APRE e Embrapa Florestas realizam campanha gratuita de troca de livros em Curitiba

Projeto #CirculeUmLivro, que acontece pela primeira vez no Paraná, foi idealizado pela Indústria Brasileira de Árvores em 2022; objetivo é incentivar a leitura e a economia circular

Entre os dias 24 e 27 de abril, a tradicional Rua XV, em Curitiba (PR), vai receber o projeto #CirculeUmLivro, uma realização da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) e da Embrapa Florestas, em parceria com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). O projeto, em alusão ao Dia Mundial do Livro, celebrado no dia 23 de abril, convida as pessoas que passarem pelo local a doarem um livro que já leram, enquanto levam outro gratuitamente para casa, promovendo, assim, a leitura e a economia circular.

No calçadão, haverá um espaço entre a Boca Maldita e a Praça Osório, com os totens da campanha. Os participantes poderão tirar fotos no local e receber um marcador de páginas, que reforça a mensagem que o papel “é sustentável, biodegradável, reciclável e vem de árvores plantadas, colhidas e replantadas para esse fim”. A ação também será estendida para as redes sociais – basta compartilhar a experiência com a hashtag #CirculeUmLivro, marcando @https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg e @iba_oficial.

Para o presidente da APRE, Zaid Ahmad Nasser, as florestas plantadas fazem parte do dia a dia das pessoas, fornecendo uma matéria-prima renovável, com mínimo impacto ambiental, que dá origem a inúmeros produtos sustentáveis, entre eles o papel. Portanto, uma ação como a campanha #CirculeUmLivro, que estimula a economia circular e divulga mais informações sobre o trabalho do setor florestal, vem em boa hora, para que mais pessoas falem sobre sustentabilidade e conheçam esse segmento que é tão importante para a sociedade.

“Em todos os nossos trabalhos, sempre fazemos questão de lembrar que, para cada hectare plantado, nossas associadas mantêm mais um hectare conservado. Esse é um número bastante expressivo para reforçar a mensagem de que somos um setor preocupado com o meio ambiente, com as pessoas e com o futuro. E, mais do que isso, somos parte da solução para um mundo mais sustentável. Participar da ação #CirculeUmLivro vem ao encontro de todo o trabalho da APRE e das empresas florestais e é algo que nos enche de orgulho e nos motiva a fazer mais e melhor”, declara.

Erich Shaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas, reforça a mensagem, ressaltando a importância do papel no dia a dia das pessoas. “Papel é artigo de primeira necessidade: usamos o dia inteiro, de diversas formas, e um dos usos mais importantes é o papel usado na produção de livros. É ali que gravamos conhecimento e estabelecemos condições para o futuro. O bacana é que, no Brasil, todo nosso papel é produzido de forma renovável e sustentável”, apontou.

Aproximadamente 1.000 livros estarão disponíveis para troca, de diferentes gêneros, doados por editoras e por leitores com grandes coleções. Entre os títulos, estão obras de Jorge Amado, coleções de livros de Literatura Brasileira e muito mais. É importante reforçar, ainda, que a organização avaliou cuidadosamente todos os exemplares recebidos, para garantir que são livros oficiais, com registro na Câmara Brasileira do Livro (CBL) e ISBN (International Standard Book Number/Padrão Internacional de Numeração de Livro). Durante todos os dias da campanha, a mesma avaliação será feita nas edições que chegarem por meio da troca, e aqueles que não tiverem a procedência comprovada não serão colocados em circulação.

Além de APRE, Embrapa Florestas e Ibá, a ação conta com o apoio das editoras Albatroz, CRV, Fiocruz e UEM, da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU) e do projeto “Sustentabilidade Agroflorestal para o Desenvolvimento Rural”, do Laboratório Benefícios das Florestas, da Escola de Florestas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

2ª edição #CirculeUmLivro em São Paulo

A campanha #CirculeUmLivro foi idealizada em 2022 pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que representa o setor de árvores cultivadas no país, em parceria com o Metrô de São Paulo. Pelo segundo ano consecutivo, a ação acontece em cinco estações do metrô da capital paulista e, nesta edição, foi ampliada – além da troca de livros, acontecem, simultaneamente, atividades culturais.

“A campanha de 2022 foi um sucesso. Esse ano, temos um desafio, que é ampliar o projeto e prover mais atividades para os passageiros do metrô, criando um espaço de estímulo à leitura e à cultura, de modo a demonstrar que nós, como cidadãos, podemos contribuir para a economia circular por meio de nossas atitudes e escolhas. Optar por produtos sustentáveis, como um livro, que tem origem em árvores cultivadas para esse fim, é reciclável e tem um pós-uso consolidado, auxilia na construção de uma economia verde, com proteção de florestas nativas e da biodiversidade”, destaca Paulo Hartung, presidente da Ibá.

Serviço

#CirculeUmLivro em Curitiba

Data: 24 a 27 de abril de 2023

Horário: 09h30 às 18h30

Local: Calçadão da Rua XV – Curitiba (PR)

Saiba mais sobre o setor em:

www.https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br | Instagram – @https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg

www.embrapa.br/florestas

www.iba.org | Instagram – @iba_oficial

Contatos para a imprensa

APRE

Maureen Bertol

(41) 99971-0574

comunicacao@https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br

Embrapa Florestas

Katia Pichelli e Manuela Bergamim

(41) 3675-5638 (WhatsApp)

florestas.imprensa@embrapa.br

APRE debate mercado florestal no Congresso do Pinus Sul Brasil

O presidente da APRE, Zaid Ahmad Nasser, participou, nesta quinta-feira (30), do Congresso de Pinus Sul Brasil, que aconteceu em Lages (SC). Ele foi convidado para o debate sobre o mercado florestal e industrial, logo após a palestra de Marcelo Schmid, CSO do Grupo Index, sobre Momento atual e projeções do mercado de produtos de base florestal Brasil e mundo. Além deles, também estiveram no painel o presidente do Sindimadeira Lages, Paulo Cesar da Costa; e o presidente do Sindimadeira Rio Grande do Sul, Leonardo de Zorzi.

