A Rede Global de Rastreamento de Madeira (GTTN, da sigla em inglês), que promove a operacionalização de ferramentas para identificação e determinação de origem da madeira para verificar reivindicações comerciais e ajudar na luta contra a exploração ilegal do produto e sua comercialização, publicou um guia com estudos sobre os temas. Entre eles, os seguintes assuntos foram publicados: “Visão geral das práticas atuais em análise de dados para identificação de madeira” e “Métodos científicos para identificação taxonômica e de origem da madeira”. Os documentos destinam-se a pesquisadores que trabalham na identificação de madeira e visam apoiar medidas de aplicação da lei, iniciativas para cadeias de suprimentos transparentes e pesquisa científica continuada.
Segundo o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o Laboratório de Produtos Florestais (LPF) está duplamente representado neste guia por meio da metodologia NIRS (técnica espectroscópica de refletância no infravermelho próximo, em inglês Near Infrared Reflectance Spectroscopy) desenvolvida em seus laboratórios, selecionada entre as práticas adotadas para identificação de madeira, e pela presença da pesquisadora e servidora, Tereza Cristina M. Pastore, além de outros colaboradores, como coautores das publicações.
A pesquisadora conta que o LPF participou da elaboração do capítulo 5 do guia: NIR spectroscopy. O capítulo foi construído com estudos de pesquisadores do Brasil e da França. Apenas os pesquisadores do LPF e da Universidade de Brasília (UnB) trabalharam nesse estudo. Tereza considera que há poucos profissionais na área especialistas no tema. “Existem poucos grupos de pesquisa que trabalham com a dupla madeira-NIRS, além do mais, compomos um trabalho voluntário não-remunerado. Adicionalmente, o assunto madeira ilegal é bastante complexo, restringindo a abrangência à pesquisadores que atuam na esfera governamental. Nossa equipe permanente, composta de pesquisadores do LPF e da UnB, trabalha com espectroscopia NIR para identificar madeiras nativas e exóticas há quase 15 anos”, disse Tereza Pastore.
A pesquisadora afirma que o Guia da GTTN é o primeiro passo para a harmonização de dados e procedimentos de análise e visa fornecer uma visão geral das melhores práticas atuais para rastreamento de madeira. Hoje, há cinco tipos de ferramentas disponíveis: anatomia de madeira, espectroscopia de massa (DART-TOF-MS), genética, espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) e isótopos estáveis. Cada uma delas tem seu ponto forte e limitações, porém juntas oferecem uma gama de métodos que podem ajudar a identificar tanto a origem botânica como a origem geográfica (proveniência) da maioria das amostras de madeira.
Os estudos que compõem o guia GTTN estão sendo publicados desde fevereiro de 2019. O primeiro foi o “Guia Geral de Amostragem”, que descreve como coletar amostras de referência para cada um dos métodos de identificação de madeira. Em seguida, foi publicado o “Infográfico Ferramenta de Rastreamento de Madeira”, que mostra as capacidades atuais em identificação de madeira nas diferentes ferramentas de rastreamento.
Fonte: Floresta S/A – Canal Rural