento da oferta de produtos.

“No relatório preliminar do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná, vimos que o setor florestal avançou significativamente, com valorização de 41% em relação ao ano anterior. Com esse número, percebemos quão necessário e importante é o segmento florestal dentro do estado para o desenvolvimento. As empresas florestais conseguem desenvolver não somente o operacional, mas também a questão social dentro da região em que estão inseridas”, avaliou.

Com relação ao mercado, Nasser afirmou que os preços tendem a continuar crescendo nos próximos trimestres, seguindo o aumento da demanda. A diversidade de produtos do setor florestal paranaense é algo que chama a atenção, principalmente para novos investimentos.  Para ele, o Paraná é destaque em desenvolvimento, e a forma como o setor dirige a cadeia produtiva faz com que ele seja atraente tanto para a indústria exportadora de produtos acabados como para os investimentos na produção florestal.

“Temos diferentes plantios, com idades de 7 a 28 anos. Essa possibilidade de diversificar traz ainda mais segurança aos fundos de investimentos. Durante os dois últimos anos, com o coronavírus, comprovamos a nossa capacidade de se adequar a qualquer tipo de crise. Conseguimos converter, reverter, manter e expandir o mercado durante a pandemia. Novos investimentos foram anunciados nos últimos meses. Investir em expansão significa que há mapeamento e segurança de que teremos disponibilidade de madeira. Então, se estamos tendo expansão, é porque a disponibilidade existe”, disse.

Para o futuro, o presidente da APRE reforçou que é preciso olhar para a bioeconomia, pois o consumidor final está cada vez mais buscando a sustentabilidade, e isso é um grande estímulo para o setor.

“São novas oportunidades. O reconhecimento mundial da sociedade, do consumidor na ponta, de que a atividade florestal é sustentável foi o que sempre buscamos, e é o que está acontecendo agora. Precisamos aproveitar esse cenário, estimular as mudanças necessárias e urgentes, começando com a substituição de produtos fósseis por produtos provenientes das florestas plantadas. Temos, ainda, o mercado de carbono, como o Erich bem lembrou. Faltam fórmulas e metodologias de como apresentar essa informação, para trazer segurança jurídica, clareza e transparência. Mas é um mercado extremamente forte em todo o mundo, e o Brasil vai ter grande destaque, convertendo em serviços ambientais. Podemos gerar crédito e colocar o país na ponta nesse assunto”, declarou.

Por fim, Zaid Ahmad Nasser reforçou que o setor florestal está em expansão, com um cenário promissor e, ao mesmo tempo, desafiador.

“Na APRE, sempre citamos que o setor é o protagonista da bioeconomia. Por isso, precisamos assumir esse protagonismo, porque sabemos que temos potencial para fazer a diferença. Um evento como o workshop Embrapa Florestas/APRE é um excelente espaço para esse debate e para que o setor possa seguir nesse caminho, tornando o estado ainda mais florestal”, completou.

O 9º Workshop é uma realização da APRE e da Embrapa Florestas, com patrocínio de Becomex, Lavoro/Florestal, Remsoft e Trimble; e apoio de Abimci, Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Sistema Fiep, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Unicentro Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Foto: Vitoria Furlan

9º Workshop Embrapa Florestas/APRE vai discutir produtividade florestal

Nesta semana, dias 03 e 04 de agosto, acontece a nona edição do Workshop Embrapa Florestas/APRE, um dos mais tradicionais eventos do setor florestal. Neste ano, o tema principal será “Produtividade florestal: como produzir mais para suprir a demanda crescente por madeira”. As inscrições seguem abertas até o dia 01 de agosto, pelo site www.https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br.

Para o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Zaid Ahmad Nasser, o assunto é bastante atual e importante. Ele lembra que o Paraná teve um avanço significativo no relatório preliminar do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Estado, alcançando 41% de valorização e chegando a R$ 6 bilhões. Esse é, segundo ele, um indício de que o consumo de madeira aumentou. Portanto, com o crescimento da demanda, que reflete também em novos investimentos, o foco na produtividade é o caminho para responder a esse cenário.