Um dos pontos abordados por Nasser foi a disponibilidade de madeira para os próximos anos, principalmente para as empresas menores. Ele destacou que a rotação de grandes blocos de plantios de pinus vêm diminuindo para 15 anos, por conta de aquisições do setor de celulose, mas reforçou que é importante, dentro do estado, que o setor tenha rotações de 18, 21, 23 e 28 anos, justamente para suprir a demanda das pequenas e médias empresas consumidoras de pinus.

Nesse assunto, Marcelo Schmid apontou que o mercado florestal está desbalanceado: a demanda vem crescendo, e continuará a crescer, e a oferta está estagnada. Segundo ele, a preocupação com a disponibilidade de madeira tem levado as grandes empresas a adquirirem ativos, “afastando ainda mais os pequenos e médios produtores do mercado e estrangulando as pequenas e médias indústrias, pela falta de matéria-prima e pelo preço. O processo de verticalização da produção pode ser vantajoso para a grande empresa pela garantia de matéria-prima. Mas, para o setor, ela é prejudicial, pois achata a cadeia produtiva florestal, reduz o número de players, de negócios e de dinheiro em circulação”, disse durante a palestra.

Para o presidente da APRE, é importante lembrar também, nessa discussão, que o Paraná é um grande provedor de empregos no setor florestal brasileiro, justamente pela diversificação dos produtos ligados a outras cadeias produtivas, não apenas de celulose, mas de madeira sólida de pinus. E essas pequenas e médias empresas empregam muitas pessoas. “A operação não é tão mecanizada. Serrarias menores não têm capacidade de fazer aportes para modernização da planta. Assim, temos um número alto de profissionais na atividade”, citou.

Ainda durante o debate, outro ponto destacado por Nasser foi a produtividade. Na avaliação dele, a tendência é que o setor tenha, nos próximos anos, um reflexo dos incentivos realizados em pesquisa e tecnologia para aumentar a produtividade do pinus por hectare. “Seguimos, como todo o agronegócio, buscando essa melhora, e esse é um dos pontos que vai ajudar a indústria a estabilizar a oferta de madeira nos próximos anos, algo em longo prazo”, reforçou.

Por fim, puxando o gancho do preço da madeira, assunto discutido entre os participantes, o presidente abordou a disparada nos preços para plantar pinus. “O custo de implantação é muito alto. Assim, nos patamares que estão os preços de silvicultura, o investimento, com taxa de retorno no futuro, acaba refletido no preço da madeira, e, certamente, essa é uma discussão que continuaremos tendo nos próximos anos”, ressaltou.

Prêmio APRE Florestas de Jornalismo

No painel, os participantes puderam fazer perguntas aos debatedores, e um dos questionamentos foi sobre a importância da comunicação do setor com a sociedade. Aproveitando a oportunidade, Zaid Ahmad Nasser lembrou o 1º Prêmio APRE Florestas de Jornalismo, lançado no dia 21 de março, em comemoração ao Dia Internacional das Florestas. Segundo ele, a iniciativa foi desenvolvida justamente para estimular a cobertura jornalística sobre esse segmento, destacando a importância dele para a economia do estado e os benefícios sociais e ambientais gerados.

“O setor florestal está presente no dia a dia das pessoas, fornecendo inúmeros produtos, além de estimular o desenvolvimento social de municípios e comunidades. Temos números importantes que mostram que nossa atividade é bastante significativa para a sociedade como um todo. Nós sabemos disso, mas precisamos disseminar essas informações. O prêmio é uma forma de ampliar essa comunicação em diversos meios, estimulando os profissionais da imprensa a divulgarem o setor de florestas plantadas, para atingirmos outras camadas da sociedade”, completou.  

Saiba mais sobre o prêmio neste link.

Evento

A indústria de base florestal representa expressiva participação no conjunto da economia nacional. Espécies de pinus e eucalipto são as que mais se destacam como florestas plantadas. O Pinus, em especial, está concentrado nos três estados do Sul, que possuem 87% dos plantios nacionais, totalizando quase 2 milhões de hectares. 

Para marcar essa importante atividade, a cidade de Lages sediou, de 29 a 31 de março, o Congresso de Pinus Sul Brasil e a TechForestry – Feira de Tecnologia para Industria da Madeira e Floresta. Os eventos foram criados para incentivar o plantio de pinus no Sul e, ao mesmo tempo, apresentar tecnologia em máquinas e equipamentos que permitam maior produtividade e agregação de valor ao produto final. A APRE foi uma das apoiadoras do evento.

No Dia Internacional das Florestas, associação paranaense de base florestal lança Prêmio de Jornalismo

Hoje, 21 de março, comemora-se o Dia Internacional das Florestas, data criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para reforçar a importância de todos os tipos de florestas para o planeta. Nesse dia, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) exalta as florestas plantadas, fundamentais para o mundo, pois aliam conservação e sustentabilidade, oferecendo uma matéria-prima renovável e com mínimo impacto ambiental. E como forma de reforçar essa mensagem e marcar a data, a instituição aproveita a oportunidade para lançar o 1º Prêmio APRE Florestas de Jornalismo.

