Sala de Imprensa

Maringá cria primeira lei de construção carbono negativa do País

Maringá sediou uma audiência pública histórica para discutir um projeto de lei que prevê benefícios urbanísticos para edifícios multifamiliares verticais que adotarem técnicas construtivas sustentáveis, como o uso da madeira engenheirada. A proposta busca reduzir o impacto ambiental da construção civil e posiciona o município como referência em inovação e sustentabilidade.

O evento contou com a presença do prefeito Silvio Barros, da presidente da Câmara, vereadora Majô Capdebosq, do superintendente do IPLAN, Felipe Carvalho, do secretário de Urbanismo e Habitação, Matheus Barros, além de vereadores, representantes do Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT), sociedade civil e instituições de ensino.

Incentivos urbanísticos

O projeto prevê incentivos urbanísticos, como pavimentos adicionais sem outorga onerosa, para empreendimentos que utilizarem materiais sustentáveis. A madeira engenheirada substitui o concreto e o aço, permitindo construções mais rápidas, seguras e de menor impacto ambiental.

Segundo Matheus Barros, cada metro cúbico de madeira captura cerca de uma tonelada de CO₂. A legislação proposta também incorpora critérios urbanísticos modernos, como fachadas ativas, uso misto, fruição pública, permeabilidade visual e alargamento de calçadas.

Durante a audiência, o prefeito Barros destacou o protagonismo de Maringá em políticas climáticas. “Maringá é uma cidade fora da curva. E, por isso, precisa ter uma gestão que também esteja acima da média”, afirmou.

A presidente da Câmara ressaltou que a proposta marca o início da primeira legislação municipal de construção carbono negativa do País. Especialistas presentes também destacaram o potencial econômico do setor madeireiro e a geração de empregos, além da necessidade de normatização técnica e formação profissional específica.

Corpo de Bombeiros construída em madeira engenheirada

Além do debate legislativo, a Prefeitura de Maringá está implementando uma política de carbono neutro em obras públicas, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Federação da Indústria do Paraná (FIEP). O primeiro empreendimento será a nova sede do Corpo de Bombeiros, com 2 mil metros quadrados, que será construída com madeira engenheirada.

O projeto inclui a extinção da cobrança de outorga onerosa para empreendimentos em madeira e melhores índices de aproveitamento do terreno. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações para acelerar a descarbonização e aumentar a escala de construções sustentáveis no município.

Segundo Barros, o município e o governo do Paraná planejam investir mais de R$ 100 milhões em obras carbono neutro ou zero a partir de 2026, e uma legislação municipal deverá ajudar a compensar os custos mais altos desse tipo de construção.

Fonte: Maringá Mais