“O Brasil é líder em produtividade florestal. O Paraná também é referência. No pinus, por exemplo, estamos 10% acima da média nacional. Isso acontece graças aos investimentos dos setores público e privado em pesquisa e tecnologia, que trazem inúmeros benefícios, como avanço no melhoramento genético e no incremento de volume anual. Esse evento reforça a importância dessa parceria público-privada e mostra o quanto nosso setor busca a melhoria contínua. Reunir especialistas, profissionais, professores, pesquisadores e estudantes para falar sobre essa tema é fundamental para que continuemos trabalhando com excelência e oferecendo ao mercado produtos com cada vez mais qualidade”, destaca.

Complementando a fala do presidente da APRE, Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas, explicou que o aumento da demanda por madeira também vem de um potencial gerado por novos tempos e que essa discussão é bastante atual e relevante.

“A madeira sustentável vai entrar grandemente na pauta da construção civil, pois é eficiente em termos de carbono. Além disso, nos últimos anos, o mercado internacional tem crescido. Devido ao valor do dólar frente ao real, está bom exportar e nossos preços são competitivos. Esse evento é uma oportunidade para discutirmos como está esse cenário e conhecer o que existe de mais atual sobre produtividade florestal. E, mais do que isso, uma chance ímpar de troca de experiências e networking entre os participantes”, afirma.

Programação

O 9º Workshop Embrapa Florestas/APRE será dividido em quatro painéis: Setor florestal – posicionamento e geopolíticas; Planejamento florestal – manejo avançado; Como produzir florestas para atender o mercado de toras; e As florestas e a indústria de transformação. No dia 03, às 09h, a abertura será com Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas, e Zaid Ahmad Nasser, presidente da APRE. Em seguida, Albino Ramos, da Confal/Grupo Index, vai falar sobre “Produção, escassez e mercados de madeira – uma visão de longo prazo”; e Alan Lessa, do Grupo Index, fará a palestra “Mercado de Pinus: desafios econômicos e ambientais”.

Durante a tarde do dia 03, estão programadas cinco palestras. Uma delas será “Gestão da inovação”, com Mario Sant’anna Jr, da MPR3 Consultoria. O palestrante adiantou que o objetivo é trazer a visão conceitual desse tema, não somente na área florestal, para mostrar que a inovação deve ser entendida como um processo para se manter adaptável às mudanças e transformações. “Um dos primeiros desafios das organizações é conseguir criar um portfólio estrategicamente equilibrado de iniciativas capazes de ampliar a sua oferta de valor e manter ou elevar sua competitividade”, destaca.

Além dessa palestra, o primeiro dia terá também os temas “Logística: o grande desafio no ordenamento das florestas plantadas”, com Julio Eduardo Arce, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR); “Contribuição ao acesso e a análise dos dados do setor florestal”, com José Mauro Moreira, pesquisador da Embrapa Florestas; “Manejo com as novas versões dos softwares da série Sis, SisILPF e Planin da Embrapa”, com Edilson de Oliveira, também pesquisador da Embrapa Florestas; e “Manejo florestal avançado com uso de tecnologias híbridas e unificadas”, com Maurício Tolfo, da Trimble Brasil.

No dia 04, a programação começa às 08h30, com a palestra de Ananda Virginia de Aguiar, pesquisadora da Embrapa Florestas/Funpinus, sobre “Avanços no melhoramento florestal de Pinus no Brasil”. Depois, Sérgio Ricardo Silva, também da Embrapa Florestas, fará a palestra “Adubação de Pinus – avanços mundiais”; Vanderlei Porfirio-da-Silva, da Embrapa Florestas, trabalhará o tema “Diversificação da produção e aumento da rentabilidade – sistemas ILPF”; e Rafael Malinovski, da Golden Forest, vai mostrar “Como ampliar o valor da produção florestal”.

À tarde, para fechar o evento, serão mais quatro palestras. Amantino Ramos de Freitas, presidente da Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS), será um dos palestrantes, falando sobre a “Contribuição para a história do Pinus no Brasil”. Ele cita que fará um contexto histórico, contando um pouco sobre a introdução do Pinus no Brasil e sobre como as duas principais madeiras existentes hoje, pinus e eucalipto, vieram substituir as nativas pinho-do-Paraná e peroba rosa. Depois, o palestrante vai destacar como está o mercado, as novidades e o aumento da demanda.