Segundo o presidente da Associação, Zaid Ahmad Nasser, o setor florestal está presente no dia a dia das pessoas, fornecendo inúmeros produtos provenientes das florestas, além de estimular o desenvolvimento social de municípios e comunidades. Assim, a premiação chega com o objetivo de incentivar a cobertura jornalística sobre esse segmento, destacando a importância dele para a economia do estado e os benefícios sociais e ambientais gerados.

“Esse segmento gerou um PIB de R$ 244 bilhões no Brasil. No Paraná, mesmo ocupando apenas 5% da área territorial do estado, com 1,17 milhão de hectares plantados, concentramos 25% do volume de toda a madeira produzida no país. Do gênero pinus, os números são ainda mais expressivos – temos a maior área e produzimos 55% do volume brasileiro. Além disso, aqui estão 16,5% de todos os empregos gerados pelo segmento florestal no Brasil. Se olharmos para a questão da sustentabilidade, para cada hectare plantado, nossas associadas mantêm mais um hectare conservado. São números importantes que mostram que o setor de florestas plantadas é bastante significativo para a sociedade como um todo. Nós sabemos disso, mas precisamos disseminar essas informações para reforçar nosso papel como parte da solução para um mundo mais sustentável”, afirma.

Para o diretor executivo da Associação, Ailson Loper, a decisão de criar um prêmio de jornalismo vem sendo trabalhada desde o ano passado, justamente para servir de ponte entre o setor e a imprensa e estimular o debate.

“Esse segmento é gigante ao oferecer uma gama de soluções sustentáveis para os mais diversos públicos. Hoje, todos os olhos estão voltados para o futuro do planeta, mas, no segmento florestal, aliar produção e conservação já faz parte do nosso dia a dia. Temos a sorte de contar com uma mídia especializada de qualidade acompanhando o setor, mas percebemos que estamos sempre falando para nós mesmos, e precisamos envolver a sociedade, o grande público, nessa discussão, para acabar com o preconceito que envolve a atividade e mostrar nosso potencial para a bioeconomia. Estamos muito seguros em promover esse prêmio, porque sabemos que temos inúmeras vantagens ambientais e sociais a serem abordadas pela imprensa. Com isso, esperamos plantar uma semente para garantir um jornalismo voltado também para a produção florestal sustentável”, destaca.

Prêmio

O Prêmio APRE Florestas de Jornalismo é uma iniciativa da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE). O objetivo é estimular a cobertura jornalística de qualidade relacionada ao setor de florestas plantadas do Paraná, para reforçar a importância do segmento para a economia do estado e os benefícios sociais e ambientais gerados, além de reconhecer a excelência do trabalho da imprensa.

O tema central da primeira edição será “Florestas plantadas: protagonistas da bioeconomia”, envolvendo questões como sustentabilidade; dados econômicos; importância do setor; inovação; tecnologia; gestão; trabalhos sociais; entre outras.

Poderão concorrer veículos de imprensa de todo o Brasil, respeitando a abrangência territorial geográfica do prêmio – reportagens focadas no estado do Paraná, com matérias jornalísticas relacionadas ao tema principal, produzidas por um ou mais profissionais, e que tenham sido publicadas/veiculadas entre 01 de janeiro de 2023 e 15 de outubro de 2023. 

O prêmio terá três categorias – Reportagem escrita (jornais, revistas, sites, portais e blogs); Reportagem de áudio (produções veiculadas em rádio ou plataformas de podcast); e Reportagem de vídeo (reportagens transmitidas em emissoras de televisão, sites ou plataformas de compartilhamento de vídeo).

O primeiro lugar de cada levará o prêmio de R$ 3.000 + certificado + troféu. Já o segundo será contemplado com R$ 1.500 + certificado + troféu. Por fim, o terceiro colocado receberá um leitor digital de livros + certificado + troféu. Haverá, ainda, uma Menção Honrosa oferecida pela Embrapa Florestas aos trabalhos jornalísticos que, entre os classificados, também abordarem questões como ciência, pesquisas científicas, institutos e universidades. No entanto, isso não servirá como critério de avaliação ou desclassificação.

Os finalistas serão divulgados no site www.https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br e pelo e-mail cadastrado na inscrição. Já os vencedores serão conhecidos no dia 24 de novembro de 2023, durante o Jantar Anual da APRE, que acontecerá no Maggiore Eventos, em Curitiba (PR). A Associação irá custear as despesas de viagem do finalista, caso o profissional seja de outra cidade.

Clique aqui para acessar o regulamento na íntegra.

Setor florestal

De acordo com o presidente da APRE, Zaid Ahmad Nasser, além da contribuição direta como fonte de insumo para os mais diversos fins, a floresta plantada é um fator-chave para a redução da pressão sobre a necessidade de extração de madeira de áreas nativas. Esse é um fato que torna o cultivo ainda mais relevante para os contextos mundial e nacional quanto ao impacto das atividades humanas, em especial sobre as florestas tropicais.

