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Livro aborda estudos com a qualidade do solo em plantações de pinus

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A preocupação com a qualidade do solo no setor de florestas plantadas, assim como no setor agropecuário como um todo, não é algo recente. Durante o século passado, o modelo extrativista e predatório para o solo mudou para um modelo conservacionista, tendo como base os trabalhos de pesquisa e difusão de informações feitos por cientistas, extensionistas e profissionais de diversos setores ligados ao uso do solo, e as florestas plantadas não ficaram de fora desse movimento. Para discutir esse avanço, os autores Eleandro Brun, Flávia Brun, Evandro Meyer Peter Trueby e Mauro Schumacher produziram o livro “Qualidade do solo em Plantações de Pinus no Sul do Brasil”, que traz os resultados de um intenso trabalho de pesquisa. A live de lançamento vai acontecer no dia 22 de fevereiro, a partir das 19h, no canal no Youtube do Grupo de Pesquisa em Ciência do Solo da UTFPR. Diversas entidades representativas, entre elas a Apre, apoiam o lançamento.   

Segundo Eleandro Brun, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com o fracionamento e quantificação da matéria orgânica do solo em diversos cultivos de Pinus, o estudo demonstrou que a qualidade do solo em agroecossistemas tem a matéria orgânica como indicador consagrado, presente também em diversos trabalhos abordados em revisão. Porém, a maioria dos estudos foi em culturas agrícolas. Quando se tratam de espécies florestais, os trabalhos ainda são escassos, mas apontam para uma relação equilibrada entre plantação e solo caso boas práticas silviculturais sejam aplicadas.

“Os resultados apresentados no livro, comparando-se áreas onde ocorre vegetação natural, como campo nativo, floresta ombrófila mista e floresta estacional, os plantios de Pinus taeda e P. elliottii mostraram capacidade de acumularem mais serapilheira e carbono orgânico sobre o solo, os quais tendem a apresentar uma decomposição/liberação relativamente lenta, pelo menor teor de nitrogênio e consequente maior relação C/N. Neste enfoque, cumprem dupla função, de proteção física do solo e de repositório nutricional de médio e longo prazo, incrementando a ciclagem de nutrientes!, citou.

Além disso, o professor da UTFPR destacou que os dados analisados demonstram que plantações sobre cambissolos que sofreram, durante seu histórico de cultivo, ações como a retirada ou queima de resíduos de colheita e serapilheira tendem a apresentar menores teores de carbono orgânico particulado, demonstrando o impacto destas ações de manejo de resíduos, independentemente se em área original de Campo Nativo ou Floresta Ombrófila Mista. Já plantações florestais sobre argissolos, sem histórico de queima de resíduos, em final de primeira rotação, acumularam o dobro de carbono orgânico particulado no solo, em comparação ao Campo Nativo (área original dos plantios), e com valores semelhantes ao solo da Floresta Estacional”, ressaltou.

“Tais aspectos reforçam o papel das plantações de Pinus no sequestro de carbono atmosférico e transferência ao solo, pois os fatores mais relacionados ao estoque de carbono, nesses solos, estão associados às adições da serapilheira e resíduos de colheita, bem como à renovação de raízes, esse último fator predominante no Campo Nativo, mas também significativo em florestas. Os estudos realizados trazem uma percepção clara de que as práticas silviculturais nas plantações, principalmente aquelas aplicadas aos resíduos de colheita, influenciam mais fortemente a qualidade do solo do que o uso dele com floresta nativa, campo nativo ou plantação de pinus”, completou. A versão impressa do livro pode ser adquirida no site da Editora Appris ou das livrarias Curitiba, Martins Fontes Paulista, Loyola, Amazon, Submarino, Americanas, Shoptime e Magazine Luiza.

Foto: Divulgação