Pesquisas têm desenvolvido opções de tratamento práticas e eficazes, sem impactos ambientais e à saúde
O pesquisador Washington Magalhães, da Embrapa Florestas, abordou o tema “Preservação de madeira na propriedade rural” no 6º Workshop Embrapa Florestas/Apre. O pesquisador apontou a matéria-prima de base florestal como altamente versátil: “precisamos desfazer alguns preconceitos em relação ao uso de madeira”, afirma o pesquisador. “Em incêndios de grandes dimensões, por exemplo, a madeira é mais resistente que o aço”, exemplificou.
A biodegradabilidade do material é uma questão a ser considerada, dependendo do tipo de produto que se quer trabalhar. É o caso do uso de madeiras em propriedades rurais. Magalhães pontuou que o item mais importante é o tratamento da madeira, para mudar sua forma de degradação e, assim, dar mais longevidade ao material. No entanto, diversos cuidados devem ser tomados e o Brasil possui uma legislação bastante restritiva aos tipos de produtos que podem ser utilizados.
Nesse contexto, a pesquisa científica tem trabalhado para oferecer opções de tratamento práticas e eficazes, sem impactos ambientais e à saúde. Um deles é a melhoria no método de substituição de seiva. “Quando comparamos o custo por ano de serviço da madeira tratada com a não tratada, a tratada custa praticamente metade do preço. Isso é um grande diferencial ao produtor”, analisa Magalhães.
Estudos indicam que a receita ideal substitui o tempo de imersão do produto como indicador para a análise de quanto de produto entrou na madeira. “Precisamos levar em consideração locais úmidos, por exemplo, em que o tempo de absorção é diferente do que em locais secos”, pondera o pesquisador. “A utilização da madeira devidamente tratada com preservativos não apresenta riscos à saúde do homem e animais. Entretanto, o preservativo é formulado com compostos tóxicos e, portanto, deve ser manuseado com os mesmos cuidados que se dispensam aos inseticidas e fungicidas. As normas a serem seguidas no seu manuseio são aquelas normalmente observadas para outros produtos tóxicos”, orienta.
O uso de madeira tratada, segundo o pesquisador, passa ainda por alguns desafios, como o baixo conhecimento de suas possibilidades pela sociedade, a necessidade de tratamentos tanto industriais como práticas mais “limpas” e o descarte das madeiras tratadas: “a madeira tratada não deve ser queimada em fogueiras, lareiras, fogões, churrasqueiras ou fornalhas. Quando necessário, deve ser queimada em incineradores especiais, de acordo com as normas estaduais e federais”.
Fonte: Assessoria de Comunicação Embrapa – Kátia Pichelli