Evento promovido pela Apre reuniu especialistas de diferentes partes do Brasil
Para discutir o futuro da construção sustentável e mostrar os benefícios do uso da madeira como matéria-prima, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) organizou, em parceria com as universidades federal e tecnológica do Paraná, o 4º Simpósio Madeira & Construção, nos dias 20 e 21 de setembro, no auditório do Centro de Ciências Florestais e da Madeira (Cifloma), no campus Jardim Botânico da Universidade Federal do Paraná. A cerimônia de abertura, que aconteceu na manhã do dia 20, reuniu diversas autoridades e especialistas no tema, bem como estudantes e profissionais de Arquitetura e Engenharia.
De acordo com Ailson Loper, gerente executivo da Apre, o grupo trabalhou incansavelmente para trazer para o Simpósio o que existe de mais inovador e moderno e o que está sendo utilizado no Brasil em termos de madeira. Entre as discussões, os componentes construtivos em madeira e as madeiras engenheiradas, que são chamadas do material do futuro.
“Durante a organização do evento, sempre nos perguntamos se o mundo inteiro está errado em construir com madeira ou se o Brasil é que está errado por não popularizar esse material. Olhando para o mercado, sabemos que temos um longo caminho a seguir neste tema. E a pergunta que procuramos responder é: por que a madeira, conhecida pelos franceses como biomaterial, não é integrante da nossa cultura construtiva? Os imigrantes trouxeram essa cultura. Onde isso se perdeu? Queremos resgatar essa cultura. A cada encontro, encontramos mais e mais pessoas interessadas, e percebemos que o tema está cada vez mais em alta dentro da academia. Precisamos utilizar mais esse material fantástico, que é usado em larga escala no mundo inteiro, e que é excelente para o contexto ambiental que estamos vivendo. Trouxemos muita informação para o debate e queremos estimular a troca de ideias”, declarou.
Além do gerente executivo da Apre, o professor Dimas Agostinho, da UFPR, também esteve presente na abertura e destacou que o Simpósio tem que fazer parte de uma agenda permanente pela rica discussão que proporciona aos profissionais e estudantes. Segundo ele, um dos grandes problemas do setor é investir em inovação.
“Precisamos de novos produtos inovadores. Precisamos buscar a renovação para o uso da madeira na construção civil, mostrando que trata-se de um recurso sustentável e moderno. Também devemos aproveitar a nossa capacidade de produzir madeira, já que temos uma das melhores silviculturas do mundo. Temos um casamento perfeito: capacidade de produzir e manejar florestas e pessoas que têm grande habilidade e competências para empregar o recurso florestal como um todo”, garantiu.
Ainda durante a abertura, Andrea Berriel, professora e chefe do departamento de arquitetura e urbanismo da UFPR, lembrou que a madeira ainda enfrenta muita resistência por parte dos consumidores e, por isso, o Simpósio é tão importante, porque reúne todas as pessoas que pensam em madeira para falar sobre o assunto. “Pessoas que estão sempre pensando em madeira estão aqui. Antigamente tínhamos somente o Encontro Brasileiro em Madeiras e Estruturas de em Madeira (Ebramem), organizado pelo Instituto Brasileiro da Madeira (Ibramem) para nos reunirmos. Hoje temos o Simpósio, que é muito importante. Tenho certeza que o Brasil pode ser muito melhor se investirmos na madeira”, reforçou.
Para encerrar a cerimônia e dar início aos trabalhos do 4º Simpósio Madeira & Construção, a professora e vice-reitora da UFPR, Graciela Bolzón de Muniz destacou a parceria entre os engenheiros e arquitetos para discutir o uso da madeira na construção civil. Na avaliação dela, um dos caminhos para tornar essa matéria-prima mais popular é trabalhar cada vez mais a interdisciplinaridade para quebrar os mitos que envolvem a madeira, como o de que casa de madeira é de má qualidade.
“A madeira tem excelente capacidade e grandes características, mas muitos não conhecem bem o material. Por isso, precisamos estimular o conhecimento para que a madeira seja utilizada corretamente. Outro problema é que nos falta inovação. Plantamos muito, mas quase tudo acaba destinado aos mercados de celulose e papel. Temos que pensar em inovação, que tem que permear todas as áreas do conhecimento. A madeira é durável, é sustentável. Temos a obrigação de trabalhar para que os profissionais usem corretamente esse material”, completou.
Assessoria de Imprensa Apre – Interact Comunicação