Na última sexta-feira (24), a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) realizou seu tradicional jantar anual de confraternização, para celebrar as conquistas do ano e renovar as expectativas para 2024. O encontro marcou também a entrega do 1º Prêmio APRE Florestas de Jornalismo, uma ação inédita no setor florestal, um desejo antigo da Associação para valorizar e destacar a diferença que a atividade faz na vida das pessoas. E, para tornar a noite ainda mais especial, o evento teve a honra de contar com a exposição do bonsaísta Renato Hoenig, que conseguiu um enorme feito: cultivar o único bonsai de Araucária do mundo, um exemplar da árvore típica do Paraná.
Para o presidente da APRE, Zaid Ahmad Nasser, o jantar serviu como um espaço para falar dos desafios e das oportunidades que permeiam o segmento e para reforçar a importância desse setor para a economia do estado. Na abertura, ele citou alguns números do relatório sobre a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2022, divulgado recentemente pelo IBGE.
“Mais uma vez, o Paraná foi destaque no levantamento, registrando o segundo maior valor da produção da silvicultura, com R$ 4,8 bilhões – 17,7% do total nacional. Continuamos como maior produtor do país de madeira em tora para desdobro, representando 35,7% do total nacional. E em lenha com origem em florestas plantadas, também ficamos em 1º lugar no Brasil, com uma produção que corresponde a 26,3% do total nacional. Outro destaque é no ranking dos municípios. Das 20 cidades com maior valor da produção da silvicultura, quatro estão no Paraná. General Carneiro ficou em primeiro lugar, seguido por Telêmaco Borba. Cruz Machado aparece em quinto e Bituruna, em 11º. Tudo isso mostra a força do nosso setor e a nossa relevância”, disse.
Nasser lembrou, ainda, que a silvicultura, que é a atividade de cultivar florestas, não está “tomando espaço” de outras culturas. “Na verdade, apesar do nosso crescimento no estado, estamos mantendo a mesma área de produção. Isso porque, nos últimos 20 anos, temos buscado aproveitar mais a madeira e também aumentar a produtividade, a partir de tecnologia e melhoramento genético. Inclusive, o Paraná é referência em produtividade, principalmente do pinus”, afirmou.
Mas, embora o setor tenha consciência dessa importância para a economia e para a vida das pessoas, o presidente da APRE apontou que ainda é preciso fortalecer a comunicação de modo geral – com a sociedade, os diferentes players, as entidades representativas, os órgãos ligados aos três poderes e a imprensa. Na avaliação dele, a Associação tem buscado meios de levar o setor florestal cada vez mais longe, e o Prêmio de Jornalismo lançado este ano é um grande passo.
“Sabemos que, infelizmente, ainda existe um preconceito que envolve a atividade. Mas também sabemos do potencial das florestas plantadas, de como elas podem ser a solução para nosso futuro sustentável. Então, entendemos que, para aumentar a nossa comunicação com os diferentes públicos, precisaríamos buscar o apoio da imprensa para levar informações confiáveis, diferentes pontos de vistas e histórias inspiradoras, mudando, aos poucos, a percepção das pessoas sobre o setor florestal. E conseguimos, pois o resultado dessa primeira edição superou nossas expectativas, com muitas matérias interessantes sendo veiculadas, cada uma com um novo olhar sobre o setor e suas potencialidades”, avaliou.
Para finalizar, Zaid Ahamd Nasser anunciou que, recentemente, assumiu um novo desafio profissional e que, por conta disso, não poderá continuar como presidente da APRE. A partir de 1º de janeiro de 2024, Fábio Brun, diretor-geral da RMS para a América do Sul, será o novo nome à frente da Associação.
“Aproveito a oportunidade para agradecer pelos anos de aprendizado, desafios e pelas oportunidades de crescimento. Que 2024 seja um excelente ano para o setor florestal e que possamos sair deste evento fortalecidos e motivados para o próximo ano”, completou.
1º Prêmio APRE Florestas de Jornalismo
O ponto alto da noite foi o anúncio dos vencedores do Prêmio de Jornalismo criado pela APRE. Para a diretoria da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), o interesse da imprensa em participar da iniciativa foi um sucesso, com 27 matérias inscritas, divididas nas três categorias previstas – Reportagem escrita, Reportagem de áudio e Reportagem de vídeo. Nessa última, porém, os membros da Comissão Julgadora avaliaram que os trabalhos enviados não atenderam ao primeiro critério de seleção e premiação previsto no regulamento (Fidelidade ao tema central – Florestas plantadas: protagonistas da bioeconomia) ou ao critério de abrangência da matéria jornalística (Paraná). Durante a cerimônia, todos receberam um troféu e um certificado, além de uma menção honrosa concedida pela Embrapa Florestas já que as matérias envolveram ciência e pesquisa em suas matérias, como previa o regulamento.
Na categoria Reportagem em Áudio, os vencedores foram os jornalistas Felipe Harmata e Grasiani Jacomini, que produziram a série “Do curativo de nanocelulose às arquibancadas das olimpíadas no rio – produtos que são criados a partir de florestas plantadas”. Em segundo lugar, ficou a jornalista Lorena Malucelli Pelanda, da Rádio BandNews, pela série As valiosas florestas plantadas do Paraná. Na terceira colocação, novamente a CBN Curitiba, com as jornalistas Grasiani Jacomini e Joyce Carvalho, que produziram a série Inovação e sustentabilidade na construção civil paranaense.
Já na categoria Reportagem escrita, Millena Sartori, do G1 Paraná, ficou em primeiro lugar, com a matéria “15 anos em um dia – como árvore é transformada em papel na maior plantação de pinus do Brasil, que fica no Paraná”. Na segunda colocação, os escolhidos foram Francielly Azevedo e Lucas Sarzi, do Portal Banda B, pela reportagem “Da floresta para sua casa – produtos que são feitos com madeira reflorestada e você não sabia”. E, para fechar a premiação, a categoria teve um empate no terceiro lugar, e as duas reportagens foram premiadas: Gabriele Bonat, da Gazeta do Povo, pela matéria “Solo fértil e clima favorável tornam o Paraná protagonista na produção de pinus”, e Everton Lima, do portal eMóbile, com a reportagem “Do plantio à fabricação – cadeia produtiva de móveis se destaca pela responsabilidade ambiental”.
Foto: Paulo França