Levantamento da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) aponta que o setor de base florestal brasileiro deve investir cerca de R$ 57 bilhões até 2024, pulverizados em novas fábricas, expansão, inovação e florestas. O cálculo foi realizado levando em consideração projetos em execução e anunciados, com destaque para iniciativas que reduzem os impactos ambientais, como a redução dos Gases de Efeito Estufa (GEE).
No Brasil, hoje, o setor conta com 9 milhões de hectares de plantios florestais e outros 5,9 milhões de hectares de conservação. Juntas, essas áreas removem 4,5 bilhões de toneladas de gás carbônico da atmosfera.
“Esse é um setor que está do lado certo da equação na batalha contra as mudanças do clima. Os investimentos em curso, além dos que serão iniciados, almejam tornar o processo fabril ainda mais sustentável, acompanhando a evolução tecnológica e fazendo delas aliadas nesta urgente batalha de todos nós”, comenta o diretor executivo da Ibá, José Carlos da Fonseca Jr.
A CMPC, em Guaíba (RS), iniciou investimento de R$2,75 bilhões, o maior da iniciativa privada no Estado Gaúcho. Chamado de BioCMPC, o projeto tem como principal objetivo promover modernizações em esforços de sustentabilidade e na operação, gerando um incremento na produção de celulose, insumo de fonte renovável e que dá origem a produtos recicláveis e biodegradáveis. O diferencial, contudo, está nas 31 iniciativas desenhadas para minimizar possíveis impactos da produção industrial. A principal delas reside na construção de uma nova caldeira de recuperação para produção de energia 100% limpa.
Também o projeto Puma II, da Klabin, em Ortigueira (PR), está levando ao Paraná R$ 12,9 bilhões. Na unidade, está sendo implantada tecnologia de gaseificação de biomassa para ser utilizada no processo fabril com substituição de óleo combustível no forno de cal, com reduções significativas de emissões de CO2. O produto final será o papel kraftliner feito à base de fibras de eucalipto, chamado de Eukaliner, com menor impacto ambiental. As embalagens de papel têm função fundamental, com o aumento de pedidos via e-commerce e delivery. São um exemplo de economia circular devido à alta taxa de reciclagem das embalagens de papel.
Um dos maiores investimentos privados do país, o Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo (MS), da Suzano, elevará em 20% a capacidade de produção de celulose da empresa, após aportados os R$ 14,7 bilhões previstos. A expansão da base florestal produtiva aumentará a remoção de CO2 da atmosfera; a nova unidade será autossuficiente em energia; terá como base fonte renovável; e pretende exportar, aproximadamente, 180 MW médios ao sistema elétrico nacional.
A Bracell, por sua vez, está dando andamento ao projeto Star, em Lençóis Paulista (SP). Seguindo o que há de mais moderno em tecnologia, a expansão não utilizará combustíveis fósseis para geração de energia, o que evitará a emissão de milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera. Além de autossuficiente, a unidade abastecerá o Sistema Interligado Nacional com energia de origem limpa e renovável. Juntamente à tradicional celulose, ali será produzida celulose solúvel, alternativa sustentável para uma série de segmentos como alimentício e automotivo, mas com foco principal na fabricação de viscose, uma opção ecológica para a indústria têxtil. Atualmente, o market share global do segmento de tecidos aponta que a viscose é responsável por 7%.
A LD Celulose, joint venture entre a Dexco e a austríaca Lenzing, também está levantando uma unidade no Triângulo Mineiro exclusivamente dedicada à produção de celulose solúvel com objetivo de fabricação também de tecido verde.PROPAGANDA
No segmento de papel, os avanços vêm por parte, também, de avanços como os da Carta Fabril e da Oji Papéis. E vale mencionar investimentos da Berneck, em Lages (SC), em painéis de madeira, assim como a Guararapes, em Caçador (SC). Já Amata e Dexco realizaram aporte na Urbem, empresa focada na fabricação de estruturas de madeira para construção civil a partir do pinus.
Foto: Divulgação – Forest Digital