Em uma proclamação presidencial, a Casa Branca anunciou no dia 29 de setembro uma tarifa global de 10% sobre as importações de madeira macia. Também estabeleceu uma tarifa global de 25% sobre móveis estofados, que aumentará para 30% em 1º de janeiro.
Os materiais de construção foram os mais afetados na última rodada de impostos dos EUA sobre importações, que incluiu uma tarifa global de 25% sobre armários de cozinha e penteadeiras, aumentando para 50% em 1º de janeiro.
Algumas economias com melhores tarifas, como o Reino Unido, a União Europeia e o Japão, devem desfrutar de um tratamento mais favorável, refletindo os termos de seus acordos comerciais com os Estados Unidos.
As tarifas impostas por Trump desde seu retorno à Casa Branca este ano geraram questionamentos e críticas jurídicas tanto globalmente quanto nos Estados Unidos, de pequenos empresários até membros do Congresso.
A Suprema Corte dos EUA ouvirá argumentos orais sobre a legalidade das tarifas globais de Trump em 5 de novembro.
Em um informativo divulgado na segunda-feira pela Casa Branca, o governo Trump afirmou que as tarifas sobre a madeira visam abordar uma ameaça à segurança nacional, em parte porque “a madeira desempenha um papel vital na construção civil e na infraestrutura militar”, afirmou o comunicado.
“Cadeias de suprimentos estrangeiras e grandes exportadores atendem cada vez mais à demanda dos EUA, o que cria vulnerabilidades em caso de interrupções”, afirmou a Casa Branca.
O informativo também observou que os parceiros comerciais que negociam com os Estados Unidos “podem conseguir uma alternativa aos aumentos tarifários pendentes”.
Consequências para o setor
A Proclamação assinada pelo presidente Donald Trump — Adjusting Imports of Timber, Lumber, and Their Derivative Products into the United States — resultante da investigação conduzida sob a Seção 232 do Trade Expansion Act, que avalia potenciais riscos dessas importações à segurança nacional norte-americana, formalizou a aplicação de novas tarifas para painéis de madeira MDP e MDF, bem como para outros produtos de madeira e derivados.
No caso específico dos códigos 4410 e 4411, referentes aos painéis de madeira MDP e MDF, a publicação indica o fim da isenção de 10% anteriormente concedida às exportações brasileiras desses produtos. Com isso, a tarifa adicional aplicada aos painéis brasileiros subirá de 40% para 50%, percentual superior ao estabelecido para diversos outros itens listados.
Essas posições tarifárias – que representaram mais de 25% do valor exportado (US$ 105 milhões) aos EUA, principal destino das exportações brasileiras em 2024 – passam a ter alíquotas de importação entre 50% e 53,9%, a partir de 14/10, em contraste com as tarifas aplicadas no período pré-Trump, que variavam de 0% a 3,9%.
Confira a íntegra da Proclamação aqui.