Workshop vai discutir qualidade e utilização de produtos de florestas de pinus e eucalipto

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e a Embrapa Florestas vão realizar, nos dias 19 e 20 de março, a sexta edição do Workshop Embrapa Florestas/Apre, que vai discutir “Produtos da floresta de pinus e eucalyptus: qualidade, utilização e mercados”. As inscrições já estão abertas e custam R$ 100,00 para estudantes, R$ 200,00 para professores, R$ 400,00 para profissionais de empresas associadas e R$ 500,00 para profissionais de empresas não associadas. O evento vai acontecer na sede da Embrapa Florestas, em Colombo (PR).

No primeiro dia, o tema central será “Manejo e Avaliação Econômica”, e as palestras vão abordar “Como obter o melhor resultado de sua floresta”; “FUNPINUS – Programa Cooperativo de Melhoramento de Pinus” e “ILPF – Conversão de plantios florestais para ILPF no 1° desbaste”. Para fechar o primeiro dia, o painel “Mercado e Economia” irá debater os temas: “Madeira ideal para laminação e serraria”, “Florestas e mercado de toras” e “Avaliação econômica – Vale a pena? Custos? Preços?”.

Já no dia 20, serão discutidos os “Multiprodutos”, com palestras sobre “Obtenção de multiprodutos da floresta – Flosul”; “Resíduos de eucalyptus para biomassa industrial na Klabin”; “Preservação da madeira na propriedade rural” e “A madeira na rota de energia do Paraná – FIEP visão 2030”. O evento encerra com o painel Uso e Agregação de valor, com os temas Resinagem, Miniserraria e Qualidade da madeira produzida pelas cooperativas florestais – Copergera.

Para mais informações e inscrições, acesse a página do evento https://goo.gl/Fa1Aa1. Em caso de dúvidas, basta entrar em contato com a Associação, pelo e-mail https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg@https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br ou pelo telefone (41) 3233-7856.

Serviço
6º Workshop Apre/Embrapa
Data: 19 e 20 de março de 2019
Local: Embrapa Florestas – Estrada da Ribeira, km 11 – Colombo (PR)
Informações e inscrições: https://goo.gl/Fa1Aa1
Dúvidas: https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg@https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br – (41) 3233-7856

Jubileu de Ouro: Apre comemora 50 anos de atuação pelo desenvolvimento do setor florestal do Estado

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) comemorou, no início de novembro, 50 anos de história. Ao longo dessas cinco décadas, a entidade se firmou como uma referência de apoio ao setor no Estado do Paraná e no Brasil, com interação contínua junto às empresas e agentes setoriais, sempre pensando em fortalecer as ações produtivas do setor florestal paranaense. Atualmente, a Apre congrega 48 empresas da cadeia produtiva de base florestal dos mais diversos perfis, que representam cerca de 50% da área de floresta plantada no Paraná.

Segundo o presidente da Associação, Álvaro Scheffer Junior, o Paraná concentra 10% das empresas florestais do Brasil e um dos parques industriais mais diversificados do país, sendo um dos principais Estados para a economia deste segmento. Pela força do setor, ele destaca que a Apre procura estarsempre atenta às discussões para participar ativamente da formulação de uma agenda prioritária no Estado.

“O segmento florestal traz um importante retorno à sociedade, proporcionando desenvolvimento econômico, social e o cuidado que o meio ambiente necessita para perpetuar toda a grandeza da flora e fauna. Temos em nossas mãos um setor pujante e com excelentes perspectivas de futuro, um segmento que soube se reinventar ao longo do tempo, agregando tecnologia, precisão, pesquisa e desenvolvimento a todas as etapas do negócio florestal. Por isso, precisamos acompanhar tudo o que nos envolve e nos posicionando estrategicamente ao longo dos anos como o agente articulador deste setor perante as mais diferentes esferas público-privadas da sociedade organizada e de demais stakeholders do setor. É assim que vamos conseguir promover e defender os interesses coletivos das empresas de base florestal plantada do Estado do Paraná, em prol do desenvolvimento sustentável setorial”, garante.

Comemoração ao Jubileu de Ouro

O evento organizado para celebrar os 50 anos da Associação aconteceu na noite de 8 de novembro no Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) ereuniu diversas autoridades, empresários, ex-presidentes e representantes do setor florestal.

O secretário de Estado de Meio Ambiente do Paraná, Antonio Carlos Bonetti, representou a governadora Cida Borghetti na solenidade. Na avaliação dele, o trabalho representativo da Apre é muito importante. Ele lembrou que, neste ano, a Associação esteve na Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) apresentando o Estudo Setorial lançado no início do ano para a equipe interna. Bonetti disse que a Apre conseguiu quebrar o preconceito das pessoas com relação ao segmento, provando que “muito se faz e muito ainda poderá ser feito”. “Parabenizo a entidade pelos 50 anos de história, pelo que fizeram até hoje e pelo que com certeza ainda vão fazer em prol de um setor que tem um papel tão importante na economia. Que continuem um trabalho brilhante, principalmente no novo ano que se inicia, praticando a ética, honestidade, sinceridade, clareza e fazendo o que é certo”, disse.

Oex-secretário da Agricultura Norberto Ortigara também participou do encontro, representando o governador eleito Ratinho Junior. Segundo ele, o setor florestal paranaense tem grande capacidade de geração de renda e mostra uma importante presença no cenário nacional.

“É uma cadeia que produz riquezas. Por isso, estamos alertas às necessidades do setor, para propiciar um ambiente favorável aos negócios. Queremos uma gestão eficiente e com responsabilidade. Precisamos devolver à sociedade serviços mais eficazes, além de infraestrutura. Vamos ser parceiros do setor. Esperamos que as empresas tenham sucesso, que a Apre tenha vida longa e continue congregando o setor”, afirmou.

Edilson Batista, pesquisador da Embrapa Florestas, que na ocasião representou o chefe-geral da instituição, Edson Tadeu Iede, destacou que a Embrapa completou 40 anos em 2018. Segundo ele, as duas entidades têm histórias de sucesso em comum e trabalham incansavelmente para promover o desenvolvimento do setor florestal. Batista ressaltou o importante trabalho realizado pela Apre e garantiu que a parceria entre a Embrapa e a Associação deve continuar.