Sobre o Paraná, vale destacar que o estado é pioneiro em plantios florestais em larga escala e apresenta condições climáticas favoráveis e características competitivas, como infraestrutura logística (acesso a rodovias, portos e aeroportos), proximidade com os principais centros consumidores, presença de centros de pesquisa e universidades, além de importantes polos industriais. Uma característica importante do setor florestal paranaense é a capacidade de abastecer mais de um segmento industrial, resultando em uma indústria múltipla e diversificada de produtos, aplicações industriais e serviços. Outro ponto de destaque são os constantes avanços em pesquisa genética e desenvolvimento de técnicas de manejo, que garantem aumento de produtividade e mais qualidade à madeira.

“Também devemos lembrar que nosso segmento não só protege suas matas nativas e corpos d’água como auxilia no sequestro de carbono da atmosfera. Além disso, a maioria da energia consumida pela nossa atividade é gerada na própria indústria, a partir de subprodutos do processo industrial. O uso de materiais renováveis gera uma energia limpa e contribui para a redução do uso de energias não renováveis e para a diminuição das emissões de carbono. São inúmeros benefícios para a sociedade e para o meio ambiente e esperamos, com o prêmio, que tudo isso seja amplamente divulgado na imprensa”, reforça Nasser.

APRE recebe visita do presidente do Bloco da Madeira da Alep

Na manhã desta terça-feira (07), a diretoria da APRE recebeu, na sede da Associação, o deputado Artagão Júnior, presidente do Bloco Temático da Madeira da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O encontro serviu para estreitar o relacionamento e discutir assuntos pertinentes ao setor florestal. Na ocasião, Artagão convidou os diretores da APRE para a primeira audiência pública organizada pelo bloco, que será realizada na Alep, no dia 5 de abril. 

Participaram da visita o presidente da Apre, Zaid Ahmad Nasser; a vice-presidente, Maria Harumi; o diretor-executivo, Ailson Loper; o tesoureiro-geral, Paulo Augusto Tonetto; o primeiro tesoureiro, Fábio Brun; e o presidente da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Jose Mario Ferreira. Acompanhando o deputado, estavam o coordenador do Bloco da Madeira, Luciano Crotti, e o assessor Rafael Markus.

APRE lança painel interativo inédito com informações sobre o setor florestal

A APRE lançou, hoje, uma ferramenta inédita entre as associações que representam o setor florestal: um painel interativo, com dados atualizados sobre o segmento de florestas plantadas. A partir dele, todos os interessados – empresas, órgãos públicos, imprensa ou sociedade – terão acesso rápido e descomplicado às informações do Estudo Setorial APRE 2022 em âmbito estadual e por município, com diversos filtros, como área plantada, gênero, principal produto florestal, Valor Bruto de Produção e muito mais.

“Esperamos que aproveitem essa grande novidade e que também divulguem em suas regiões, para que cada vez mais pessoas reconheçam a importância do setor florestal para o Paraná”, reforça Zaid Ahmad Nasser, presidente da APRE.

Clique aqui para acessar o painel interativo.

Novo estudo sobre o setor florestal paranaense está disponível

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) lançou, na última semana, o Estudo Setorial APRE 2022, documento com os principais dados do setor de florestas plantadas do Paraná, que reforça a importância e relevância do segmento para o estado. A grande novidade deste ano é que, além das versões física e digital, a Associação vai disponibilizar também, em seu site, um painel interativo. A partir dele, todos os interessados – empresas, órgãos públicos, imprensa ou sociedade –, terão acesso rápido e descomplicado às informações do Estudo Setorial em âmbito estadual e por município, com diversos filtros, como área plantada, gênero, principal produto florestal, Valor Bruto de Produção e muito mais.

Para o levantamento, primeiramente foram coletados dados das empresas, tratados em conjunto para manter a confidencialidade, e também dados secundários, a partir de um projeto técnico-científico realizado em parceria com a Embrapa Florestas, que trouxe informações gerais sobre o setor e os plantios florestais. Além disso, a APRE contratou a startup Canopy para realizar o mapeamento do estado do Paraná, com imagens de satélite de alta precisão e caracterização das florestas. Nessa fase, a Associação fez parte de uma importante iniciativa nacional, liderada pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), para ter um mapeamento real e seguro da área ocupada pela silvicultura em todo o território nacional.

“Esse é o estudo mais detalhado já realizado no setor florestal paranaense. A precisão de informações, a partir da nova metodologia do mapeamento, será excelente não só para o Paraná, mas para o Brasil. Nosso objetivo é oferecer aos diferentes públicos um importante instrumento de consolidação das informações relacionadas ao setor. O levantamento servirá de base para sustentar nossas ações, destacar a relevância da atividade, apresentar o nosso trabalho para a sociedade e, principalmente, reforçar nosso papel como parte da solução para um mundo mais sustentável”, destaca Zaid Ahmad Nasser, presidente da APRE.   

Paraná: um estado florestal

De acordo com dados da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o Brasil tem uma área de base florestal plantada de 9,59 milhões de hectares, sendo a maior parte dos gêneros pinus e eucalipto. No Paraná, o mapeamento realizado pela APRE apontou que existem, atualmente, 1,17 milhão de hectares plantados com árvores para fins comerciais. De pinus, são aproximadamente 714 mil hectares, que representam 60,6% do total – a maior área dessa espécie no Brasil. Já a área plantada com eucalipto é de quase 450 mil hectares, correspondendo a 38,2% dos plantios florestais do estado.

Quando o assunto é conservação, o setor florestal é um dos protagonistas na proteção dos recursos naturais. Somente as empresas associadas à APRE, que concentram praticamente 50% da área plantada paranaense, possuem 481 mil hectares de área conservada. Isso significa que, para cada hectare plantado, existe aproximadamente outro hectare de floresta nativa destinada à conservação. Além disso, 86% das áreas das associadas estão certificadas. De caráter voluntário, a certificação florestal comprova a origem da matéria-prima e garante que os processos utilizados pela empresa certificada seguem princípios legais, técnicos, ambientais e sociais de excelência.

