Os valores da silvicultura e da extração vegetal somaram R$ 19,1 bilhões em 2017, registrando um crescimento (o segundo consecutivo) de 3,4% em relação a 2016.
A silvicultura (obtida em florestas plantadas) contribuiu com 77,3% (R$ 14,8 bilhões) desse total, representando um aumento de 5,0% no valor de produção na comparação com 2016. A extração vegetal (coleta de produtos em matas e florestas nativas) teve participação de 22,7% (R$ 4,3 bilhões), sofrendo uma queda (a segunda consecutiva) de 1,9% na comparação com o ano anterior.
Na silvicultura, a produção de madeira para a indústria de papel e celulose foi o grupo que gerou o maior valor de produção em 2017 (R$ 5,1 bilhões). As regiões Sul e o Sudeste responderam por 62,3% do valor de produção da silvicultura, predominando no setor de florestas plantadas.
Ainda na silvicultura, o Paraná obteve o maior valor de produção (R$ 3,7 bilhões) e Mato Grosso do Sul destacou-se com um incremento no valor de produção de 30,4%, superando R$ 1,0 bilhão. Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, foi o município que liderou o ranking nacional do valor de produção (R$ 387,5 milhões).
Na extração vegetal, o grupo dos produtos madeireiros representou 64,1% do valor de produção e recuou 2,7% no ano. A madeira em tora alcançou o maior valor de produção (R$ 1,9 bilhão) entre os produtos madeireiros.
O açaí foi destaque entre os produtos extrativos não-madeireiros, com alta de 10,5% no seu valor de produção, em relação a 2016. O valor de produção da extração de erva-mate nativa também cresceu (6,4%) frente ao ano anterior. Já a quantidade de castanha-do- pará produzida sofreu queda (-24,4%).
As informações são da Pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs) 2017, que investiga 37 produtos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura de todos os municípios brasileiros. A pesquisa traz informações sobre a produção, a variação e a distribuição espacial de produtos madeireiros e não madeireiros, assim como a participação da extração vegetal e da silvicultura no valor da exploração vegetal. O material de apoio desta divulgação está nesta página.
Silvicultura tem nova alta no valor de produção
Em 2017, a o valor de produção da silvicultura (R$ 14,8 bilhões) aumentou em relação ao alcançado em 2016 (RS 14,1 bilhões), representando o segundo incremento consecutivo. O grupo que inclui a produção de madeira destinada à indústria de papel e celulose foi o que mais gerou valor em 2017 (R$ 5,1 bilhões). Ainda que o volume tenha sido 3,0% maior em 2017, esse valor representa uma redução de 1,8% em relação à 2016, em função do aumento de estoque de florestas plantadas e da maior oferta de madeira no mercado.
O maior incremento no valor de produção foi observado no grupo de madeira para outras finalidades (produção destinada à construção naval, indústria moveleira, construção civil, pisos laminados, postes e mourões, entre outros) que apresentou crescimento de 16,6% no ano, atingindo R$ 4,5 bilhões.
O setor de madeira para fins energéticos, responsável pela produção de carvão vegetal e lenha, recuperou o valor de produção após dois anos de queda. O volume de carvão vegetal produzido em 2017, ainda que 0,8% inferior ao atingido no ano anterior, registrou crescimento de 4,2% no seu valor de produção, alcançando R$ 2,6 bilhões. Já a produção de lenha cresceu 4,1%, assim como o seu valor de produção (1,8%).
Cresce a produção de madeira para papel e celulose no Paraná
O Paraná registrou o maior valor de produção da silvicultura nacional (R$ 3,3 bilhões), com crescimento de 8,6% no ano, superando o valor de produção de Minas Gerais (R$ 3,2 bilhões). A produção de madeira em tora para outras finalidades ainda é responsável pela maior fatia do valor de produção da silvicultura paranaense (R$ 1,5 bilhão). Porém, o destaque no estado foi o crescimento de 15,6% no valor de produção de madeira em tora para papel e celulose, impulsionada pela recente ampliação do parque industrial voltado para a produção destes itens.
Minas Gerais segue como destaque na produção de carvão vegetal no país, apresentando valor de produção de R$ 2,1 bilhões e crescimento de 7,4%. Em 2017, Mato Grosso do Sul registrou um incremento de 30,4% no valor de produção da silvicultura (superando R$ 1,0 bilhão), ocupando a sétima posição entre os estados nesse segmento. Também pertence ao Mato Grosso do Sul o município que liderou o ranking nacional de valor de produção na silvicultura: Três Lagoas (R$ 387,5 milhões).
