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Solução para rastreabilidade florestal exigida pela União Europeia é apresentada às associadas na reunião técnica mensal

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A Regulamentação Europeia de Desmatamento (EUDR) estabelece diversas exigências aos que exportam certos tipos de produtos para a Europa, e os de origem florestal são um deles. O objetivo é  garantir que os produtos e commodities que entram no continente não estejam associados ao desmatamento ilegal.

Na reunião presencial das associadas do dia 30 de maio, realizada na Valor Florestal), os representantes das empresas  do setor conheceram a plataforma Forest Trackt, desenvolvida pela Resource Wise para garantir rastreabilidade e transparência na cadeia de suprimentos florestais com foco na nova regulamentação europeia.

A equipe da Resource Wise fez uma apresentação detalhada da solução Forest Trackt, plataforma desenvolvida para atender às exigências da Regulamentação Europeia de Desmatamento (EUDR). O encontro, marcado por uma troca rica de informações entre representantes do setor florestal do Paraná, reforçou a urgência de adaptação às novas regras internacionais de rastreabilidade que entram em vigor em janeiro de 2026.

A EUDR, criada pela União Europeia, estabelece critérios rígidos para a comercialização de produtos agrícolas, pecuários e florestais. Isso inclui madeira, celulose, pellets e outros derivados florestais. A norma exige comprovação detalhada da origem dos produtos, com transparência em todo o processo – desde a floresta de origem até o desembarque em solo europeu.

Solução prática e acessível

A Forest Trackt surge como resposta direta a essas demandas. Desenvolvida desde 2023 pela Resource Wise em parceria com multinacionais do setor, a plataforma tem como objetivo ser de baixo custo, fácil adoção e mínima intervenção humana, o que garante agilidade e precisão no rastreamento dos dados. A solução trabalha de forma integrada com a plataforma VeriForest, da Orbis, e já passou por mais de um ano de desenvolvimento e testes em diversos segmentos da indústria florestal.

“Nosso objetivo é entregar às empresas uma ferramenta eficiente e alinhada às exigências internacionais, mas que também seja prática e acessível para o dia a dia das operações”, explicou Luciana Lima, gerente de Contas da Resource Wise na América Latina.

Apresentação realizada por Luciana Lima, gerente e Contas da Resource Wise Latam, e Giovana Baggio de Bruns, diretora de Comunità Advisors

Rastreabilidade completa: da floresta à chegada do produto no destino final

A grande força da Forest Trackt está na abrangência de rastreamento. A plataforma permite registrar a geolocalização da floresta, passando pelo processamento industrial, exportação e chegada no destino final, com toda a documentação exigida pronta para auditoria dos órgãos competentes. Os testes realizados cobriram produtos como madeira serrada, pellets e celulose, demonstrando a versatilidade da solução.

Além disso, a Resource Wise destaca seu histórico de atuação em inteligência de mercado florestal, com acesso a dados de centenas de empresas e profundo conhecimento em regulamentações e certificações do setor.

Embora a regulamentação europeia só entre em vigor em janeiro de 2026, a Resource Wise alerta para a necessidade de planejamento antecipado. A implantação da plataforma exige etapas de customização conforme o tipo de indústria, testes operacionais e adequação dos fluxos internos, considerando ainda os prazos naturais da cadeia florestal – como o tempo entre o corte da madeira, o processamento e o transporte até a Europa.

“Parece distante, mas o prazo é mais curto do que se imagina. Estar pronto até o fim deste ano é essencial para garantir conformidade e continuidade nos negócios com o mercado europeu”, reforçou Luciana.

Conheça algumas exigências que passarão a ser obrigatórias a partir de janeiro de 2026 e, se não cumpridas, o produto pode ser barrado:

  • Legalidade da produção: os produtos devem ter sido produzidos em conformidade com as legislações do país de origem, incluindo uso da terra, meio ambiente, direitos trabalhistas, entre outros.
  • Obrigatoriedade de diligência devida (due diligence): todos os operadores devem executar um processo robusto de diligência devida em 3 etapas, que são coleta de informações,  avaliação de risco e  mitigação de riscos.
  • Geolocalização obrigatória: é exigida a coordenada geográfica da área de produção florestal ou agrícola. No caso da madeira, serão solicitados os  polígonos dos talhões de colheita.
  • Declaração de conformidade: antes da importação ou comercialização, o operador deve registrar uma declaração de diligência devida no Sistema de Informação da UE (EU IS).
  • Responsabilidade por toda a cadeia: a responsabilidade recai tanto sobre operadores (importadores e produtores) quanto sobre comerciantes que vendem no mercado da UE.
  • Fiscalização e penalidades: os Estados-membros da UE deverão realizar verificações anuais mínimas com base em critérios de risco. Penalidades podem incluir multas elevadas (até 4% do faturamento anual) podendo chegar ao confisco de produtos.

A apresentação na APRE marcou um passo importante para aproximar as empresas paranaenses das novas exigências internacionais.