O Diálogo Florestal organizou, no dia 16 de setembro, um bate-papo ao vivo pelo canal no Youtube para discutir “Implantação do CAR e do PRA no Estado do Paraná”. O presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior, foi um dos convidados da live, que também contou com a participação de Alessandra Oliveira, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), e Mauro Scharnik, do Instituto Água e Terra (IAT). A moderação foi realizada pela secretária executiva do Fórum Florestal PR e SC, Edilaine Dick.
Scheffer Junior parabenizou a instituição pela inciativa de promover o debate sobre um tema tão atual e importante. Segundo ele, as empresas associadas à Apre estão com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) finalizado e homologado, aguardando a análise de algumas áreas e o retorno dos órgãos competentes. Agora, o setor espera que o Programa de Regularização Ambiental (PRA) seja instituído o mais rápido possível. De acordo com o presidente da Apre, o segmento florestal paranaense contribui grandemente para a conservação do meio ambiente do Estado e faz, hoje, mais do que o Código Floresta exige. Para cada um hectare de floresta plantada, o setor preserva mais um hectare.
“Existe uma expectativa muito grande do setor para que o CAR caminhe, que o PRA seja implementado, e que consigamos colocar à disposição dos demais produtores o nosso excedente de áreas de conservação, na forma de cotas de reserva ambiental. O PRA vai dar uma visão muito clara de como a parte produtiva e parte ambiental estão caminhando juntas, e mostrar para a sociedade que esses dois extremos conseguem trabalhar em parceria, produzindo e preservando. É uma excelente ferramenta que o Estado tem em mãos, tanto para o setor público, como o privado. Temos que fazer bom uso disso daqui para frente”, destacou.
Já o representante do IAT falou sobre a realidade antes do CAR, o que mudou com esse instrumento e como está andando a implementação do PRA. Ele também confirmou as importantes ações do setor produtivo. “Reconhecemos que as empresas de base florestal no Estado têm, hoje, um excedente de vegetação nativa maior do que prevê a legislação atual. Estamos trabalhando para que seja possível aproveitar esse ativo, seja por cota de reserva ambiental ou por outras formas, o que está bem próximo de ser tornar realidade”, adiantou.
Por fim, Alessandra, representante da SPVS, comentou como as organizações do terceiro setor vêm trabalhando com o Cadastro Ambiental Rural e o Programa de Regularização Ambiental na prática. Segundo a profissional, o CAR facilitou o trabalho em campo, a análise de paisagem e os critérios de escolha para trabalhar em determinadas regiões. Ela ressaltou que hoje, por exemplo, no projeto Conexão Araucária, um dos critérios utilizados é que o produtor tenha o CAR.
“Nosso objetivo, nesse projeto, é restaurar 335 hectares em sete municípios do Paraná, além da restauração ecológica na Floresta Nacional de Piraí do Sul. Trabalhamos com pequenos produtores rurais e a primeira análise que fizemos para escolha da região e dos produtores foi a da paisagem, com a ferramenta do CAR. Criamos um modelo de plano de recuperação de áreas de preservação permanente. Temos o nosso modelo de plano de restauração, que complementa todas as informações que são exigidas pela Lei, Código Florestal, bem como pela portaria e resolução do Estado. Nosso maior objetivo na SPVS é conseguir fechar o projeto com validação do plano de restauração pelo governo do estado, para deixarmos o pequeno produtor rural regularizado. É muito importante ter essa discussão, ter a ferramenta do CAR e, agora, conseguir fazer a validação do PRA nas propriedades”, completou.