Nas florestas plantadas do país, o eucalipto predomina
No país, 95,8% das áreas de florestas plantadas para fins comerciais são dedicadas ao cultivo de eucalipto e pinus. As áreas de eucalipto somaram 7,4 milhões de hectares, o que representa 75,2% do total nacional.
Minas Gerais segue possuindo a maior área de espécies florestais plantadas do Brasil, com quase 2 milhões de hectares, sendo a quase totalidade de eucalipto. O Paraná possui a segunda maior área de florestas plantadas, com 1,6 milhão de hectares, dos quais 56,4% são destinados à produção de pinus.
Porém, é Mato Grosso do Sul que possui o maior número de municípios entre os dez com maior área de florestas plantadas do país. Os municípios sul mato-grossenses de Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo apresentaram as maiores áreas de florestas plantadas do país, com 245 mil hectares e 215 mil hectares, respectivamente, seguidos pelo município de Telêmaco Borba, no Paraná, com 159 mil hectares – todos com predomínio de eucalipto.
Extrativismo sofre nova retração (-1,9%) e a extração de madeira recua 2,7%
Em 2017, a atividade de extração vegetal novamente apresentou retração (-1,9%) no valor de produção, atingindo R$ 4,3 bilhões no ano. Dos nove grupos de produtos que compõem a extração vegetal na pesquisa, sete apresentaram queda. O destaque ficou para o grupo dos produtos madeireiros, que representou 64,1% do valor de produção da atividade e registrou retração de 2,7% no ano. A produção extrativa de madeira vem sendo gradativamente substituída pela produção oriunda de áreas florestais plantadas.
A madeira em tora registrou o maior valor de produção (R$ 1,9 bilhão) entre os produtos madeireiros, com a lenha (R$ 541,0 milhões) e o carvão vegetal (R$ 317,2 milhões) a seguir. Em relação a 2016, os valores de produção destes dois últimos produtos recuaram 13,9% e 19,4%, respectivamente.
Produção extrativa de açaí e de erva-mate volta a crescer
O grupo dos produtos alimentícios, segundo maior em valor de produção da extração vegetal, apesar de registrar queda no volume de importantes produtos, voltou a apresentar incremento no valor de produção (7,3%). O açaí obteve a maior participação no valor de produção dentro do grupo Alimentícios e voltou a apresentar aumento na produção, após queda no último ano. Em 2017, a produção nacional foi de 219.885 toneladas, volume 2,0% acima do registrado no período anterior. Esse aumento levou a um crescimento de 10,5% no valor de produção (R$596,8 milhões) do açaí.
A região Norte concentra a maior parte da produção de açaí, com Pará e Amazonas respondendo por 87,5% do total. No ranking dos 20 maiores produtores municipais, com exceção de Nova Olinda do Maranhão (17º), no Maranhão, todos os municípios pertencem a esses dois estados. O município de Limoeiro do Ajuru, no Pará, segue ocupando a posição de maior produtor nacional de açaí extrativo, respondendo sozinho por 18,2% do volume total.
A extração de erva-mate nativa, concentrada na região Sul, teve valor de produção de R$ 423,9 milhões, com crescimento de 6,4% frente ao ano anterior. No Paraná, estão os dez municípios que alcançaram a maior produção em 2017, com destaque para São Mateus do Sul, que segue como maior produtor nacional (18,9% da produção do país).
Atualmente, os maiores volumes de açaí e erva-mate produzidos no Brasil têm origem em áreas cultivadas, cuja produção é levantada anualmente pela Pesquisa Agrícola Municipal (PAM). A edição 2017 desta pesquisa foi divulgada em 13 de setembro (leia o release aqui).
Irregularidade das chuvas em 2016 prejudicou a produção de castanha-do-pará
Entre os produtos alimentícios com o maior valor de produção em 2017, a castanha-do-pará teve a queda mais intensa na produção. A atividade foi impactada pela alteração nos regimes hídricos na região amazônica, ainda em 2016. Com isso, houve queda de 24,4% no volume do de castanha-do-pará obtido através da extração, que totalizou 26.191 toneladas em 2017. Essa retração provocou um aumento no preço pago ao produtor, o que amenizou a queda no valor de produção (5,4%), que alcançou R$ 104,1 milhões. O município de Humaitá, no Amazonas, continua o líder do ranking, respondendo por 12,5% da produção extrativa nacional.