Após os discursos, os ex-presidentes presentes foram homenageados: Antonio Albino Ramos; Roberto Gava; Gilson Geronasso; e Álvaro Luiz Scheffer. Também receberam homenagem as instituições parceiras Embrapa Florestas; Emater; Secretaria de Estado da Agricultura; Secretaria de Estado do Meio Ambiente; Associação Sul Brasileira de Empresas de Base Florestal; Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR); Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor); Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep); Universidade Federal do Paraná (UFPR). Por fim, as placas comemorativas foram entregues a Carlos Mendes e Ailson Loper, diretor executivo e gerente executivo, respectivamente, e ao presidente, Álvaro Scheffer Junior.

História

Além do discurso das autoridades, o professor Antonio Albino Ramos, representando os ex-presidentes da Apre, fez um resumo da história da Associação, destacando também algumas curiosidades desses 50 anos.

Em 1968, a Apre foi fundada pelos principais empresários do setor florestal à época: Luiz Fernando Anciutti Pessoa, José Gerson Maysonnave, Odair Ceschin, Oscar Clair e Ipuran Justus, além dos profissionais da Engenharia Florestal Elizeu Lacerda e Fernando Santos Herkenhoff e os engenheiros agrônomos Hans Bönisch e Sebastião Almeida Ribas. Naquele ano, a Associação funcionava junto à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Uma curiosidade é que a Apre foi a segunda entidade de reflorestadores criada no Brasil e seguiu o exemplo pioneiro do engenheiro agrônomo Armando Navarro Sampaio, que criou, junto a um grupo de empresários paulistas, a Associação Paulista de Reflorestamento, em 1967.

Como primeiras ações da diretoria, os fundadores procuraram estreitar o relacionamento dos empresários paranaenses com a administração do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), órgão que tratava de assuntos referentes a incentivos fiscais, destinados aos reflorestamentos e que, naquela época, eram pouco aproveitados pelas empresas paranaenses. A primeira diretoria também foi responsável por tratar dos assuntos relativos às normas para a elaboração e a execução de projetos de reflorestamento junto ao Departamento de Economia Florestal do IBDF. Em paralelo a esses trabalhos, os participantes da Apre buscaram realizar diversos trabalhos e atividades em defesa dos interesses dos empresários paranaenses, como a divulgação das técnicas silviculturais e de proteção florestal, que é feito até hoje.

O primeiro grande evento do qual a Apre participou foi o Congresso Florestal Brasileiro, que aconteceu entre os dias 20 e 26 de outubro de 1968, promovido pela Fiep. O encontro teve a presença do então ministro de Estado da Agricultura, Engº Ivo Arzua Pereira, e do governador do Paraná. Além das autoridades, participaram também representantes das maiores empresas do setor madeireiro, das instituições governamentais, das instituições de pesquisa florestal, bem como professores da Escola Nacional de Florestas e os novos empresários do setor de reflorestamento. Na ocasião aconteceu a solenidade de plantio do Pinheiro do Paraná, que, atualmente, pode ser visto ao lado da sede da Fiep na Candido de Abreu.

“Trata-se de uma árvore que também tem 50 anos, que venceu todos os obstáculos. Enquanto essa árvore crescia, nossas empresas associadas plantaram mais de 1,6 milhões de árvores. Por isso, ao visualizar essa árvore, todos devem lembrar do incansável trabalho da Apre e das empresas associadas em prol do desenvolvimento do setor florestal paranaense”, completou.

Setor florestal do Paraná defende políticas mais assertivas para que atividade avance no Estado

O setor florestal é um dos principais segmentos da economia, e mesmo com a retração dos últimos anos, a balança comercial se manteve superavitária. Entre os motivos está a variação cambial, que favoreceu a exportação e fez com que o volume exportado superasse o importado. No entanto, de acordo com a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), o segmento ainda trabalha para alcançar incentivos direcionados para fomentar investimentos em infraestrutura e também para atrair novos investimentos de pequeno, médio e grande porte, seja no âmbito florestal (oferta) ou industrial (demanda).

Entre as demandas levantadas pela associação e apresentadas aos principais candidatos ao governo do Estado do Paraná estão anecessidade de o setor integrar institucionalmente a Secretaria de Agricultura, com uma diretoria ou departamento de florestas plantadas; a implementação da política de Parceria Público-Privada (PPP) na área de infraestrutura viária rural; e a implantação do Programa de Regularização Ambiental (PRA), no âmbito do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Estado do Paraná. Para justificar tais necessidades, a Apre apresentou os principais desafios apontados pelos empresários florestais e que foram incluídos no Estudo Setorial de Florestas Plantadas, produzido pela Associação.

Segundo o documento, o Paraná tem potencial limitado de expansão de plantios devido ao preço de terras no Estado em competição com o agronegócio,bem como parque industrial deficiente em determinados pólos florestais. Além disso, a burocratização do acesso aos programas de incentivo a pequenos e médios produtores florestais e dos processos de licenciamento do uso de cascalheira também é uma dificuldade. Há, ainda, o problema dos altos juros e dificuldade de financiamento e a necessidade de melhoria contínua e de manutenção da infraestrutura e malha viária (ferrovias, rodovias), para escoamento da produção, com atenção especial às estradas vicinais.

Outros desafios apontados pelo estudo são a necessidade de aumentar a formalidade nas operações de pequenos e médios produtores florestais e incentivar a ampliação, instalação e diversificação de indústrias consumidoras em determinados polos florestais, pois o adiamento de instalação e início de produção anunciadas geraram excesso de madeira fina no mercado; e é preciso buscar uma adequação tributária das empresas enquadradas no Simples Nacional com relação ao recolhimento do ICMS.

“A Apre, como Associação de classe e representante das empresas de base florestal plantada do Paraná, posiciona-se estrategicamente como o agente articulador deste setor perante as mais diferentes esferas público-privadas da sociedade organizada e de demais stakeholders do setor. Por isso, frente às reais necessidades e desafios impostos, temos buscado cumprir uma ampla agenda de trabalho, dentro e fora dos diferentes segmentos econômicos que representamos, na busca contínua pelo fomento, melhoria e desenvolvimento das atividades florestais/industriais no Estado, tudo pensando no fortalecimento setorial”, garante o presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior.