“É importante citar, também, que o setor florestal não só protege suas matas nativas e corpos d’água como auxilia no sequestro de carbono da atmosfera. Outro ponto é que a maioria da energia consumida pela nossa atividade é gerada na própria indústria, a partir de subprodutos do processo industrial. O uso de materiais renováveis gera uma energia limpa e contribui para a redução do uso de energias não renováveis e para a diminuição das emissões de carbono”, reforça o presidente da APRE.

Segundo Nasser, o Paraná é pioneiro em plantios florestais em larga escala e apresenta condições climáticas favoráveis e características competitivas, como infraestrutura logística (acesso a rodovias, portos e aeroportos), proximidade com os principais centros consumidores, presença de centros de pesquisa e universidades, além de importantes polos industriais.

Uma característica importante do setor florestal paranaense é a capacidade de abastecer mais de um segmento industrial, resultando em uma indústria múltipla e diversificada de produtos, aplicações industriais e serviços. Outro ponto de destaque são os constantes avanços em pesquisa genética e desenvolvimento de técnicas de manejo, que garantem aumento de produtividade e mais qualidade à madeira.

Principais números

Durante o lançamento do Estudo Setorial APRE 2022, o diretor executivo da Associação, Ailson Loper, apresentou alguns dos principais dados do segmento florestal do Paraná. De toda a madeira produzida no Brasil, o estado concentra 25% do volume, o equivalente a 37,3 milhões de metros cúbicos. Da madeira proveniente do pinus, esse número é ainda mais expressivo: o Paraná é responsável por 55% do volume produzido no país.

Outro número que chama a atenção é com relação aos empregos gerados pelo setor. Aqui, estão 16,5% de todos os empregados pelo segmento florestal brasileiro.

Merecem destaque, ainda, os dados de exportação. Dos produtos do setor florestal exportados pelo Brasil, saem do Paraná 70,7% das molduras, 66,5% dos compensado de pinus, 38,5% dos painéis, 35,0% do serrado de pinus, 31,1% do papel e 25,9% das portas de madeira. No último ano, o estado alcançou um aumento de 23% no volume das exportações de painéis reconstituídos e 7% no volume de molduras. Já em valor das exportações, o crescimento foi de 79% em painéis reconstituídos, 47% em molduras e 35% em resinas naturais. Nesse último item, inclusive, vale destacar que o Paraná é o terceiro maior produtor de resinas naturais do país. 

“Esses são dados que mostram a importância do setor florestal para a economia do nosso estado e também para o Brasil. Aqui, apontamos apenas alguns destaques, mas o levantamento produzido pela APRE traz muito mais. Temos informações detalhadas sobre os setes polos florestais paranaenses, com o perfil dos negócios e das espécies plantadas, bem como a produção e o consumo da madeira em cada uma das regiões. Também apresentamos dados sobre áreas plantadas, produtividade, cadeias produtivas, produção e exportação por segmento, além dos principais diferenciais do Paraná, dos desafios setoriais e do contexto mundial. Certamente, é um rico documento que pode auxiliar as empresas na tomada de decisões; os órgãos a pensarem em políticas públicas para fortalecer a atividade; e a sociedade a compreender a relevância dessa atividade no nosso dia a dia, já que os produtos de madeira estão mais presentes na nossa vida do que imaginamos”, completou Loper.

O Estudo Setorial APRE já está disponível no site da Associação – https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/publicacoes/estudo-setorial-apre-2022/

O painel interativo também pode ser acessado na página: https://https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br/sobre-o-setor/

Foto: Paulo França

APRE apresenta propostas do setor florestal para o governo do Estado

A diretoria da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) recebeu, nesta segunda-feira (26), o governador do Paraná, Ratinho Junior, candidato à reeleição. O encontro serviu para apresentar propostas do setor para os próximos anos. Além de Ratinho Junior, participaram da reunião o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara; o presidente e o diretor executivo da APRE, Zaid Nasser e Ailson Loper, respectivamente; Afonso Mehl, da Berneck; José Sawinski Junior, da WestRock; Paulo Tonetto, da Agroflorestal Riograndense; Fábio Brun, da RMS do Brasil; Álvaro Scheffer, da Águia Florestal; Gilson Geronasso, da Remasa Florestal; e Darlon Orlamunder de Souza, da Klabin.

No início do encontro, Zaid Nasser fez uma breve apresentação para contextualizar a APRE e o setor florestal. Ele citou que a Associação completa, em 2022, 54 anos de história e conta, hoje, com 45 empresas da cadeia produtiva florestal, além de 11 instituições de ensino e pesquisa. Dos 9,88 milhões de hectares plantados no Brasil, o Paraná detém 1,17 milhões, sendo 714 mil hectares de florestas de pinus, a maior área dessa espécie no país, e 450 mil hectares de eucalipto. Os dados atualizados farão parte do novo Estudo Setorial da APRE, que será lançado em breve.

“Esses números mostram a importância do setor para a economia do Estado e o potencial para manter e aumentar a base florestal. Um dado expressivo que chamou a atenção do governador é que o Paraná está em terceiro lugar em área plantada do Brasil. Se convertermos as áreas degradadas em florestas, podemos chegar ao segundo lugar. Ou seja, temos área para expansão. E é importante reforçar que, quando falamos em expansão, não estamos falando em abrir novas áreas para plantio, mas, sim, converter áreas que não têm aptidão para agricultura, tornando-as áreas florestais”, destacou o presidente da APRE.

