Copergera, localizada nos Campos Gerais no Paraná, é única a operar o manejo de uso múltiplo de pinus e eucalipto
O 6º Workshop Embrapa Florestas/Apre, que aconteceu nos dias 19 e 20 de março, na sede da Embrapa Florestas, em Colombo (PR), encerrou sua programação com a palestra de Marcos Geraldo Speltz, sócio da Speltz Consultoria Florestal e presidente da Cooperativa Florestal dos Campos Gerais (Copergera), sobre “Qualidade da madeira produzida pelas cooperativas florestais”. Segundo Speltz, apesar de no Brasil existir uma série de cooperativas florestais, a única cooperativa de manejo de uso múltiplo utilizando espécies pinus e eucalipto é a Copergera, grupo criado para reunir produtores da região dos Campos Gerais e Médio Tibagi para comercializar a madeira, promover o manejo de uso múltiplo e certificar as florestas.
“Começamos em 2014 com 24 associados, e nossas áreas plantadas de pinus e eucalipto totalizavam 5.000 hectares. Hoje, contamos com 32 cooperados e uma área plantada aproximada de 15 mil hectares. Fazemos manejo de uso múltiplo, com 87% dos associados com florestas certificadas pelo Forest Stewardship Council (FSC)”, destacou.
De acordo com o presidente, o grupo percebeu que a madeira tem uma grande cadeia, e é preciso olhar para isso. Os empresários também tinham em comum a preocupação com a qualidade.
“Se a serraria quer serrar a madeira verde ou madeira seca, o produtor deve conhecer bem o cliente, mas só isso não basta. A qualidade da madeira depende da espécie, e, para isso, é preciso saber para quem vai vender, qual o objetivo do negócio, espaçamento, desrama, desbaste, tempo”, detalhou.
Para garantir uma segurança em termos de mercado, Speltz disse que os cooperados decidiram plantar 40% de pinus e 60% de eucalipto, porque quando uma espécie não vai bem, a outra serve de retaguarda, e vice-versa. Além disso, eles buscaram investir em pinus e eucalipto com ênfase nas variedades de maior crescimento, para madeira sólida e laminados.
Quanto ao espaçamento, o palestrante lembrou que a prática antiga era de 2,5 x 2,5, mas, hoje, a recomendação é 2,5 x 3,0, com alguns experimentos com espaçamentos ainda maiores. Sobre a desrama, ele comentou que são indicadas duas a três operações, sendo a primeira desrama por volta dos três ou quatro anos até 50% da copa ou 2,5 metros; a segunda desrama por volta dos cinco ou seis anos, levando a 4,5 metros; e 3ª desrama feita aos sete ou oito anos, subindo a seis metros. Para regimes de desbastes, o presidente destacou que a Copergera tem estudado a diminuição do número de operações com aumento de intensidade, pensando em duas operações com 50% dos indivíduos. Com relação ao tempo, Speltz comentou que o grupo precisou atender exigências de mercado e diâmetros, normalmente com regimes de corte raso de pinus com 18 a 20 anos e eucalipto de 12 a 16 anos.
Para finalizar a palestra, ele afirmou: “espero que o mercado continue evoluindo, que possamos continuar produzindo, plantando, pois acredito muito neste setor.
Fonte: Interact Comunicação e Assessoria de Imprensa