“Quero esclarecer aos participantes que temos condições privilegiadas para o crescimento de árvores para todas finalidades. Mas há de se ter critério para plantar florestas: material certo – sementes ou clones selecionados, em solos e regiões apropriados para cada espécie. Só poderemos colher o que plantarmos”, adianta.

Após a palestra do presidente da SBS, Renata Vicentim e Alexandre Furman, da Becomex e Deloitte Brasil, falarão sobre “Agro 5.0: estratégias disruptivas no setor florestal”; e Armando Giacomet, diretor da Braspine, palestrará sobre “Mercado mundial para madeira de florestas plantadas”.

Paulo Roberto Pupo, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), ficará responsável por encerrar o evento, com a palestra “Mercado e tendências para madeira processada”. Durante a apresentação, Pupo vai destacar alguns números de suprimento e da produção de madeira processada para analisar o cenário.

“O Workshop organizado pela Apre e pela Embrapa Florestas já é tradicional e fundamental para o setor madeireiro e florestal, porque une a produção florestal com o mercado, abordando temas científicos e de produtividade florestal. Quero aproveitar esse encontro para trazer questionamentos sobre a nossa autossuficiência no que tange a madeira estrutural e algumas percepções de negócio, baseados no déficit habitacional brasileiro e nas oportunidades para o sistema wood frame”, antecipa.

O 9º Workshop é uma realização da APRE e da Embrapa Florestas, com patrocínio de Becomex, Lavoro/Florestal, Remsoft e Trimble; e apoio de Abimci, Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Sistema Fiep, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Unicentro Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

Para mais informações e inscrições, acesse www.https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/eventos.

Serviço

9º Workshop Embrapa Florestas/APRE

Data: 03 e 04 de agosto de 2022

Horário: 03 de agosto – 09h às 17h30 | 04 de agosto – 08h30 às 17h

Local: Sede da Embrapa Florestas – Estrada da Ribeira, km 111, s/n – Colombo/PR
Inscrições: R$ 300,00 para profissionais de empresas associadas à APRE; R$ 400,00 para profissionais de empresas ligadas a outras associações de base florestal; R$ 500,00 para profissionais de empresas não associadas; R$ 200,00 para professores e pesquisadores; e R$ 100,00 para estudantes.

Mais informações: https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/evento/9o-workshop-embrapa-florestas-apre/

Lançamento: campanha orienta população sobre como evitar incêndios florestais

Com o slogan “Uma Floresta Segura Depende de Todos Nós”, foi lançada nesta terça-feira, 19, a Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais 2022. A campanha tem a intenção de alertar a população sobre o perigo e as consequências que um incêndio florestal traz para a natureza e também para as comunidades, bem como mostrar quais ações podem causar incêndios e o que fazer ao avistar um foco. O lançamento foi no IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater) e reuniu representantes das 14 entidades que assinam a campanha.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, de janeiro a agosto de 2021, os casos de incêndios florestais aumentaram 24% em comparação com o mesmo período de 2020. Além disso, 9 em cada 10 incêndios são provocados por irresponsabilidade humana. Essas ocorrências são mais comuns neste período de inverno, pois a vegetação mais seca, a baixa humidade do ar e a estiagem facilitam a propagação das chamas, principalmente nos dias após a ocorrência de geada.

Para o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Zaid Ahmad Nasser, os incêndios florestais representam um grande desafio para o meio ambiente, para a população e para as empresas. Segundo ele, ao longo dos anos, a APRE e suas associadas já vinham fazendo diversas ações para se antecipar ao problema, diminuir os riscos e divulgar informações. Ele destaca o trabalho sólido dessas empresas florestais e cita que todas contam com programas de prevenção e combate a incêndios, que incluem torres, pessoas treinadas, brigadistas, veículos e caminhões, centenas de equipamentos e um importante canal de comunicação com a comunidade do entorno. Além disso, existe uma ampla rede de contatos entre elas para monitoramento, troca de informações, alertas etc. Com base nesses dados, a Apre atualiza, anualmente, as informações dos contatos e gera um mapa, que é compartilhado com as empresas.

