No dia 9 de julho, a Câmara Especializada de Engenharia Florestal (CEEF) do Crea-PR promoveu um evento para celebrar os 65 anos da Engenharia Florestal no Brasil. O encontro reuniu profissionais de diversas instituições e empresas, o que foi fundamental para discutir desafios enfrentados nas universidades, gestão das entidades de classe e temas técnicos, como fiscalização, legislação ambiental, desenvolvimento florestal e perspectivas no setor.
O coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Florestal do CREA-Paraná, Eleandro Brun, que também integra o Conselho Científico da APRE Florestas, comemora o encontro, destacando os desafios atuais da profissão e as articulações necessárias para garantir sua continuidade com qualidade e propósito.
“O evento não foi apenas uma comemoração do passado. Foi, acima de tudo, um chamado para olhar para o futuro com responsabilidade. Precisamos formar profissionais qualificados e atrair novos talentos, com consciência do papel estratégico da engenharia florestal na produção sustentável de recursos”.
Fortalecimento institucional e integração do setor
O evento iniciou com uma apresentação da Câmara de Engenharia Florestal do CREA-PR (criada em 2023), destacando sua atuação desde janeiro de 2024, quando começou suas atividades.
Lella Regina Curt Bettega, presidente da Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (APEF), destacou a importância da estruturação da Câmara e dos avanços conquistados nesse curto período: “Esse foi nosso primeiro grande evento, pensado para engenheiros florestais e entidades de classe. Mostramos como estamos organizados, os resultados das fiscalizações e os caminhos para uma atuação técnica mais sólida e reconhecida no estado”.
A gerente de fiscalização do CREA-PR, Mariana Maranhão, apresentou os dados da atuação da entidade na área florestal, com foco em temas como podas, plantios e práticas de silvicultura. Segundo ela, a atuação fiscalizatória precisa caminhar junto com a valorização da profissão e a conscientização da sociedade sobre o papel técnico do engenheiro florestal.
Vozes das entidades e das universidades
Representantes das cinco entidades de classe do setor, entre elas APEF, EFOS, EFLOR, ASPEF e ANPEF, compartilharam suas experiências e desafios regionais. “A presença dessas organizações reforçou a diversidade e capilaridade da engenharia florestal no Paraná, além da necessidade de união e articulação constante entre profissionais e instituições”, assinala Lella.
Outro painel reuniu docentes de universidades com curso de Engenharia Florestal, como UFPR, UNICENTRO e UTFPR. Professores e coordenadores relataram dificuldades relacionadas à evasão, à necessidade de incorporar novas metodologias educacionais e ao interesse dos estudantes.
Durante os debates, constatou-se a necessidade de mostrar para os jovens que a engenharia florestal é estratégica para o Brasil e que tem grande demanda por profissionais qualificados
.Atualidades e planejamento setorial
A programação encerrou com a participação da APRE, IAT e STCP em um painel técnico sobre o cenário atual do setor florestal no Paraná.
O diretor-executivo da APRE Florestas, Ailson Loper, trouxe informações relevantes sobre os desafios enfrentados no setor, como insegurança jurídica, trâmites administrativos, escassez de mão de obra qualificada e competição por terra produtiva.
Educação, união e propósito
Mais do que um evento técnico, o encontro promovido pelo CREA-PR funcionou como uma plataforma de alinhamento de expectativas e ações concretas entre os principais agentes do setor.
Como destacou Eleandro Brun, “as empresas precisam de profissionais habilitados, e nós, enquanto instituições de ensino e representação, precisamos ouvir essas demandas, retroalimentar a formação e formar engenheiros e engenheiras florestais prontos para o desafio de conduzir o Brasil por um caminho verdadeiramente sustentável”.