Palestra abriu o 6º Workshop Embrapa Florestas/Apre realizado em Colombo (PR)
O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mario Dobner Junior, abriu a sexta edição do Workshop Embrapa Florestas/Apre nesta terça-feira, 19. O especialista na área de manejo florestal apresentou dados de pesquisas realizadas em plantios catarinenses para abordar o tema Como obter o melhor resultado da floresta.
De acordo com o pesquisador, em primeiro lugar, é preciso cuidar com as generalizações, definir os objetivos de forma clara para obter uma estratégia ótima de manejo, conhecer detalhadamente o ativo para entender, por exemplo, a capacidade produtiva do sítio florestal, particularidades do investidor e da região podem alterar completamente a estratégia ótima de manejo.
O primeiro passo, segundo Dobner, é entender os objetivos da produção. “Sem essa definição, não podemos estabelecer a estratégia ótima de manejo, porque são milhares de opções disponíveis”, afirmou.
De acordo com o professor, as ferramentas fundamentais para a realização do manejo, aquelas que são capazes de alterar o resultado final, são a densidade de plantio, a poda, o desbaste e a idade de corte raso.
Dobner apresentou resultados de uma pesquisa realizada em Santa Catarina em plantios de pinus taeda com 33 anos. Os dados demonstraram, por exemplo, que o desbaste teve maior impacto nas florestas menos densas. Antecipando a colheita de três a cinco anos. “O desbaste é uma ferramenta do manejo para estímulo do crescimento individual, se isso não ocorrer, há algo errado com o método utilizado”, garantiu.
O especialista lembrou também que, no Brasil, 99% do desbaste realizado é o seletivo por baixo eliminando os exemplares sem potencial de desenvolvimento. Nesse caso, no entanto, não é deixado um espaço maior entre as copas das árvores, o que não mudaria muito o resultado da operação. A alternativa, na avaliação de Dobner, seria o desbaste individual de árvores, por copas. Nesse método, é feita uma seleção das árvores dominantes para abrir mais espaço para elas, eliminando as concorrentes diretas.
O pesquisador afirmou ainda que os resultados esperados com o manejo devem estar associados às expectativas e particularidades do investidor, como capacidade de investimento, já que o investidor terá que aguardar um tempo maior, em alguns casos; além do fato de que é preciso que a taxa mínima de atratividade considere a taxa de juros real alternativa (aquela em que se desconta a inflação).
“Taxas muito altas fazem com que as decisões de corte raso sejam prematuras ou decide-se pelo não uso de poda e do desbaste, por penalizar o investimento inicial e pela demora de maturação dos resultados dessas intervenções”, concluiu.
Fonte: Interact Comunicação e Assessoria de Imprensa