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3 lições que os empresários do setor florestal podem aprender com Carrefour, Pão de Açúcar e McDonald’s

Artigo de Robson Trevisan - CEO PAINEL FLORESTAL
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Nas últimas semanas, duas grandes varejistas de alimentos e uma das maiores redes de lanchonetes do mundo, demonstraram que estão atentas à disruptura de seus mercados. Nos três casos, uma lição que pode ensinar o empresário do setor florestal brasileiro.

Primeiramente, vamos entender o que está acontecendo:

O Carrefour abriu em São Paulo (SP) sua primeira loja conceito: uma unidade com ênfase em tecnologia, produtos perecíveis ‘premium”, além de espaços com café, adega e padaria, entre outros com serviços.

“O ano está difícil para o País, mas riquíssimo para o Carrefour aqui”, afirmou Charles Desmartis, CEO no Brasil.

Apesar da cautela nos gastos em tempos de recessão, a loja modelo não foi privada de investimentos. Com mais de 5,6 mil metros quadrados de área de vendas e 34 mil produtos espalhados por dois andares, sendo o segundo pavimento destinado a não alimentos, essa é a primeira loja do grupo que além das caixas registradoras tradicionais terá o serviço de self checkout, onde o próprio cliente pode pagar a compra sem necessidade de um operador de caixa, usando o próprio cartão.

O Grupo Pão de Açúcar (GPA), por sua vez, lançou o aplicativo “Meu Desconto” que oferece promoções personalizadas para quem está cadastrado nos dois programas de fidelidade da empresa, o Cliente Mais e o Clube Extra.

A cada 15 dias, o cliente recebe ofertas sob medida, que levam em conta o que ele já consumiu e o que pode vir a consumir, dado seu perfil de compra. Para ter acesso ao preço promocional, ele precisa apenas ativar a oferta no aplicativo e fornecer seu CPF ao passar no caixa.

Nos primeiros 30 dias, o app teve 1,4 milhão de downloads, e 400 mil novos clientes se cadastraram nos programas de fidelidade, um aumento de 3,2% na base.

O McDonald’s abriu, também em São Paulo (SP), sua primeira loja digital no Brasil. A loja possui máquinas de autoatendimento e tablets nas mesas à disposição dos clientes.

No local, é possível personalizar um pedido, adicionando molhos e itens de outros sanduíches, como a mostarda dijon ou o queijo cheddar branco, por exemplo.

Recentemente, o presidente mundial do McDonalds, Steve Easterbrook, apresentou um plano de reestruturação, com foco nos produtos que o “consumidor deseja”. Isso inclui alterações em pontos chaves da operação, como o redesenho de lojas, o tempo de espera por um lanche e um cardápio mais flexível.

1ª lição – Inteligência de mercado como aliado estratégico

Nem R$1 dos descontos, que começam em 20% e chegam a mais de 50%, sai do bolso do Grupo Pão de Açúcar. Todos os descontos são inseridos no sistema e bancados pelos fornecedores.

Isso só foi possível porque o grupo abriu para a indústria toda a base de dados de seus programas de fidelidade, ou seja, inteligência de mercado sobre hábitos de consumo.

No caso do setor florestal, as informações mais estratégicas – quando existem – são “guardadas à sete chaves”. É difícil encontrar histórico de dados ou estatísticas confiáveis.

O produtor florestal, então, não tem referência de custos e preços. No caso do GPA, ele entendeu que a parceria com os fornecedores era um ganha-ganha: o grupo melhorando sua margem bruta e tráfego, e o fornecedor aumentando a assertividade de seu produto.

2ª lição – Foco absoluto no consumidor

Entender exatamente o que o consumidor precisa e está disposto a comprar é a principal “arma” do McDonald’s para enfrentar a “febre” das hamburguerias artesanais. Todas as mudanças implementadas na loja digital levaram em consideração a “experiência do cliente”.

O empresário da cadeia produtiva de base florestal, que é B2B em boa parte de seus elos, precisa se aproximar – cada vez mais – de seus parceiros e consumidores para entender “what’s going on”.

Entender o que os consumidores de madeira, de todos os níveis, realmente estão buscando é essencial para negócios florestais lucrativos.

3ª lição – Se preparar para novos ciclos de crescimento

Uma das premissas do Carrefour ao investir na sua nova loja conceito acoplada à um shopping foi se preparar para novos ciclos de crescimento.

Klabin, Suzano e Fibria foram algumas das empresas de base florestal que seguiram pelo mesmo caminho. Ampliaram suas capacidades de produção e têm investido, fortemente, em operações mais enxutas e eficientes.

O produtor, por exemplo, deve continuar fazendo – na medida do possível – a manutenção da sua floresta.

Se preparar para crescer também passa por se manter atualizado, se conectar com novas parcerias, buscar novas oportunidades e, principalmente, assumir uma postura de protagonista das transformações necessárias ao setor.

GPS Talks Insights – O novo formato do Encontro Painel Florestal de Executivos 17 de agosto – 12h às 18h – Casa do Saber – São Paulo (SP) Inscrições através do site: http://liderancaflorestal.com.br/

Artigo assinado por Robson Trevisan – CEO PAINEL FLORESTAL