A agenda ESG tem se destacado globalmente como uma pauta fundamental para as companhias. Para se ter ideia, um relatório da PwC revelou que 77% dos investidores pesquisados planejam, nos próximos dois anos, parar de comprar produtos que não sejam ESG. O posicionamento positivo em meio à sociedade e meio ambiente e a busca por práticas de sustentabilidade são muito relevantes para o sucesso dos negócios. A pressão da sociedade pela adoção das boas práticas relacionadas à agenda ESG cresce a cada dia, tanto dentro das corporações, como para os consumidores, investidores e colaboradores, stakeholders de médias e grandes empresas. Todos estão atentos à adoção das boas práticas relacionadas à agenda ESG.
De acordo com o advogado Rubens Leite, sócio-gestor da RGL Advogados, a tendência é que o ESG ganhe ainda mais espaço nos próximos meses. “As empresas estão enxergando cada vez mais a necessidade de se ter mecanismos de cumprimento, monitoramento e controle de ações sustentáveis, a fim de garantir a segurança e conscientização de todos os processos. As práticas de ESG devem ser vistas como cumprimento de obrigações e mitigação de riscos”, complementa o especialista.
Para Dani Verdugo, CEO do Grupo THE, grupo de empresas dedicado à alta performance através de pessoas e suporte à implementação da agenda ESG, as práticas estão diretamente ligadas ao conceito de um mundo melhor. “A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu objetivos sustentáveis que compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030. Ou seja, estamos há menos de dez anos de 2030, ano em que todas as promessas e Compromissos vão precisar ser renovados. A verdade é que, pela dor, ou pelo amor, é necessário nos mobilizarmos em prol dos pilares ESG”, revela.
Dicas para implantar o ESG na sua empresa. Confira:
1 – Os valores da agenda ESG: A agenda ESG será a grande tendência dos negócios nessa década, por isso, é importante entender o significado da sigla. “É preciso ressaltar que cada empresa, dentro da agenda, cria um movimento positivo em seu ecossistema onde não há perdas. É importante também darmos um passo atrás e falarmos sobre os tais “E”, “S” e “G”.
O “E”, primeira letra da sigla, está ligada às práticas corporativas voltadas ao meio ambiente, como o debate sobre aquecimento global, diminuição da emissão de carbono, poluição do ar e da água, desmatamento, gestão de resíduos, entre outros. O “S”, por sua vez, refere-se ao pilar “Social” da agenda. Que diz respeito às pessoas – sejam elas colaboradores, clientes, e a sociedade em geral. Por fim, o “G”, último pilar da sigla, diz respeito à governança corporativa, sistema pelo qual as empresas são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho, diretoria e todos os stakeholders”, explica Dani.
2 – Comece com a estratégia organizacional: “O primeiro passo é pensar como essa empresa espera se posicionar diante dos temas urgentes de sustentabilidade, definindo a partir do seu propósito e do legado que ela espera deixar. É preciso saber qual é o impacto que a sua empresa tem nos pontos de sustentabilidade, governança, tecnologia e ações sociais para tomar atitudes efetivas para diminuir eles”, aconselha Rubens.
Um novo olhar empresarial, garantindo o impacto positivo nas pessoas e meio ambiente através de suas ações e operações.
3 – Priorize sua agenda ESG: É preciso garantir os projetos que são urgentes e quais são importantes e abrir mão de alguns pontos que não façam sentido. “Persiga os objetivos sustentáveis, como os estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) que compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030. Entre eles estão acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares, saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, água potável e saneamento, energia acessível e limpa, trabalho decente e crescimento econômico, entre outros”, sugere Rubens.
Para se ter uma ideia, a quantidade de pessoas físicas negociando ações na B3 saltou de aproximadamente 700 mil CPFs em 2018 para 4,3 milhões em março de 2022, um crescimento de 514%. Boa parte desses novos investidores pertence à geração mais jovem, como indica um levantamento realizado pela própria B3. Há um grande potencial da parte desses investidores para mobilizar as empresas a assumir compromissos ligados à pauta ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança).
4 – Saiba onde está e onde quer chegar: Estabeleça comitês e políticas para que toda a organização esteja preparada para adotar as ações. “É preciso dar a visibilidade e transparência de como estamos e para onde vamos. Por exemplo, implementar e divulgar as ações sustentáveis realizadas, mostrar que a governança está alinhada com as campanhas dentro da empresa e trazer discussões envolvendo ESG, para que ganhem relevância com o tempo e que tanto investidores, como clientes, consumidores e colaboradores, possam acompanhar mais de perto a atuação das empresas selecionadas para suas carteiras”, explica Rubens.
5 – Adote uma uma cultura governamental: uma das formas de implementar uma empresa alinhada com propósitos e que tenha equilíbrio para que prossigam sustentáveis, é adotar um sistema de compliance, e por meio da contratação de uma consultoria especializada para que ela possa realizar um diagnóstico interno, uma análise de risco das informações ali prestadas e possa também garantir que se construa uma série de regramentos que vão permitir, por exemplo, que haja um código de conduta, políticas essenciais, canais de denúncias, comunicação, etc.
“As empresas que possuem um sistema de compliance sólido, acabam por garantir monitoramento e controle sobre os processos internos, gerando segurança e estabilidade, bem como, de forma mais macro, a valorização da marca. Isso demonstra transparência e credibilidade para o mercado externo, então esses são alguns dos principais benefícios que o programa de compliance traz”, finaliza Rubens Leite, advogado e sócio-gestor do RGL Advogados.
6 – Incentive o conhecimento entre a equipe: Traga para a cultura da empresa todas as medidas de governança ambiental, social e corporativa adotadas pela empresa. A falta de profissionais qualificados é um dos principais entraves para a implementação da agenda ESG nas empresas, segundo pesquisa realizada com executivos e gestores pela Trevisan Escola de Negócio.
“ESG se torna eficiente quando tudo é trabalhado em conjunto, é sempre necessário atuar com governanças estabelecidas, projetos sociais e cuidados ambientais. A política da empresa quando alinhada com a agenda traz benefícios tanto positivos para o ambiente corporativo como financeiros”,conclui Rubens.
- Sustentabilidade do negócio: O ESG não está relacionado apenas às boas práticas, ele interfere diretamente no desempenho de qualquer empresa. “A agenda ESG é essencial para a sustentabilidade dos negócios – o fato é que, em algum momento, as empresas só vão existir se estiverem alinhadas aos três pilares da agenda. Para termos ideia dessa importância, uma pesquisa da Millenium Survey aponta que empresas com práticas ESG são as preferidas de 42% da geração Z. Além disso, 38% deixariam de comprar produtos de marcas que tenham má influência no meio ambiente.
Por conta da aderência a implementação da agenda, negócios que seguem boas práticas ambientais, sociais e de governança são mais estáveis, podem trazer mais lucratividade no longo prazo, e consequentemente, mais valiosos”, revela Verdugo.
- O impacto da agenda: Por fim, o ESG é o futuro das empresas por diversos motivos, desde o sucesso empresarial até a contribuição para um mundo melhor. “A agenda impacta diretamente na forma em que as empresas trabalham e também são vistas pelos clientes e consumidores. No âmbito social, o principal impacto da agenda é na geração de empregos e no investimento na comunidade local. Quando falamos no âmbito da governança, por exemplo, as boas práticas de conduta da empresa e ética gera um bom posicionamento e reputação. O fato é que todos os princípios da agenda são de impacto e independem de porte e setor”, finaliza Dani Verdugo.
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