A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) lançou, na última quarta-feira (21), o Estudo Setorial de Florestas Plantadas, que traz um panorama do segmento no Brasil e no Paraná e a expansão alcançada nas áreas com florestas plantadas, bem como na produção e consumo de produtos florestais, que atende à crescente demanda mundial. O evento reuniu autoridades e empresários do setor, entre eles o presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo, que destacou a importância do segmento para o Paraná e para o Brasil.
“O setor florestal é um dos mais ativos da economia. Aqui no Paraná, é protagonista. Todo esse movimento é muito importante e nos faz perceber que estamos no caminho certo. Precisamos continuar caminhando lado a lado, já que esse vai ser um ano importante para o Brasil. Além disso, o Paraná é um setor diferenciado, importante para o país. Por isso, devemos continuar unidos para fazer frente aos desafios e superá-los”, afirmou Campagnolo.
Para o presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior, lançar o Estudo Setorial no ano em que a Associação completa 50 anos é uma ótima conquista, porque é a forma de coroar o trabalho que vem sendo feito em prol do desenvolvimento do setor florestal do Estado.
“O Estudo é o mais completo sobre o setor florestal do Paraná e mostra toda a força e potencial do segmento. É um documento que traz tudo o que vivenciamos no dia a dia e mostra a importância do nosso segmento, principalmente os impactos positivos que o setor causa na economia, no desenvolvimento social e no meio ambiente”, destacou.
Segundo Scheffer Junior, o Paraná tem a cadeia de silvicultura mais completa do país, com um dos parques industriais mais diversificados e modernos. Ele lembrou, ainda, que 10% das empresas florestais estão instaladas no Estado. Além disso, o presidente da Apre ressaltou que o segmento florestal foi um dos únicos que conseguiu manter seus postos de trabalho, mesmo na crise que o Brasil enfrentou, e salientou que o Paraná correspondeu, em 2016, a 16% de todo o emprego gerado no setor florestal brasileiro, ficando em segundo lugar na geração de emprego dentro do segmento.
“Por tudo isso, nossa obrigação é mostrar essa importância para a sociedade, apresentar o que o setor florestal faz no âmbito econômico, social e ambiental. Temos a convicção de que este Estudo Setorial vai ajudar na divulgação de tudo o que o setor traz de bom, e vai ajudar a defender todos os interesses do nosso segmento”, garantiu.
Durante a cerimônia de lançamento, o diretor executivo da Apre, Carlos Mendes, apresentou aos convidados os principais dados apontados na publicação. A área com florestas plantadas no Paraná é de 967,0 mil hectares, segundo informações da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). Desse total, 70% são de pinus e 30% de eucalipto. O Estado lidera o ranking do maior detentor de área com pinus do Brasil e está em terceiro lugar na classificação geral de pinus e eucalipto do país. Somente as associadas da Apre detêm aproximadamente 434 mil hectares com florestas plantadas.
Mendes ressaltou também que grande parte dos plantios comerciais do Paraná está concentrada da região Centro-Sul do Estado, e o município de Telêmaco Borba detém a maior área florestal plantada. Com relação aos investimentos, o diretor executivo da Apre apontou que as empresas associadas investiram R$ 12 milhões em pesquisa e inovação florestal e estimam investir mais de R$ 64 milhões entre 2017 e 2021. Sobre a certificação, ele destacou que pelo menos 18 associadas têm certificação CERFLOR e/ou FSC, e 65% da base florestal das associadas é certificada. “Todos esses dados demonstram a importância do setor florestal paranaense. Além disso, servem para mostrar a representatividade da Apre, que atua em defesa dos interesses das empresas florestais do Estado. O Estudo Setorial é uma forma de perceber que estamos no caminho certo”, disse Carlos Mendes.
Natalia Canova, gerente florestal da Ibá, também participou do evento, representando a presidente da entidade, Elizabeth de Carvalhaes. Na ocasião, ela afirmou que a indústria de árvores plantadas, hoje, é um vetor de produção e desenvolvimento econômico, social e ambiental. Segundo ela, as florestas plantadas no mundo têm um papel muito importante e, aqui, o setor participa com 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial. Ela avaliou que o Brasil é um grande modelo de gestão, porque tem grande potencial e produtividade, e destacou que o Paraná ainda apresenta uma produtividade acima da média nacional. No país há grande investimento em tecnologia e em melhoramento, o que ajudou a fazer do Brasil um destaque mundial. “O modelo de negócio que temos aqui é um modelo bastante positivo e visto como potencial para superar os desafios”, afirmou.
Importância do Estudo Setorial
Outras associações ligadas ao setor florestal participaram do evento de lançamento para parabenizar a Apre pela ação. Paulo Roberto Pupo, superintendente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), afirmou que o trabalho “é fantástico, um banco de dados fundamental para o setor”. Ele destacou, ainda, que a Apre é uma associação muito atuante e participativa, com um posicionamento firme. “A cadeia produtiva da madeira só tem sentido com entidades fortes. A soma de entidades regionais é que vai fortalecer o setor”, garantiu.
Edson Tadeu Iede, chefe-geral da Embrapa Florestas, lembrou que, antes do Estudo Setorial produzido pela Apre, não se tinha referência do setor florestal. Ele destacou a iniciativa de uma entidade privada, que decidiu buscar as informações para dar o embasamento que o Estado e os empresários precisavam, sobre como estão os negócios, qual a situação do setor, quais os desafios e as oportunidades de crescimento.
“Estamos, hoje, numa situação de recuperação econômica mundial. Temos uma inserção muito grande do produto florestal nas exportações. Por isso, o estudo dá uma importante base para que os empresários possam tomar decisões e enxergar as oportunidades. Somos um estado forte, muito bem organizado, com uma cadeia produtiva das mais bem estruturadas entre os Estados brasileiros. O associativismo que existe entre nossos empresários florestais é ótimo. O Estudo serve para mostrar tudo isso”, reconheceu.
Mauro Murara, diretor executivo da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), avaliou que os estudos setoriais servem para fortalecer o setor, pois dão ferramentas tanto de negociação, como de demonstração do potencial do Estado. Além disso, é muito importante para consolidar as estatísticas.
“O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, busca informações no anuário da ACR. Agora, a Apre vai se tornar referência também. Além disso, o estudo é uma importante ferramenta para o planejamento estratégico, porque as empresas conseguem olhar para trás e fazer simulações para futuro. Dessa forma, as portas se abrem e o mercado passa a enxergar realmente o que é o setor”, disse.
Rui Gerson Brandt,presidente do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná (Sinpacel), ressaltou que o Estado e as empresas precisam ter informações consolidadas para auxiliar na tomada de decisões. “A informação é base para tudo que se propõe a fazer. Não podemos fazer vôos cegos com expectativa de ter sucesso. Todo trabalho que é feito para um setor que é tão fundamental para a economia o Paraná é muito importante. Dessa forma é possível propor políticas e ações para se chegar ao sucesso esperado”, completou.