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Estudo mostra que floresta tropical recupera 80% do estoque de carbono após 20 anos da regeneração

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Um estudo publicado recentemente na revista Science apontou que a regeneração florestal recupera 80% do estoque de carbono, da fertilidade do solo e da diversidade de árvores em até 20 anos. A pesquisa teve como base um dos maiores bancos de dados disponíveis sobre florestas tropicais do mundo. A conclusão é de que a regeneração natural é uma solução de baixo custo para frear e reduzir os efeitos das mudanças climáticas, além de contribuir para a conservação da biodiversidade. As informações são da agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O trabalho é resultado dos estudos de uma equipe internacional, a 2ndFOR, que engloba mais de 100 pesquisadores de 18 países, incluindo cientistas brasileiros. O time é coordenado pelos professores Lourens Poorter, Frans Bongers e Masha van der Sande, todos da Wageningen University (Holanda), e Catarina Jakovac, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O grupo analisou 12 atributos florestais de 77 locais, incluindo mais de 2,2 mil parcelas de florestas da América Central e do Sul, entre elas a Amazônia, e da África Ocidental. São apresentados quatro grupos de características da floresta relacionadas ao solo (densidade aparente, carbono e nitrogênio); ao funcionamento do ecossistema (espécies de árvore fixadoras de nitrogênio, densidade da madeira e área foliar específica); à estrutura da mata (biomassa acima do solo, diâmetro máximo das árvores e heterogeneidade estrutural) e à diversidade e composição de espécies.

Segundo os pesquisadores, as florestas tropicais e seus solos são altamente resilientes, pois todos os atributos se recuperam em até 120 anos (ou 12 décadas) quando comparados com florestas conservadas. Em geral, a recuperação mais rápida é a do solo (fertilidade), que ocorre em menos de 10 anos, e a do funcionamento do ecossistema, menos de 25 anos. Em seguida, em tempo intermediário, ocorre a recuperação da estrutura e da diversidade da floresta (entre 25 e 60 anos), enquanto as mais lentas são a retomada da biomassa acima do solo e da composição de espécies, que demoram mais de 120 anos.

Foto: Pixabay