O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) terá, a partir de 2024, uma Câmara Especializada de Engenharia Florestal, que se soma a outras seis câmaras já existentes no órgão, encarregadas de analisar e decidir sobre os assuntos de fiscalização pertinentes às respectivas especializações profissionais e infrações do Código de Ética. A aprovação aconteceu na Sessão Plenária Ordinária de 01 de agosto.
O engenheiro florestal Eleandro José Brun, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Dois Vizinhos e conselheiro do Crea-PR pela Associação de Engenheiros Florestais do Sudoeste e Oeste do Paraná (Aefos), explicou que os conselhos de engenheira e agronomia funcionam a partir de instância deliberativas. Até o momento, a Engenharia Florestal estava alocada na Câmara Especializada de Agronomia, assim como Agronomia, Engenharia Agrícola e Engenharia de Pesca. Porém, segundo ele, pela importância da profissão, que contempla 11 áreas de atuação previstas, os engenheiros e engenheiras florestais buscaram a criação de uma câmara exclusiva, para garantir maior independência nas avaliações e decisões relacionadas à profissão.
“A câmara especializada, a ser instalada em 2024, será um espaço de debate. Assim, nosso tempo estará mais dedicado à discussão das demandas e dos desafios da Engenharia Florestal. Pretendemos, também, fazer um trabalho em conjunto com as associações representativas, as entidades de classe e as universidades, ou seja, todos que fazem parte do sistema de formação e atuação profissional, fundamentais para um trabalho interligado com a câmara e com o Crea-PR. Dessa forma, poderemos representar os anseios dos engenheiros e das engenheiras florestais, trazendo melhores perspectivas tanto de formação como de trabalho orientativo, e quem ganha, com tudo isso, é a sociedade”, avaliou.
Além disso, o professor citou também que, agora, o Paraná poderá participar de discussões a respeito da profissão em âmbito nacional, já que a câmara especializada será a 10ª criada no Brasil.
“Os 10 estados poderão realizar um trabalho de coordenadoria de Câmaras Especializadas em Engenharia Florestal para discutir problemas comuns de legislação, de atribuições profissionais, entre outros. Temos discussões em andamento, por exemplo, para valorização do trabalho desses profissionais na questão do manejo florestal; também situações que versam sobre atribuições para realização de trabalhos voltados à fauna silvestre. Existem diversos temas que afetam a profissão como um todo, não somente no Paraná, e tudo isso poderá ser discutido tanto na câmara especializada aqui do estado como em âmbito nacional. Essa troca de informações vai ser muito benéfica para a Engenharia Florestal, pois vamos estar conectados com profissionais e entidades de todo o Brasil”, garantiu.
Trabalho conjunto
Ele ressaltou, ainda, que a criação dessa instância deliberativa foi um trabalho desenvolvido “a muitas mãos”: pelos conselheiros de Engenharia Florestal do Crea-PR Eleandro José Brun, representando a Aefos; Eduardo Lopes, representando a Associação dos Engenheiros Florestais da Região Centro-Sul (Aeflor); e Marcos Bassaco, conselheiro representante da Faculdade Jaguariaíva (Fajar); pelas entidades de classe Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef), que, a partir do ano que vem, terá conselheiro no Crea; Associação Sul-Paranaense de Engenheiros Florestais (Aspef), que terá conselheiro no Crea a partir de 2025; e Associação Norte Pioneira de Engenheiros Florestais do Paraná (Anpef), que terá conselheiro a partir de 2026; e pelos cursos de Engenheira Florestal da UFPR, Unicentro, UTFPR e Fajar.
“Também tivemos apoio nacional de outras câmaras e de outras entidades de classe, especialmente da Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais e de Reginaldo Rocha Filho, da Câmara Especializada em Engenharia Florestal do Crea-SC, que, em 2023, é o coordenador da Coordenadoria de Câmaras Especializadas em Engenharia Florestal. São profissionais e entidades que lutaram para que esse sonho se tornasse realidade. Agradecemos também o apoio da APRE e colocamos a Câmara e os conselheiros à disposição da Associação. Nosso trabalho será realizado por meio de parceiras e interação com outras entidades, tanto na esfera profissional como empresarial e social, porque isso é para o bem de todos. Estamos cientes da grande missão que teremos pela frente, de ampliar as ações pela valorização da profissão e pela qualidade das obras e serviços a serem prestados à sociedade paranaense”, completou.
Foto: Divulgação Crea-PR