Outro ponto importante citado por Nasser e reconhecido por Ratinho Junior é sobre o desenvolvimento social e econômico das cidades no entorno das florestas e das indústrias, especialmente aquelas no interior do Estado. Ele reforçou que a atividade florestal, além de ser sustentável e cuidar do meio ambiente, ajuda a aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios, muitos deles pequenos, em que a única atividade é voltada para esse setor.

“A indústria vem para desenvolver a região, com investimentos de caráter profissional e social e em infraestrutura. Com isso, surgem novos empregos e, para muitos trabalhadores, novas profissões. Temos, ainda, investimento tecnológico, com aprimoramento da mão de obra para outros setores; e investimento em infraestrutura, já que, muitas vezes, o acesso nas estradas rurais é difícil e há uma grande dificuldade para manutenções regulares – ou seja, o setor atua de forma positiva nesse sentido, dando melhor acesso às estradas e garantindo segurança, com melhor trafegabilidade. É importante citar, ainda, que as empresas florestais mantêm inúmeros programas para oferecer qualidade de vida à população”, apontou.

Na avaliação de Ratinho Junior, o setor florestal é um segmento de grande importância para o Estado e, hoje, o Paraná é uma grande potência em reflorestamento e em indústrias ligadas a essa cadeia.

“É um setor que colabora muito para a geração de emprego, para o crescimento do PIB do Estado e também para o desenvolvimento econômico regional. Hoje, tivemos a oportunidade de conversar com os representantes das empresas e conhecer, inclusive, outros tipos de matéria-prima produzidos pelo setor, até para a indústria de cosmético, por exemplo. Isso pode ser um potencial de atração de investimentos de empresas do Brasil e de fora aqui para o Estado. Tudo isso colabora para que, cada vez mais, o Paraná continue sendo um Estado sustentável e que tem um projeto de reflorestamento e de colaboração com o meio ambiente e com o setor produtivo”, afirmou.

Segundo o governador, o encontro na APRE foi bastante produtivo e ele percebeu que o setor “está motivado, exportando muito, gerando divisas para o Paraná. E que também tem projeto de expansão de reflorestamento e de novas indústrias no Estado”. Para ele, essa aproximação entre o poder público e iniciativa privada é uma excelente oportunidade para o governo entender de que forma pode colaborar para que o setor continue crescendo.

“Queremos que a Secretaria de Agricultura esteja mais próxima do setor florestal, bem como a Secretaria do Meio Ambiente. Além disso, temos um projeto de infraestrutura, que, inclusive, foi discutido na reunião de hoje, no sentido de melhorar as estradas vicinais, para que possam atender a parte logística e até evitar que caminhões com cargas pesadas trafeguem pelas rodovias asfaltadas do Estado, o que ajuda na manutenção dessas rodovias. Existe uma série de programas importantes que queremos avançar nos próximos anos”, garantiu.

Por fim, Zaid Nasser avaliou que o encontro com o governador e o secretário Norberto Ortigara foi bastante produtivo e serviu para reforçar a importância da atividade para a economia do Estado. “Essa interlocução entre o setor e o governo é muito importante. Os próximos passos serão estreitar ainda mais essa relação e ampliar o espaço para o diálogo. Devemos continuar trabalhando nesse sentido, para discutirmos desafios e soluções. Quanto mais trouxermos o governo estadual para perto, mais avanços poderemos conquistar”, finalizou.

Foto: Albari Rosa/AEN

Artigo: florestas plantadas são o futuro da bioeconomia

Por Zaid Ahmad Nasser

Hoje, 21 de setembro, comemora-se o Dia Mundial da Árvore, data criada para conscientizar a população sobre a importância dessa que é uma das maiores riquezas naturais que temos, fundamental para o meio ambiente e para a sociedade. No setor florestal, a preocupação com o futuro do planeta está sempre presente, e a atividade é pautada na sustentabilidade. Entendemos que, além da contribuição direta como fonte de insumo para os mais diversos fins, as árvores plantadas são um fator-chave para a redução da pressão sobre a necessidade de extração de madeira de áreas nativas.

É importante destacar que, aqui, os plantios florestais são distribuídos em mosaicos, alternando o cultivo de floresta plantada com área de floresta nativa. Isso quer dizer que a preservação e a conservação de matas nativas acontecem no entorno das áreas plantadas, com a formação de extensos corredores ecológicos. Ou seja: a expansão da base florestal ocorre somente onde não há mata nativa. Onde a floresta nativa existe, ela fica preservada, mantendo as características das espécies vegetais e animais para conservação e reprodução; reduzindo o impacto ambiental; e contribuindo para a conservação dos solos e produção e manutenção de água.

No Paraná, um dado bastante significativo pode exemplificar: para cada hectare de área plantada, existe mais um hectare de floresta nativa destinada à preservação. Há imóveis rurais no Estado em que o percentual utilizado para plantios de florestas de uso comercial chega a somente 38% do imóvel, e grande parte permanece com a vegetação nativa preservada. Portanto, sob a ótica do uso do solo x preservação, o Paraná se mostra com mais áreas preservadas do que plantadas com espécies de uso comercial, como o pinus e o eucalipto. Esses números mostram que, mais do que cumprir o que a legislação exige, as empresas de base florestal estão alinhadas com o que se espera de empresas éticas e comprometidas com a sociedade. Por isso, tenho convicção de falar que o setor florestal paranaense é a atividade que mais preserva o meio ambiente.