Trabalho da Associação

Para melhorar o cenário do segmento, a Apre vem trabalhando, ainda, para trazer segurança jurídica para o setor, com o intuito de estabelecer os preceitos para garantir negócios e empreendimentos sustentáveis na cadeia produtiva – florestal e industrial. Neste trabalho entram o novo Código Florestal Brasileiro; a atualização da legislação estadual, que teve o novo código como base; as condições diferenciadas de financiamento para as indústrias paranaenses; e a regulamentação da venda de terras para estrangeiros.

Outra frente de atuaçãotrata da criação de políticas públicas direcionadas à base florestal, que trazem resposta à demanda crescente por produtos de madeira aliada aos impactos socioambientais positivos das florestas plantadas. Entre elas estão a Política Agrícola para Florestas Plantadas; os incentivos fiscais à exploração de florestas plantadas; a Política Nacional de Biocombustíveis Florestais; e o Plano Estadual de Conservação e Cultivo Florestal.

Como ações prioritárias para trazer mais competitividade e permitir o desenvolvimento das empresas florestais, a agenda de trabalho da Apre inclui também articulação e apoio a programas que visam a promoção e a disseminação de informações e conhecimento de cunho tecnológico para o setor florestal-industrial, como pragas e doenças florestais, melhoramento de pinus, ensino e pesquisa, além de melhoria e difusão de tecnologia florestal. O trabalho inclui, ainda, ações integradas de apoio à padronização de produtos do setor florestal, bem como a formalização de normas técnicas que estabeleçam as especificações e outros parâmetros de produtos florestais; ações de comunicação com o setor e com a sociedade organizada para difundir o conhecimento na melhoria da competitividade setorial; e ações integradas junto a diversos atores político- institucionais visando debater propostas para a defesa de demandas e interesses do setor florestal.

“A Apre tem uma atuação dinâmica com os diversos atores da cadeia produtiva, desde os produtores florestais, passando pela indústria, governos e instituições de classe, instituições de ensino e pesquisa até o consumidor final. Não ficamos restritos apenas aos agentes do setor florestal. Nosso objetivo, enquanto associação representativa, é estar sempre atenta a discussões do setor para que possamos participar ativamente da formulação de agenda prioritária no Estado. É desse jeito que vamos conseguir promover e defender os interesses coletivos das empresas de base florestal plantada do estado do Paraná, em prol do desenvolvimento sustentável setorial”, completa o presidente Álvaro Scheffer Junior.

Simpósio reúne profissionais para mostrar os avanços da construção com madeira no Brasil e no mundo

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFR) reuniram, no dia 19 setembro, mais de 130 pessoas para o 5º Simpósio Madeira & Construção, entre estudantes, arquitetos, engenheiros e profissionais ligados ao tema. Na avaliação da associação a promoção de cada uma das edições em diferentes instituições de ensino mostra o dinamismo e o interesse crescente pelo tema. “Foi um evento que atingiu os objetivos institucional e técnico, além de envolver todo o público e os palestrantes em um ambiente propício para a troca de experiências”, afirmou o gerente executivo da Apre, Ailson Loper.

Um dos painéis do evento convidou os participantes a fazer um “Olhar para o Futuro”. A analista de tendências Babi Satinsack mostrou, entre outras coisas, como serão os espaços de morar e trabalhar, a partir das macrotendências em que todas as pessoas estão inseridas: coletividade, velocidade e sustentabilidade. “As tendências são conclusões do cenário atual e somente vão durar se forem baseadas na verdade”, afirmou. De acordo com ela, é essencial “dar um passo para trás” e ver a tendência macro para trabalhar dentro disto, e não apenas “surfando na onda”.

Julio Bernardo da Silva Junior, engenheiro ambiental, também participou do encontro, apresentando as visões de teóricos de várias correntes; de governos e empresários; e de cientistas sobre a sustentabilidade. Ele comentou, ainda, sobre o conceito da casa sustentável, que deve ser pensada como um todo, e não apenas no material que será usado em sua construção, dizendo que a habitação baseada na sustentabilidade está conectada com a energia limpa e a gestão dos resíduos, por exemplo.

Outro palestrante do painel “Olhar para o Futuro” foi o engenheiro José Daniel Sato, que abordou o papel da edificação em madeira no contexto atual, salientando que esta já não é mais uma tendência, e sim uma realidade. Ele lembrou que a madeira já foi largamente usada nas construções e foi abandonada depois que apareceram outras tecnologias construtivas. Para o engenheiro, são os novos profissionais que vão ajudar no desenvolvimento desta cadeia. “Os Estados Unidos, a Europa e o Canadá estão construindo em madeira com ótimos resultados. Por que essa diferença para cá? Nós temos capacidade de fazer por aqui de maneira excepcional. Se não mudarmos a forma de agir, não vai funcionar. É necessário alavancar todo este sistema. Ao mesmo tempo, já não temos volta. A construção em madeira é irreversível. E tem um detalhe: sendo feito o manejo de forma correta, não vai faltar madeira nunca”, avaliou.

Projetos em madeira

Para trazer, ainda, conteúdo técnico para o Simpósio, a organização montou um painel que discutiu as tendências para projetos em madeira e novas tecnologias. Kastner Drewell, engenheiro civil da Immergrun, ressaltou que o primeiro passo para se projetar com madeira é conhecer o material, quais as espécies, geometria, medidas, para fazer a melhor utilização dele. Além disso, afirmou ser importante conhecer as fixações e quais os materiais disponíveis para isso. “A partir disso, define-se altura, forma e aparência da estrutura, destacando, inclusive, por onde vai entrar a iluminação, onde ficarão as instalações elétricas e hidráulicas, ponte rolante, entre outros. Por fim, é necessário  pensar nas medidas de proteção, como proteção térmica, contra calor e frio; proteção preventiva contra incêndio; proteção acústica e proteção construtiva”, explicou.

Rafael Andrade de Souza, da Construtora Ragaframe, complementou, dizendo que o ponto crucial para um projeto em madeira é ter noção da sustentação e a atuação da carga dentro da estrutura. Ele destacou também que é preciso quebrar o paradigma de trabalhar com materiais de forma isolada e apostar na combinação deles para aproveitar a melhor característica de cada um, já que nem sempre o material mais barato é o mais econômico. “Explorar o material dentro da melhor performance ajuda no desempenho da estrutura, e tudo isso traz economia para a obra”, garantiu.

