Construir um modelo de negócio em que as florestas sejam atrativas. Para o engenheiro florestal Rubén Darío Moreno Orjuela, diretor de Projeto de rastreabilidade da FAO CARDER (Corporacion Autonoma Regional de Risaralda) da Colômbia, esse é o principal desafios do setor florestal em diferentes países.
Na avaliação do especialista, o primeiro passo do setor é conseguir responder qual a origem da madeira e lembrou: “uma função-chave do sistema de rastreabilidade é vincular a madeira ao produto madeireiro físico”. A discussão fez parte do painel Produção florestal e o Consumo do evento Ideias Inovadoras para a Cadeia da Construção em Madeira, promovido pelo Núcleo da Madeira, em São Paulo (SP), que começou nesta segunda-feira (10) e segue até quarta-feira, 12 de junho.
Segundo Orjuela, o país conseguiu sistematizar um sistema de controle e vigilância florestal eficiente a partir da experiência dos empresários, com aporte das autoridades ambientais e complementando com a visão de especialistas do país e do exterior. O modelo inclui aspectos técnicos, logísticos e tecnológicos, que foi implantado a partir de um decreto do governo.
O processo incluiu modificação em todo o processo, do georreferenciamento das árvores, passando pela identificação das toras e na forma de carregamento nos caminhões para transporte, que exige tornar visíveis as informações em cada tora. Entre os resultados obtidos, otimização da rentabilidade econômica dos negócios e melhora das oportunidades de negócios nacionais e internacionais.
Apesar dos importantes avanços, o diretor alertou que a tecnologia não resolve tudo. “Precisamos ter um modelo de administração florestal, como trabalhar a ética e combater a corrupção no setor florestal, como qualificar os profissionais, fortalecer o controle, a governança, diminuir o comércio ilegal de madeira. O governo deve convocar as pessoas a participarem e o sistema precisa ser amigável, atrativo, funcional”, explicou.
Ortueja lembrou que a rastreabilidade não deve aumentar os custos de gestão; além disso, a implementação deve ser gradual e uma forma de diálogo entre os agentes da cadeia produtiva.
Evento
Dividido em cinco módulos temáticos, a programação do evento conta com a participação de representantes das indústrias de madeira e da construção, do terceiro setor, do poder público e da academia.
Também fazem parte da programação as ações já em desenvolvimento no Brasil, entre elas, a experiência da exploração de florestas plantadas por pequenos produtores e serrarias, a geração de valor para florestas plantadas, as iniciativas de produção de CLT, o uso de sistemas construtivos em madeira para habitações sociais com a apresentação do case do premiado projeto Moradas Infantis.
Além das palestras, será possível escolher entre duas opções de visitas guiadas que serão realizadas na manhã do dia 12: Museu do Futebol Mauro Munhoz ou Jd. Vitória Régia Zanine.
O evento conta com o patrocínio do WWF-Brasil, além dos patrocinadores do Núcleo Sayerlack, Montana Química, Berneck e Tecverde. Apoiam a realizam do ciclo de palestras o Sinduscon-SP, a Faap e o IPT.