Mas, além de falar sobre preservação, precisamos destacar também a importância das árvores no combate às mudanças climáticas, já que a atual situação exige uma atenção especial com o meio ambiente e com os recursos naturais. Esse assunto está em alta no mundo inteiro, e é cada vez mais evidente a necessidade de se repensar o sistema econômico global. Nesse contexto, a bioeconomia surgiu como um conceito para enfrentar desafios, abordando as causas profundas do uso insustentável dos recursos naturais e buscando equilibrar o valor econômico e o bem-estar social com o meio ambiente e a sustentabilidade. E qual setor terá destaque nessa discussão? O florestal, sem dúvida!

As árvores são essenciais nessa discussão e a madeira é o futuro, pois é o material que tem mínimo impacto ambiental por ser renovável, contribui para retenção de CO² na atmosfera, entre outros inúmeros benefícios. Inclusive, o relatório “Produtos florestais na bioeconomia global”, em tradução livre, lançado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), apontou que o desenvolvimento econômico a partir do uso sustentável da floresta é a chave para as mudanças necessárias e urgentes, começando com a substituição de produtos fósseis por produtos provenientes de florestas plantadas.

O consumidor final está cada vez mais buscando a sustentabilidade, e isso é um grande estímulo para o setor florestal. São novas oportunidades. Temos percebido também o reconhecimento mundial da sociedade, do consumidor na ponta, de que a atividade florestal é sustentável. É importante citar que o setor de florestas plantadas está de olho no futuro, sempre buscando desenvolver novas tecnologias que agreguem valor ao produto florestal. Nanocelulose, tecido, cápsula de remédio, curativo e até glitter à base de celulose são alguns exemplos.

Mas, apesar de toda essa discussão, há um setor com enorme potencial para a madeira e que ainda pouco a utiliza: o da construção civil. Segundo um estudo divulgado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), ao utilizar a madeira como material construtivo, a emissão de gases de efeito estufa pode ser reduzida em 31%, quando comparada com uma obra convencional. E esse material ainda diminui o desperdício em 30% e reduz em até 80% o uso de energia elétrica. Do outro lado, temos números alarmantes: de acordo com a organização não-governamental World Wide Fund for Nature (WWF), a construção civil é responsável por 47% das emissões de gases de efeito estufa; o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente apontou que as edificações respondem por 40% do consumo global de energia; estima-se que esse setor consuma entre 40 e 75% dos recursos existentes; e, no Brasil, a construção gera aproximadamente 25% do total de resíduos da indústria e 60% do lixo sólido das cidades.

E precisamos ir além, falando também sobre déficit habitacional. Atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que há mais de 7,5 milhões de famílias que moram em residências precárias ou improvisadas. Para garantir habitação para todos, o governo brasileiro precisaria investir, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), R$ 76 bilhões por ano para promover políticas públicas de moradia.

Para melhorar todos esses cenários, a solução é fácil: investir em construções limpas, com matérias-primas renováveis, e a alta demanda habitacional do país é uma excelente oportunidade de crescimento para o setor. Um sistema construtivo como o wood frame, por exemplo, que é inovador, sustentável e ágil, possibilita que a obra seja 50% mais rápida. Além disso, qualquer coisa pode ser construída com madeira hoje. Na Universidade de British Columbia, no Canadá, existe um alojamento de 53 metros e 18 andares, o prédio de madeira mais alto da atualidade. Na Noruega, está em construção um edifício de 85 metros. E, no Japão, há a previsão de construção de uma torre com 350 metros.

Então, por que a discussão não avança? O que identificamos nessa jornada em prol da construção sustentável é que a principal barreira ainda é a falta de conhecimento. Crenças populares, como a relação de que casas de madeira são inferiores, para a população de baixa renda; dificuldade de inserir o assunto na academia; e normatização foram tópicos que nos chamaram a atenção.

Para que a construção sustentável seja realidade no Brasil, precisamos ultrapassar essas barreiras. O primeiro passo é investir em informação. Por que a madeira, conhecida pelos franceses como biomaterial, não é integrante da nossa cultura construtiva? Precisamos utilizar mais esse material fantástico, que é usado em larga escala no mundo inteiro, e que é excelente para o contexto ambiental em que estamos vivendo. A madeira é um ótimo isolante; é esteticamente bonita; ecologicamente correta; tem estruturas rápidas de construir, o que reduz tempo de obra, custos, desperdício; e muitas outras vantagens. Essas construções limpas, sustentáveis, serão fundamentais para o nosso futuro, e precisamos apostar em fontes renováveis para alinhar produção e consumo.

Também devemos aproveitar a nossa capacidade de produzir madeira, já que desenvolvemos uma das melhores silviculturas do mundo. Quando falamos em crescimento anual das árvores plantadas, o Brasil possui os melhores índices – em comparação com outros países que possuem como base a produção florestal, somos líderes, podendo chegar a um crescimento até sete vezes maior. O Paraná também segue nessa linha e é referência em termos de produtividade.

Por todas as informações aqui destacadas, reforçamos que o setor florestal é o protagonista da bioeconomia e tem potencial para fazer a diferença. Nos últimos 20 anos, as empresas têm trabalhado fortemente para aproveitar mais a madeira, aumentando a produtividade, com investimento em tecnologia e genética, e diminuindo impactos. Estamos focados em gerar crescimento econômico e desenvolvimento socioambiental, além de soluções para a nova economia. Somos uma indústria que tem o compromisso com o desenvolvimento sustentável, por meio de ações focadas nas pessoas, no meio ambiente e na prosperidade das comunidades.

