Com o slogan “Uma Floresta Segura Depende de Todos Nós”, foi lançada nesta terça-feira, 19, a Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais 2022. A campanha tem a intenção de alertar a população sobre o perigo e as consequências que um incêndio florestal traz para a natureza e também para as comunidades, bem como mostrar quais ações podem causar incêndios e o que fazer ao avistar um foco. O lançamento foi no IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater) e reuniu representantes das 14 entidades que assinam a campanha.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, de janeiro a agosto de 2021, os casos de incêndios florestais aumentaram 24% em comparação com o mesmo período de 2020. Além disso, 9 em cada 10 incêndios são provocados por irresponsabilidade humana. Essas ocorrências são mais comuns neste período de inverno, pois a vegetação mais seca, a baixa humidade do ar e a estiagem facilitam a propagação das chamas, principalmente nos dias após a ocorrência de geada.
Para o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Zaid Ahmad Nasser, os incêndios florestais representam um grande desafio para o meio ambiente, para a população e para as empresas. Segundo ele, ao longo dos anos, a APRE e suas associadas já vinham fazendo diversas ações para se antecipar ao problema, diminuir os riscos e divulgar informações. Ele destaca o trabalho sólido dessas empresas florestais e cita que todas contam com programas de prevenção e combate a incêndios, que incluem torres, pessoas treinadas, brigadistas, veículos e caminhões, centenas de equipamentos e um importante canal de comunicação com a comunidade do entorno. Além disso, existe uma ampla rede de contatos entre elas para monitoramento, troca de informações, alertas etc. Com base nesses dados, a Apre atualiza, anualmente, as informações dos contatos e gera um mapa, que é compartilhado com as empresas.
Mas apesar de atuarem preventivamente, a crise hídrica agravou a situação, e um trabalho sobre hidrologia conduzido pela Associação apontou que as condições estavam cada vez mais perigosas para incêndios florestais. Foi aí que a entidade entendeu que precisava agir e fazer algo maior, para realmente alertar e conscientizar a população em geral, produtores rurais e empresas, e idealizou a campanha, em parceria com outras instituições.
“Tenho certeza que a união de conhecimento – vindo do governo do Estado, dos diversos órgãos, das entidades representativas e das empresas florestais – vai fortalecer as ações dessa grande campanha estadual de prevenção e combate a incêndios florestais. Esperamos que as informações que serão divulgadas a partir dos materiais possam conscientizar, prevenir e ajudar a proteger a natureza, a biodiversidade e a população”, declara.
Durante o evento de lançamento, o gerente de políticas públicas do IDR-Paraná, Amauri Ferreira, apresentou a campanha e falou sobre as ações planejadas. Ele reforçou, ainda, que, para 2022, há um esforço maior na orientação aos agricultores do Estado. “Precisamos chamar a atenção, também, para os incêndios ambientais que começam numa propriedade e podem tomar uma proporção muito maior. Ainda é cultura para alguns produtores rurais a utilização do fogo para renovação da pastagem e é necessário levar orientação sobre o risco que essa prática pode causar e apresentar opções mais sustentáveis que surtam o mesmo efeito”, afirma.
Para ampliar o alcance e fazer com que a informação chegue ao maior número de pessoas possível, a campanha conta com diversos materiais gráficos, digitais e audiovisuais.
É crime – Atear fogo para limpar a vegetação, jogar lixo na beira de rodovias, acender fogueiras perto das árvores, fumar próximo a plantações e soltar balões são algumas das ações que podem dar início aos incêndios e trazer consequências graves. O diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), José Volnei Bisognin, lembrou que quem provoca um incêndio florestal, mesmo que sem intenção, está cometendo um crime e pode ser penalizado com reclusão de dois a quatro anos e multa que varia entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, dependendo do número de hectares afetados pelo fogo e dos danos causados à fauna e à flora.
“O fogo é um agravante do crime de destruição de floresta. Uma queimada não atinge apenas a vegetação, mas todos os seres vivos que habitam aquele local. Portanto, alertas como este são fundamentais para que a população entenda que pequenas atitudes podem ser muito prejudiciais à biodiversidade”, disse ao relatar que o Paraná possui 30 mil hectares de reflorestamento.
Outra prática bastante preocupante, especialmente nesta época do ano, é a soltura de balões e a queima de lixo. Ambas são proibidas e configuram crimes, já que podem causar incêndios. Nesses casos, a pena pode chegar a quatro anos de prisão, além de multa. “Somos um órgão que fiscaliza, licencia, monitora, conserva e recupera. Temos uma ação forte na parte de conservação, com 22 planos de contingência elaborados, além de parcerias com instituições e voluntários para o combate aos incêndios florestais, com a compra de equipamentos, monitoramento das condições climáticas pelo Simepar, entre outras”, destacou Bisognin.
Nas Unidades de Conservação do Estado, são proibidas as práticas de fogueiras pelos frequentadores. Caminhões Pipa destinados aos municípios também reforçam a estrutura de combate a incêndios florestais, especialmente em municípios que não possuem Unidade própria do Corpo de Bombeiros.
O que fazer – Ao avistar um foco de incêndio, a orientação é de nunca tentar combater o fogo sozinho, pois realizar esse processo sem o treinamento adequado pode colocar a pessoa em perigo. A orientação é procurar um local seguro, avisar os vizinhos e acionar o Corpo de Bombeiros através do número 193.
Esta é uma campanha da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI), Defesa Civil, Embrapa Florestas, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), Instituto Água e Terra (IAT, Rede Nacional de Brigadas Voluntárias (RNBV), Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná (SEDEST), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-PR), Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Saiba mais sobre a campanha em www.paranacontraincendioflorestal.com