Mas apesar de atuarem preventivamente, a crise hídrica agravou a situação, e um trabalho sobre hidrologia conduzido pela Associação apontou que as condições estavam cada vez mais perigosas para incêndios florestais. Foi aí que a entidade entendeu que precisava agir e fazer algo maior, para realmente alertar e conscientizar a população em geral, produtores rurais e empresas, e idealizou a campanha, em parceria com outras instituições.

“Tenho certeza que a união de conhecimento – vindo do governo do Estado, dos diversos órgãos, das entidades representativas e das empresas florestais – vai fortalecer as ações dessa grande campanha estadual de prevenção e combate a incêndios florestais. Esperamos que as informações que serão divulgadas a partir dos materiais possam conscientizar, prevenir e ajudar a proteger a natureza, a biodiversidade e a população”, declara.

Durante o evento de lançamento, o gerente de políticas públicas do IDR-Paraná, Amauri Ferreira, apresentou a campanha e falou sobre as ações planejadas. Ele reforçou, ainda, que, para 2022, há um esforço maior na orientação aos agricultores do Estado. “Precisamos chamar a atenção, também, para os incêndios ambientais que começam numa propriedade e podem tomar uma proporção muito maior. Ainda é cultura para alguns produtores rurais a utilização do fogo para renovação da pastagem e é necessário levar orientação sobre o risco que essa prática pode causar e apresentar opções mais sustentáveis que surtam o mesmo efeito”, afirma.

Para ampliar o alcance e fazer com que a informação chegue ao maior número de pessoas possível, a campanha conta com diversos materiais gráficos, digitais e audiovisuais.

É crime – Atear fogo para limpar a vegetação, jogar lixo na beira de rodovias, acender fogueiras perto das árvores, fumar próximo a plantações e soltar balões são algumas das ações que podem dar início aos incêndios e trazer consequências graves. O diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), José Volnei Bisognin, lembrou que quem provoca um incêndio florestal, mesmo que sem intenção, está cometendo um crime e pode ser penalizado com reclusão de dois a quatro anos e multa que varia entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, dependendo do número de hectares afetados pelo fogo e dos danos causados à fauna e à flora.

“O fogo é um agravante do crime de destruição de floresta. Uma queimada não atinge apenas a vegetação, mas todos os seres vivos que habitam aquele local. Portanto, alertas como este são fundamentais para que a população entenda que pequenas atitudes podem ser muito prejudiciais à biodiversidade”, disse ao relatar que o Paraná possui 30 mil hectares de reflorestamento.

Outra prática bastante preocupante, especialmente nesta época do ano, é a soltura de balões e a queima de lixo. Ambas são proibidas e configuram crimes, já que podem causar incêndios. Nesses casos, a pena pode chegar a quatro anos de prisão, além de multa. “Somos um órgão que fiscaliza, licencia, monitora, conserva e recupera. Temos uma ação forte na parte de conservação, com 22 planos de contingência elaborados, além de parcerias com instituições e voluntários para o combate aos incêndios florestais, com a compra de equipamentos, monitoramento das condições climáticas pelo Simepar, entre outras”, destacou Bisognin.

Nas Unidades de Conservação do Estado, são proibidas as práticas de fogueiras pelos frequentadores. Caminhões Pipa destinados aos municípios também reforçam a estrutura de combate a incêndios florestais, especialmente em municípios que não possuem Unidade própria do Corpo de Bombeiros.

O que fazer – Ao avistar um foco de incêndio, a orientação é de nunca tentar combater o fogo sozinho, pois realizar esse processo sem o treinamento adequado pode colocar a pessoa em perigo. A orientação é procurar um local seguro, avisar os vizinhos e acionar o Corpo de Bombeiros através do número 193.