Zaid Ahmad Nasser é presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) e diretor do Grupo The Forest Company. Profissional com mais de 15 anos de experiência no setor, é formado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); pós-graduado em Engenharia e Segurança do Trabalho e Engenharia de Logística; e possui MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Foto: Mosaico de áreas naturais – Bando de imagens APRE – Zig Koch

APRE promove reunião técnica mensal dentro da Lignum Latin America

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) participou, na última semana, da Lignum Latin America, feira focada na transformação, beneficiamento, preservação, energia, biomassa, manejo florestal e uso da madeira. A APRE fez parte do estande da Associação Sul-Brasileira de Empresas Florestais (ASBR), juntamente com as Associações de Santa Catarina (ACR) e Rio Grande do Sul (Ageflor).

Aproveitando essa participação na feira, a APRE promoveu seu tradicional encontro técnico mensal de forma presencial, dentro da Lignum, e mais de 25 pessoas estiveram presentes. Além das atualizações feitas pelo diretor executivo, Ailson Loper, a reunião teve também as participações de Breno Campos, diretor do Departamento de Florestas Plantadas (Deflop/ SEAB); Dra. Ana Paula Dalla Corte, professora da UFPR; e Jason de Oliveira, da Solufor.

Vale destacar, ainda, que a Lignum fez parte da Semana Internacional da Madeira, que trouxe para a capital paranaense eventos técnicos relacionados à produção e à industrialização de madeira de florestas plantadas.

Ministro do Meio Ambiente conhece iniciativas sustentáveis da indústria do Paraná

O presidente da APRE, Zaid Ahmad Nasser, e o diretor executivo da Associação, Ailson Loper, participaram, na noite desta segunda-feira, 23 de agosto, de um encontro promovido pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. A visita faz parte de um processo de aproximação do ministério com o setor industrial, com o objetivo de conhecer as iniciativas das empresas na área de descarbonização e industrialização verde. Estiveram no evento industriais e executivos ligados à área ambiental de organizações paranaenses.

Segundo Joaquim Leite, uma das áreas em que o Ministério tem atuado é a da regulamentação do mercado de créditos de carbono, uma tendência global considerada essencial para a redução e equilíbrio das emissões de gases de efeito estufa. “O governo editou um decreto que criou a certidão de nascimento do mercado de carbono regulado brasileiro. Criamos um mercado que tem uma plataforma única de registro para garantir transparência e não dupla contagem”, explicou.

Para ele, o mercado do país tem alguns componentes inovadores. “O primeiro mercado regulado do mundo que tem o agro dentro é o mercado brasileiro, porque nós temos oportunidade de ser exportadores de créditos de diversas fontes, como energias renováveis, indústria de baixa emissão e agricultura, em diversas formas”, relatou, acrescentando, ainda, que o Brasil já assinou um acordo bilateral com o Japão para exportação de créditos de carbono, além de negociar com outros três países.

Aproveitando a fala do ministro sobre o mercado de carbono, o presidente da APRE lembrou que o setor florestal está alinhado com o tema e tem muito a contribuir, pela experiência adquirida ao longo dos anos. “No setor florestal, temos essa pegada de carbono, o que pode agregar muito ao país, já que diversas empresas têm desenvolvido técnicas e apostado em novas tecnologias para contribuir. Essa visão, alinhada ao governo, pode gerar bons frutos. Inclusive, o ministro Joaquim Leite reconheceu a experiência do nosso segmento florestal nesse sentido e reforçou que é um setor que tem muito a agregar na discussão”, destacou.

Além desse tema, Nasser também falou sobre o debate em torno da substituição de combustíveis fósseis por combustíveis renováveis, algo que é apontado como o caminho do futuro. Para ele, o encontro foi bastante produtivo para a APRE e para as empresas as quais ela representa, porque foi uma oportunidade de mostrar os diferenciais do setor florestal dentro dessas discussões ambientais mais recentes e também de conhecer a realidade de diferentes setores do Paraná.

“O ministro tem uma postura de diálogo aberto e transparente, e essa ligação com o setor privado possibilita que participemos das discussões práticas. Assim, acredito que teremos espaço para buscarmos implementar políticas que estimulem um ambiente mais comercial e economicamente aberto para o mercado como um todo. Inclusive, aproveitei a oportunidade de diálogo aberto para falar sobre o PL 1366, que trata da exclusão da silvicultura do rol de atividades potencialmente poluidoras. O ministro pontuou que está acompanhando de perto esse projeto e discutindo internamente as possibilidades”, citou.

Carlos Valter Martins Pedro, presidente do Sistema Fiep, também avaliou que o encontro com o ministro foi muito importante para o setor industrial paranaense. “Nós, da Fiep, temos a honra de receber o ministro com uma pauta tão importante e de tanto interesse de avanço para a indústria do Paraná”, disse, destacando principalmente a necessidade de políticas voltadas para a geração de energia limpa. “O ministro diz que é parceiro do setor privado e, se tem uma coisa que a indústria brasileira precisa, é uma questão de energia mais barata, mais disponível e, inclusive, zerando impostos sobre energias renováveis. Isso, para nós, é fundamental. No Paraná, temos características que são muito importantes para avanço nessa pauta, e o metano é uma delas”, concluiu.

Foto: Gelson Bampi