A discussão trouxe, ainda, o conceito do BIM (Building Information Model), ou Modelagem da Informação da Construção, que foi apresentado pelo arquiteto Fábio Freire. O processo engloba modelagem paramétrica, interoperabilidade, colaboração e portabilidade da informação. Na opinião dele, a ferramenta proporciona melhorias no processo em todas as etapas do projeto e surge como catalisador do novo paradigma de abordagem do trabalho da indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção ao longo de todo o ciclo de vida de um edifício, desde a fase inicial de concepção até a sua construção e manutenção.

Experiências pelo mundo

Há diversos países ao redor do mundo onde a madeira já é bastante utilizada na construção civil e faz parte da cultura. Para mostrar essas experiências, o 5º Simpósio Madeira & Construção trouxe a arquiteta e professora Janice Bernardo, que morou na Itália para fazer uma parte de seu pós-doutorado. Ela aos participantes que o país é pioneiro na certificação das edificações históricas dentro de padrões de sustentabilidade e, por lá, a utilização da madeira é bem vista tanto do ponto de vista de sustentabilidade, quanto culturalmente.

“Eles têm a tradição da madeira já nas edificações antigas, desde o passado medieval, o renascimento. Há o interesse sempre no restauro e na manutenção dessas estruturas antigas, e quando são inseridas novas estruturas, elas também vêm com uma nova tecnologia, como a madeira laminada colada, por exemplo. Há um grande avanço da arquitetura ícone do desenvolvimento dos últimos 10 anos. Um exemplo é o UniCredit Pavilion, na Praça Gae Aulenti, em Milão, que é a inserção de um produto da arquitetura contemporânea num espaço de valorização e de requalificação urbana. É uma estrutura de três pavimentos mais subsolo em madeira laminada colada”, destacou.

Da tradição do uso da madeira na Itália para um país que avança na popularização da madeira nas construções. O engenheiro e sócio-diretor da Carpinteria Estruturas de Madeira, Alan Dias, contou a experiência que teve ao conhecer o trabalho realizado no Canadá, mais especialmente na região de Vancouver, em British Columbia. Apesar de o país estar bastante avançado na construção com madeira, com inúmeras construções, há ainda o preconceito por parte da população, segundo Dias.

“O Canadá passou por um processo como o que estamos passando agora, de popularização da madeira, há 10 anos. Temos a visão de que tudo está muito avançado, mas o preconceito ainda existe por lá. A realidade só vem mudando graças aos incentivos, às instituições pró-madeira. É um processo que todos os países vão passar, porque o futuro é madeira. Outro ponto que é importante ressaltar é de que o futuro é também o da industrialização. Ou seja, quanto mais industrializado, mais rápido, mais qualidade, mais barato e mais sustentável. A madeira tem tudo isso”, garantiu.

Nessa discussão, era preciso também incluir o Brasil. Por isso, José Marcio Fernandes, diretor da Tecverde, apresentou o que vem sendo feito por aqui em sistemas construtivos com madeira. Segundo ele, a madeira é capaz de levar a construção civil para um salto de produtividade de cinco a 10 vezes. Nas construções idealizadas pela Tecverde, um empreendimento de 250 unidades tem uma redução de prazo de 21 meses para seis meses, além de redução significativa no número de pessoas na obra e nos custos.

“A Tecverde se apropria da madeira como elemento construtivo de alta performance. Para nós, ela é um elemento estrutural importante que nos permite industrializar a construção e que pode trazer eficiência. Precisamos convencer os construtores disso, e esse é o nosso desafio”, afirmou.

Empreendedorismo e marketing

A grande novidade da quinta edição do evento foram os novos conteúdos abordados, como comunicação e empreendedorismo, já que, segundo a organização, é preciso oferecer conteúdo prático para os estudantes que logo estarão no mercado de trabalho e para os jovens profissionais.

A consultora de marketing Caroline Strobel proferiu a palestra “Como Comunicar Seu Negócio”, na qual enfatizou a importância de pensar sob o ponto de vista do público-alvo e como é possível tangibilizar o projeto para quem está interessado. Ela salientou que a forma de se apresentar e de contar “quem sou eu” faz uma enorme diferença na hora de fechar o negócio, sempre com foco nas propostas claras e diferenciais bem estabelecidos.

“Para crescer seu negócio, é fundamental entender seu consumidor profundamente; seu mercado e seus concorrentes; e as melhores ferramentas de comunicação para você”, ressaltou. Por meio delas, é possível sair do conhecimento do possível cliente até a contratação, de acordo com Caroline, ainda mais em tempos de internet e redes sociais.

Marcela Milano, especialista em empreendedorismo e inovação digital, faz parte da equipe do projeto de apoio às startups do Sebrae Paraná. Ela levou um pouco deste “mundo de inovação” aos participantes do simpósio, mas fazendo uma relação com qualquer tipo de negócio.

Para isso, no lugar de repassar “dicas”, ela mostrou as principais falhas cometidas no processo de criação e maturação das startups, e que podem servir de lição. Entre elas estão “não ser atrativo para financiamentos e investidores”; “falha na expansão”; “perder o foco”; “ignorar os clientes”; “marketing pobre”; “produto sem um modelo de negócios”; “venda e custos incorretos”; “time errado”; “esbanjar dinheiro”; “produto sem necessidade no mercado”.

Uma das principais lições que ela deixou foi a seguinte: “errar rápido para errar barato”. “Não adianta insistir quando vê que aquilo não está dando certo. Isso vai consumir muito tempo e dinheiro”, comentou.

Evento

Promovido pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e a Universidade Tecnológica do Paraná (UFPR), o Simpósio contou com o apoio institucional da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Conselho Regional de Arquitetura do Paraná (CREA-PR), Embrapa Florestas, Faculdade Estácio, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná, Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira da UFSC, Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Universidade federal de Santa Catarina (UFSC), Unicentro e Unila.

Simpósio vai discutir possibilidades para projetar com madeira

Para levar a estudantes, profissionais e acadêmicos conteúdos inspiradores sobre a construção com madeira no Brasil, acontece em Curitiba no dia 19 de setembro a quinta edição do Simpósio Madeira & Construção. A programação traz os principais nomes do mercado nacional que têm a experiência de projetar, calcular e especificar projetos que utilizam a madeira na construção civil. O evento é promovido pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFR).