Esta é uma campanha da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI), Defesa Civil, Embrapa Florestas, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), Instituto Água e Terra (IAT, Rede Nacional de Brigadas Voluntárias (RNBV), Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná (SEDEST), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-PR), Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Saiba mais sobre a campanha em www.paranacontraincendioflorestal.com

Lançamento oficial – Campanha Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais 2022

Os incêndios florestais representam um grande desafio para o meio ambiente. De janeiro a agosto de 2021, os casos aumentaram 24% em comparação com o mesmo período de 2020. Além disso, segundo o Corpo de Bombeiro, 9 em cada 10 incêndios florestais são provocados por irresponsabilidade humana. Durante o inverno, como a vegetação seca, a baixa umidade do ar e a estiagem facilitam a propagação das chamas, o perigo é ainda maior. Por isso, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) e diversos órgãos e instituições do Estado desenvolveram uma campanha de conscientização. O lançamento oficial acontece nesta terça-feira, 19 de julho, às 14h, no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR). Além dos representantes das entidades participantes, já estão confirmados no evento o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, e o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná, Everton Luiz da Costa Souza.

A Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais 2022 tem o objetivo de alertar a população sobre o perigo e as consequências que um incêndio florestal traz para a natureza e também para as comunidades, bem como mostrar quais ações podem causar incêndios e o que fazer ao avistar um foco. Para ampliar esse alcance e fazer com que a informação chegue ao maior número de pessoas possível, a campanha conta com diversos materiais gráficos, digitais e audiovisuais. Assim, será possível disseminar o slogan da campanha: “Uma floresta segura depende de todos nós”.

Saiba mais em www.paranacontraincendioflorestal.com. Esta é uma campanha da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI), Defesa Civil, Embrapa Florestas, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), Instituto Água e Terra (IAT), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Rede Nacional de Brigadas Voluntárias (RNBV), Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná (SEDEST), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-PR), Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Serviço

Lançamento da Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais 2022

Data: 19 de julho de 2022

Horário: 14h

Local: R. da Bandeira, 500, bairro Cabral – Curitiba (PR)

Mais informações: APRE – (41) 4042-7572 |https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg@https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br

Divulgada a data do 9º Workshop Embrapa Florestas/APRE

O 9º Workshop Embrapa Florestas/APRE, um dos mais tradicionais eventos do setor florestal, já tem data para acontecer. Nos dias 03 e 04 de agosto de 2022, o encontro retorna ao modelo presencial na sede da Embrapa Florestas, em Colombo (PR), para tratar do tema “Produtividade florestal: como produzir mais para suprir a demanda crescente por madeira”. As inscrições já estão abertas e custam R$ 300,00 para profissionais de empresas associadas à APRE; R$ 400,00 para profissionais de empresas ligadas a outras associações de base florestal; R$ 500,00 para profissionais de empresas não associadas; R$ 200,00 para professores e pesquisadores; e R$ 100,00 para estudantes.

O evento, que vai reunir especialistas, profissionais, professores, pesquisadores e estudantes, será dividido em quatro painéis: O setor florestal – posicionamento e geopolíticas; Planejamento florestal – manejo avançado; Como produzir florestas para atender ao mercado de toras; e As florestas e a indústria de transformação.

A abertura está marcada para as 09h do dia 03, com as apresentações de Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas, e Zaid Ahmad Nasser, presidente da APRE. Em seguida, Albino Ramos, da Confal/Grupo Index, vai falar sobre “Produção, escassez e mercados de madeira – uma visão de longo praz”. Ainda pela manhã, a programação terá a palestra “Silvicultura do Pinus – desafios geopolíticos, ambientais e econômicos”. Durante a tarde do dia 03, estão previstas mais quatro palestras: “Gestão da inovação”, com Mario Sant’anna Jr, da MPR3 Consultoria; “Logística: o grande desafio no ordenamento das florestas plantadas”, com Julio Eduardo Arce, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR); “Contribuição ao acesso e a análise dos dados do setor florestal, com José Mauro Moreira, pesquisador da Embrapa Florestas; e “Manejo com as novas versões dos softwares da série Sis, SisILPF e Planin da Embrapa”, com Edilson de Oliveira, também pesquisador da Embrapa Florestas.