O engenheiro civil e especialista em estruturas de madeira Guilherme Stamato, que irá moderar o painel “Projetos em madeira”, garante que hoje já é possível fazer grandes obras com madeira, inclusive edifícios altos, graças à evolução da tecnologia aplicada. Ele cita o desenvolvimento da madeira laminada colada cruzada e da própria madeira laminada colada, que, aliadas, permitiram quebrar a barreira do número de andares de edifícios, por exemplo. Outro grande avanço é a aplicação de automação e equipamentos de precisão para usinagem e produção das madeiras engenheiradas, que possibilitam construções industrializadas e com precisão de montagem equivalente ao que se consegue com estruturas metálicas, por exemplo.

“É importante citar também a valorização do desempenho energético das construções, já que essas construções em CLT ou wood frame costumam atender desempenho térmico grande, sem que isso encareça demais a edificação, e a evolução do entendimento do comportamento da madeira em situação de fogo, pois os estudos demonstram que é possível prever o comportamento dela em um incêndio e, assim, fazer um projeto que dê segurança mesmo nessa condição extrema. Todas essas evoluções ajudam a quebrar um pouco do preconceito que ronda a madeira”, destaca o engenheiro.

Na opinião de Rafael Andrade Souza, engenheiro industrial madeireiro da construtora Ragaframe que irá participar do painel no evento, a utilização de todos os elementos está sendo feita com inteligência, ou seja, pegando a melhor característica de cada material e usando-a de forma combinada. Um exemplo disso são os sistemas híbridos, aliando a madeira ao concreto.

“Usa o que é importante do concreto com a levedes do CLT. Usamos a madeira onde ela é importante, mas o concreto também. A tecnologia está ao nosso alcance. Temos facilidade para novos softwares para calcular estruturas de madeira, softwares específicos, e tudo isso traz mais segurança, facilitando muito o trabalho da Engenharia e da Arquitetura. Não tem limite para utilização. O problema está muito mais na barreira cultural do que no nível de tecnologia disponível”, reforça.

Mas além do preconceito das pessoas com relação à madeira, Kastner Marcelo Drewell, engenheiro civil da Immergrun, empresa que deve começar a produzir ainda este ano casas em wood frame, avalia que a dificuldade para se obter conhecimento sobre o assunto no Brasil é uma grande barreira. “Falta conhecimento sobre a característica do material, como fixar, como agregar o conhecimento de cálculo com concepção, com o design da estrutura. A mão de obra disponível, hoje, também carece qualificação”, afirma.

Outro problema apontado pelos três profissionais está nas universidades, já que as faculdades de Engenharia e Arquitetura pouco ensinam como se trabalhar com madeira. O engenheiro da Immergrun lembra que há poucas pessoas que sabem construir com esse material, e o Brasil tem tentado “correr atrás para recuperar o tempo perdido, mas isso não está acontecendo com incentivos das escolas e do governo. Não temos mão de obra qualificada, os professores não estão preparados”.

E Guilherme Stamato complementa: “como os currículos das universidades não trazem conhecimento sobre o assunto, as pessoas que se interessam por esse tipo de construção precisam pesquisar por conta própria ou fazer pós-graduação para buscar um conhecimento que não está tão disponível”, ressalta.

Projetos em madeira

Rafael Andrade Souza e Kastner Marcelo Drewell vão trazer um assunto novo para a discussão durante o Simpósio Madeira & Construção, algo que une arquitetos e engenheiros. “Queremos trazer o viés de concepção de arquitetura, estrutura e cálculo estrutural. Vamos iniciar com o conceito de apoio das estruturas, a distribuição das cargas e como ela influencia no apoio da estrutura. Também vamos abordar a transferência de esforço das cargas, entrando no conceito do sistema da estrutura para melhor explorar o material”, adianta Souza.

Além disso, Drewell também vai apresentar a parte arquitetônica, o que é importante e as premissas que devem ser seguidas para começar a projetar em madeira. Ele vai mostrar as formas possíveis e como chegar nelas, mostrando cada etapa.

“Queremos abrir o apetite das pessoas para que pesquisem e busquem mais informações sobre cada assunto que vamos apresentar. São itens que se unem. Nossa proposta é dar uma base geral para abrir os olhos e para que as pessoas vejam que projetar com madeira não é um bicho de sete cabeças”, completa.

O Simpósio conta com o apoio institucional da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Conselho Regional de Arquitetura do Paraná (CREA-PR), Embrapa Florestas, Faculdade Estácio, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná, Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira da UFSC, Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Universidade federal de Santa Catarina (UFSC), Unicentro e Unila.

Para conferir a programação completa acesse www.expomadeira.com.br.

Serviço

5º Simpósio Madeira & Construção
Data: 
19 de setembro de 2018
Local: Centro de Eventos da UTFPR – Av. Sete de Setembro, 3165 – Curitiba (PR)
Horário: das 8h às 18h
Inscrições apenas no dia do evento
Mais informações: apre@https://apreflorestas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/iba-1.jpg.com.br

UTFPR recebe quinta edição do Simpósio Madeira & Construção

Evento contará com discussões sobre tendências, empreendedorismo, projetos em madeira no Brasil e no mundo

Dia 19 de setembro, Curitiba recebe a quinta edição do Simpósio Madeira & Construção. O evento promovido pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFR)este ano inova no formato e na programação.

“Optamos este ano por condensar as discussões em um único dia, para otimizar a agenda de profissionais e estudantes. Além disso, agregamos ao conteúdo temas como tendências, para que os participantes tenham a visão de como serão as construções no futuro próximo, e empreendedorismo”, explica o gerente executivo da Apre, AilsonLoper.

No painel Olhar para o futuro, serão apresentadas tendências de comportamento ligadas ao morar, à construção e ao consumo, o papel da edificação de madeira no contexto atual e conceitos de economia e meio ambiente. A primeira parte do evento ainda abre espaço para discussões sobre empreendedorismo e comunicação. “A proposta é oferecer conteúdo prático para os estudantes que logo estarão no mercado de trabalho e para os jovens profissionais”, afirma Loper.

O evento vai mostrar, por exemplo, a experiência bem-sucedida dos estudantes de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Daniela Moro e Gabriel HildebrandTomich, que venceram o Prêmio IbramemAmata 2018 na categoria estudante, com um projeto que uniu o uso de painéis de madeira laminada cruzada (CLT) e intervenção urbana para ocupar espaços ociosos no centro de Curitiba. Um projeto, que, segundo a comissão organizadora se destacou por ser uma solução construtiva viável.

No período da tarde, será a vez de mergulhar no universo da madeira. Os engenheiros Kastner Marcelo Drewello e Rafael Andrade abrem o Painel Projetos em Madeira com o tema Projetando estruturas em madeira, ao lado do também engenheiro Fábio Freire, que irá trazer as últimas novidades sobre BIM (BuildingInformationModel) e como o modelo pode ser usado em projetos em madeira.

O Simpósio encerra com o Painel Edificações em madeira no mundo. O engenheiro Alan Dias, da Carpinteria, vai contar a experiência que teve ao conhecer o trabalho realizado no Canadá, país referência nas construções com produtos em madeira. Já a arquiteta e especialista em construções com madeira, Janice Bernardo irá apresentar aos participantes como a Itália tem inovado no uso da madeira na arquitetura.

As inscrições podem ser feitas pelo site: www.expomadeira.com.br.

Serviço

5º Simpósio Madeira & Construção
Data:
19 de setembro de 2018
Local: Centro de Eventos da UTFPR – Av. Sete de Setembro, 3165 – Curitiba (PR)
Horário: das 8h às 18h
Inscrições: www.expomadeira.com.br
Mais informações:contato@expomadeira.com.br

UTFPR recebe quinta edição do Simpósio Madeira & Construção

Dia 19 de setembro, Curitiba recebe a quinta edição do Simpósio Madeira & Construção. O evento promovido pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFR)este ano inova no formato e na programação.

“Optamos este ano por condensar as discussões em um único dia, para otimizar a agenda de profissionais e estudantes. Além disso, agregamos ao conteúdo temas como tendências, para que os participantes tenham a visão de como serão as construções no futuro próximo, e empreendedorismo”, explica o gerente executivo da Apre, AilsonLoper.

No painel Olhar para o futuro, serão apresentadas tendências de comportamento ligadas ao morar, à construção e ao consumo, o papel da edificação de madeira no contexto atual e conceitos de economia e meio ambiente. A primeira parte do evento ainda abre espaço para discussões sobre empreendedorismo e comunicação. “A proposta é oferecer conteúdo prático para os estudantes que logo estarão no mercado de trabalho e para os jovens profissionais”, afirma Loper.

O evento vai mostrar, por exemplo, a experiência bem-sucedida dos estudantes de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Daniela Moro e Gabriel HildebrandTomich, que venceram o Prêmio IbramemAmata 2018 na categoria estudante, com um projeto que uniu o uso de painéis de madeira laminada cruzada (CLT) e intervenção urbana para ocupar espaços ociosos no centro de Curitiba. Um projeto que, segundo a comissão organizadora, se destacou por ser uma solução construtiva viável.

No período da tarde, será a vez de mergulhar no universo da madeira. Os engenheiros Kastner Marcelo Drewello e Rafael Andrade abrem o painel Projetos em Madeira com o tema Projetando estruturas em madeira, ao lado do também engenheiro Fábio Freire, que irá trazer as últimas novidades sobre BIM (BuildingInformationModel) e como o modelo pode ser usado em projetos em madeira.

O Simpósio encerra com o painel Edificações em madeira no mundo. O engenheiro Alan Dias, da Carpinteria, vai contar a experiência que teve ao conhecer o trabalho realizado no Canadá, país referência nas construções com produtos em madeira. Já a arquiteta e especialista em construções com madeira Janice Bernardo irá apresentar aos participantes como a Itália tem inovado no uso da madeira na arquitetura.

As inscrições podem ser feitas pelo site: www.expomadeira.com.br.

Apre e ACR discutem ações para resolver a presença de pinus em áreas não comerciais

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) realizou, em conjunto com a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), a reunião com as associadas das duas entidades, que acontece uma vez por ano. Nesta edição, representantes da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor) também estiveram presentes. Mais de 60 pessoas participaram do encontro na sede da WestRock, em Três Barras (SC).

O tema principal da reunião foi a presença de pinus em áreas não comerciais e a experiência das empresas com relação ao tema. Álvaro Scheffer, vice-presidente da Apre e diretor da Águia Florestal, Jacson Guimarães, gerente de Meio Ambiente da WestRock, e Maria Harumi, gerente de responsabilidade socioambiental da Arauco, palestraram sobre o tema.

Segundo Scheffer, é de conhecimento do setor florestal que o pinus invade áreas abertas sem cobertura vegetal e que tem uma ótima fertilidade, nascendo em uma grande diversidade de  terreno. Por isso, é importante fazer o controle fora das plantações florestais, para que a população não seja contrária à espécie. A experiência apresentada por ele vem de um trabalho de retirada das plantas de pinus no Parque Estadual de Vila Velha, realizado pela Águia Florestal e pela Arauco entre 2008 e 2009, por intermédio da Apre.

“Temos profundo conhecimento da área ambiental. Produzimos uma árvore que reduz violentamente o impacto de outro ativo florestal de ciclo mais longo. Somos o lixeiro do mundo, tiramos o CO2 da atmosfera. Mas quando uma pessoa vai ao Parque Estadual de Vila Velha, por exemplo, o impacto do pinus é gritante, e o visitante não pensa na importância da madeira e nos benefícios dela. Por esse motivo aceitamos o desafio de fazer o controle e acabamos provando que erradicar, combater ou controlar o pinus é muito barato”, ressaltou.

Scheffer afirmou, ainda, que o setor florestal precisa dar respostas para que não seja refratário. A sugestão dele é que as empresas prestem mais atenção em Área de Preservação Permanente (APP). “Teremos menos problema com a opinião pública. O custo de controle do pinus é baixo, é rápido e é constante. Precisamos criar parcerias para fazer esse trabalho nas unidades de conservação. Quando andamos na estrada de Ponta Grossa a Curitiba, por exemplo, e vemos proliferação de pinus na beira da estrada, sabemos que isso afeta a paisagem. Por isso devemos manter e trabalhar a imagem da nossa árvore e valorizar produto de floresta plantada”, garantiu.

No caso da WestRock, as ações para resolver a questão surgiram por conta de questionamentos frequentes da comunidade e de audiências públicas sobre o tema, que buscavam saber o que a empresa faz com a dispersão do pinus. Para isso a WestRock criou o Programa de Controle de Regeneração e Dispersão de Pinus em Áreas de Conservação, e eventualmente o eucalipto. “O foco era primeiramente adequar plantios em áreas de APP´s. Na época, identificamos 421 hectares com essa situação. O plano foi estabelecido entre 2009 e 2017. Primeiramente, fizemos a colheita dessas áreas e iniciamos a recuperação da área, dando condições pra que a área se restabeleça. Tais procedimentos são auditados regularmente”, comentou Jacson Guimarães.