No dia 04, a programação começa às 08h30, com a palestra de Carlos França, da ArborGen, falando sobre “O uso de material genético de alta qualidade na produção de mudas de pinus”. Depois, Ananda Virginia de Aguiar, pesquisadora da Embrapa Florestas, vai debater os “Avanços no melhoramento florestal de Pinus no Brasil; Sérgio Ricardo Silva, também da Embrapa Florestas, fará a palestra “Adubação de Pinus – avanços mundiais”; Vanderlei Porfirio da Silva, da Embrapa Florestas, trabalhará o tema “Diversificação da produção e aumento da rentabilidade – sistemas ILPF”; e Rafael Malinovski, da Golden Forest, vai mostrar “Como ampliar o valor da produção florestal”.

À tarde, para fechar o evento, mais quatro palestras estão programadas: “Contribuição para a história do Pinus no Brasil”, com Amantino Ramos de Freitas, da Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS); “Evolução, tendências e mercado de toras para madeira sólida”, com Álvaro Luiz Scheffer, diretor da Águia Florestal; “Mercado mundial para madeira de florestas plantadas”, com Armando Giacomet, diretor da Braspine; e “Novos nichos de mercado”, com Paulo Roberto Pupo, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci).

Para mais informações e inscrições, acesse www.https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/eventos.

Serviço

9º Workshop Embrapa Florestas/APRE

Data: 03 e 04 de agosto de 2022

Horário: 03 de agosto – 09h às 17h30 | 04 de agosto – 08h30 às 17h

Local: Sede da Embrapa Florestas – Estrada da Ribeira, km 111, s/n – Colombo/PR

Tema: Produtividade florestal – como produzir mais para suprir a demanda crescente por madeira

Informações: https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/evento/9o-workshop-embrapa-florestas-apre/

Senado aprova projeto que exclui a silvicultura da lista de atividades poluidoras

O Senado aprovou ontem, 18 de maio, o Projeto de Lei n° 214, de 2015, de autoria do senador Alvaro Dias, que exclui a silvicultura da lista de atividades potencialmente poluidoras. Vale ressaltar que entende-se por silvicultura o cultivo de florestas para extração de matérias-primas. Agora, a proposta segue para a análise da Câmara dos Deputados.  

Durante a reunião da CMA, o senador Alvaro Dias reforçou que a atividade é benéfica ao meio ambiente e gera renda e emprego aos brasileiros. Segundo ele, manter a silvicultura no rol de atividades potencialmente poluidoras atravanca o desenvolvimento econômico e impede a aceleração da atividade. “E obviamente isso significa perder empregos, renda, receita pública. Além do que, a preservação ambiental é essencial também nesse plantio de florestas. O Paraná é um estado que pode ser citado como exemplo. Mas os estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul se destacam como detentores de 80,1% da área total de plantio florestais. O estado do Paraná, por exemplo, lidera o ranking de área plantada de pinus, como 39,7% da área total. Seguido por Santa Catarina, que possui 34,5% de um total de 1.562.783 hectares de plantios florestais de pinos no Brasil”, pontuou o senador. 

Para o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Zaid Ahmad Nasser, essa era uma pauta antiga do setor e um tema que trazia muita preocupação. Segundo ele, o setor de florestas plantadas movimenta, anualmente, o comércio e os serviços locais dos municípios onde estão instalados os plantios, bem como as indústrias e toda a cadeia de suprimentos que fazem desta uma das atividades de grande contribuição para a transformação social e econômica de diferentes regiões do Estado do Paraná. Além disso, as empresas do setor estão atentas à agenda mundial de sustentabilidade e a cadeia de florestas cultivadas tem sido uma das agentes fundamentais quando o assunto é conservação no Brasil.

“No Paraná, por exemplo, somente com as associadas à Apre, destacamos que para cada hectare de floresta plantada, existe mais um hectare de floresta nativa destinada à conservação. Porém, mesmo importante para a economia do Estado e do Brasil, o setor enfrenta, hoje, muitas burocracias para realizar a atividade, assim como o fato de a silvicultura estar incluída no rol de atividades potencialmente poluidoras, dificuldades que acabam travando o crescimento do segmento como um todo. Por isso, a aprovação do projeto de Lei 214 na Comissão de Meio Ambiente é uma grande vitória, notícia muito comemorada pelo setor de base florestal paranaense. Agradecemos o empenho do senador Álvaro Dias e o apoio dos senadores Flávio Arns e Oriovisto Guimarães”, completou.