Ainda segundo Guimarães, à medida que se trabalha no campo e faz a colheita, ainda é possível perceber algumas áreas com regenerações, às vezes em pontas de APP´s ou margens de reservas legais. Por isso, a empresa decidiu manter uma equipe fixa que, a cada dois ou três anos, passa em cada talhão para fazer o corte das invasoras como parte do controle de regeneração.

“Temos uma planilha de controle que é chave neste trabalho para que possamos saber onde a equipe passou, em que data e em qual talhão. Definimos por região e por talhões, incluindo as diárias. É algo simples, mas extremamente necessário, porque são muitas áreas. Hoje temos uma movimentação de 600 hectares por ano de controle, com uma equipe de 15 a 20 pessoas. A tendência é que se diminua o número de áreas, mas dependemos da restauração da área de conservação. Este período de regeneração normalmente leva de cinco a seis anos”, destacou.

Outra sugestão simples apresentada pelo gerente de Meio Ambiente da WestRock são auditorias de terceira parte, com equipe independente para avaliar, e ele cita que todas as comarcas em que a empresa está envolvida passaram por este tipo de auditoria.

Para fechar a parte de experiência das empresas, Maria Harumi lembrou que existem diversos marcos legais, como decretos e Leis, que abordam a questão de exótica invasora. Segundo ela, tudo é muito amplo e não fala somente da espécie de pinus. A Arauco conta com um plano de controle de pinus e eucalipto em áreas de conservação, e a prioridade dos controles e planejamento é feita da seguinte forma: proximidade com unidades de conversação (parques estaduais, APAs etc); áreas de alto valor de conservação, levando em conta que o pinus é uma espécie que tem alto potencial invasor de áreas abertas, campos, cerrado, afloramentos rochosos e solos pobres ou degradados.

Com relação à frequência de monitoramento, a empresa estabeleceu um critério. “Colocamos para fazer o repasse acompanhando a colheita. Quando vai colher eucalipto aos sete anos e pinus aos 15 anos, fazemos o repasse. Não temos uma equipe exclusiva, e no período de inverno a equipe de silvicultura é deslocada para esse trabalho. Em algumas situações temos locais com controle eficiente, recuperação da vegetação nativa e ausência de novos regenerantes. Em outras, temos locais com necessidade de repasse de controle na área, com risco de reentrada”, disse.

Maria citou, ainda, alguns desafios do trabalho, como custos, já que a operação corresponde a cerca de 10% dos custos totais das operações de silvicultura; questões de segurança no trabalho, pois as operações utilizam ferramentas de corte e há o risco de se encontrar animais peçonhentos etc; riscos nos repasses nos locais em que o controle já aconteceu, pois as ponteiras oferecem riscos de quedas nos trabalhadores; riscos de controle nas áreas de escarpas e locais declivosos, como topos de morro, com acidentes de alto potencial; anelamento convencional, que agrava o problema da dispersão de sementes; dúvida quanto a anelar ou derrubar; e morosidade do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em emitir as autorizações ambientais para reversão de áreas; e “limbo legal”, com ausência de normativa ou autorização do IAP.

Como oportunidades, a gerente de responsabilidade socioambiental da Arauco destacou a busca por regulamentação e segurança no uso de herbicidas para acelerar a morte do pinus e evitar rebrota no eucalipto em áreas de conservação; e a automatização, com o avanço nas técnicas de mapeamento e monitoramento de áreas nativas com pinus/eucalipto através de drone/vant.

Importância do tema e das associações estaduais

Heuzer Guimarães, diretor da WestRock, afirmou que o tema é extremamente importante e, nesse sentido, o trabalho das associações é fundamental, “porque são elas que envolvem a massa crítica que precisa forçar a um novo patamar de discussão”.

“Por isso, receber a Apre e a ACR é muito relevante para a WestRock. Definitivamente as associações passaram a ter mais responsabilidade e uma importância ainda maior. Esse é o momento de pensarmos estrategicamente. Precisamos reconhecer que o setor está mudando e terá ainda mais mudanças significativas daqui para frente. Nesse cenário, as associações são fundamentais. Foram até aqui e serão ainda mais. A grande conquista que tivemos nos últimos 50 anos foi essa maior participação. Cabe a nós nos mostrarmos. Precisamos pensar diferente, precisamos gerar percepção. Que essa reunião de hoje promova uma interação ainda maior para que possamos alcançar os avanços que necessitamos”, completou.

Legislação

A reunião contou, ainda, com a participação de Marcilio Caron, presidente da Associação Sul Brasileira de Empresas Florestais (ASBR). Na ocasião, ele falou sobre os projetos de Lei no Legislativo que impactam diretamente o setor e as resoluções supervenientes.

“Estamos fazendo uma revisão de todas as resoluções do Conama que têm alguma interface com leis promulgadas. Para que possam ser revogadas, elas precisam passar pelo mesmo processo de discussão que aconteceu durante a criação delas. Diversas resoluções têm efeito no nosso setor, muitas diretamente. Se não trabalharmos para que essas resoluções sejam revogadas, elas ficam circulando, e temos informações de que o Ministério Público, dentro de suas ações e suas intervenções, tem usado essas resoluções como base de fundamentação. Isso quer dizer que o processo todo é judicializado, porque é preciso discutir na justiça o fato de determinada resolução se sobrepor à Lei ordinária”, afirmou.

Por conta das eleições de outubro, Caron lembrou que a Câmara de Deputados tem se reunido menos. Além disso, a relação de medidas provisórias acaba sendo antecipada e, assim, tranca a pauta de discussão. Neste cenário, o setor florestal elencou alguns projetos como prioridade para dar mais atenção e conseguir movimentar. Um deles é o Projeto de Lei (PL) 3729, de 2004, que trata do licenciamento. Segundo o presidente da ASBR, as normas que existem hoje para regulamentar o licenciamento seguem resoluções do Conama, mas a Lei ordinária vem para dar as diretrizes e regularizar. O PL está em fase final na Câmara, mas precisa ser votada no plenário para ir para a revisão do Senado.

O segundo tema de grande importância para o setor é o projeto 2289, um projeto que altera a Lei que regulamenta as regras para que pessoas estrangeiras comprem ou arrendem terra no Brasil. Por fim, o segmento tem dado atenção, ainda, à Lei de defensivos agrícolas, que foi discutida e aprovada em comissão especial e vai ao plenário para ser votada. De acordo com Caron, os projetos referentes ao licenciamento e aos defensivos agrícolas só serão discutidos depois das eleições. Já o relacionado à aquisição de terras por estrangeiros deve ficar para o próximo ano.

Associações do Paraná e Santa Catarina discutem presença do pinus fora dos plantios florestais

Para tratar de temas importantes para o setor florestal e discutir os avanços necessários, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) vão realizar, no dia 17 de agosto, uma reunião conjunta com as associadas das duas entidades. O encontro, que acontece a partir das 09h na sede da Rigesa, em Três Barras (SC), terá a palestra de Marcilio Caron, presidente da Associação Sul Brasileira de Empresas Florestais (ASBR), e do vice-presidente da Apre, Álvaro Scheffer; além do diretor da WestRock, Heuzer Guimarães; Jacson Guimarães, gerente de Meio Ambiente da WestRock, abordando o tema “Relações com a comunidade”; e Maria Harumi, gerente de responsabilidade socioambiental da Arauco, que vai fechar o evento com a palestra “Operação de controle de dispersão de pinus”. A Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor) também  estará presente.

Um dos temas a ser abordado na reunião será “A presença de pinus em áreas não comerciais e a experiência da Apre na retirada de pinus no Parque Estadual de Vila Velha (PR)”. Segundo Álvaro Scheffer, entre 2008 e 2009 a Apre realizou, em parceria com as empresas Águia Florestal e Arauco, um trabalho intenso para acabar com o problema de pinus na área de campo do parque. A proposta da palestra é mostrar a experiência e como a ação foi feita.

“O pinus deve estar em povoamentos que têm uso específico para produção. Fora dessas áreas, ele é um problema, pois gera muita semente e, assim, tem grande dispersão. Por isso, precisamos discutir ideias de como promover um trabalho de retirada de pinus nativos das Áreas de Preservação Permanente (APPs), de reserva legal e, principalmente, de beira de estrada. Nossa experiência no Parque Estadual de Vila Velha pode ajudar nestas ações”, destacou.

Outro assunto que também merece destaque e atenção das empresas florestais, principalmente em um ano de eleição, são os projetos de Lei no legislativo que impactam diretamente o setor. Marcilio Caron vai falar a respeito do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e das resoluções supervenientes.

“Estamos fazendo uma revisão de todas as resoluções do Conama que têm alguma interface com leis promulgadas. Para que possam ser revogadas, elas precisam passar pelo mesmo processo de discussão que aconteceu durante a criação delas. Diversas resoluções têm efeito no nosso setor, muitas diretamente. Se não trabalharmos para que essas resoluções sejam revogadas, elas ficam circulando, e temos informações de que o Ministério Público, dentro de suas ações e suas intervenções, tem usado essas resoluções como base de fundamentação. Isso quer dizer que o processo todo é judicializado, porque é preciso discutir na justiça o fato de determinada resolução se sobrepor à Lei ordinária”, afirmou.

Por conta das eleições de outubro, Caron lembrou que a Câmara de Deputados tem se reunido menos. Além disso, a relação de medidas provisórias acaba sendo antecipada e, assim, tranca a pauta de discussão. Neste cenário, o setor florestal elencou alguns projetos como prioridade para dar mais atenção e conseguir movimentar. Um deles é o Projeto de Lei (PL) 3729, de 2004, que trata do licenciamento. Segundo o presidente da ASBR, as normas que existem hoje para regulamentar o licenciamento seguem resoluções do Conama, mas a Lei ordinária vem para dar as diretrizes e regularizar. O PL está em fase final na Câmara, mas precisa ser votada no plenário para ir para a revisão do Senado.

O segundo tema de grande importância para o setor é o projeto 2289, um projeto que altera a Lei que regulamenta as regras para que pessoas estrangeiras comprem ou arrendem terra no Brasil. Por fim, o segmento tem dado atenção, ainda, à Lei de defensivos agrícolas, que foi discutida e aprovada em comissão especial e vai ao plenário para ser votada. De acordo com Caron, os projetos referentes ao licenciamento e aos defensivos agrícolas só serão discutidos depois das eleições. Já o relacionado à aquisição de terras por estrangeiros deve ficar para o próximo ano.

Importância da discussão conjunta – para Marcílio Caron, esses encontros realizados em parcerias entre a Associação do Paraná e a de Santa Catarina são fundamentais para a evolução do setor florestal. “Existe similaridade de bioma e inclusive de atividade. No Sul, o cultivo de pinus é predominantes, então essa congregação e troca de sinergia entre as empresas associadas são muito importantes. É uma oportunidade ímpar de estarmos reunidos e trocarmos experiências valiosas”, completou.

Serviço
Reunião conjunta entre Apre e ACR

Data: 17 de agosto

Horário: 09h

Local: Sede da RIGESA – Av. Rigesa – entrada da fábrica Salão de Eventos – ADCR – Três Barras (SC)

Instituto de Engenharia do Paraná promove palestra sobre perspectivas para o setor florestal

O diretor executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Carlos Mendes, participa, no dia 21 de agosto, de um evento organizado pelo Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), para falar sobre o “Setor florestal do Paraná – situação atual e perspectivas”. Na palestra, Mendes vai apresentar aos engenheiros o Estudo Setorial de Florestas Plantadas, produzido pela Apre e lançado em 2018. O encontro acontece a partir das 19h, na sede do Instituto, localizada na Rua Emiliano Perneta, 174, em Curitiba (PR). As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo link www.iep.org.br/iep/palestra-setor-florestal-do-parana-situacao-atual-e-perspectivas/.

Serviço

Palestra “Setor florestal do Paraná – situação atual e perspectivas”
Data:
21 de agosto de 2018
Horário: 19h
Local: Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) – Rua Emiliano Perneta, 174 – Curitiba (PR)
Informações: (41) 3068-9850
Inscrições gratuitas pelo link www.iep.org.br/iep/palestra-setor-florestal-do-parana-situacao-atual-e-perspectivas/