Indústria brasileira tem mais de 40 formas de utilizar resina proveniente de coníferas
Além de uma análise de segmentos dentro do setor florestal, o 6º Workshop Embrapa Florestas/Apre também discutiu os multiprodutos e seus mercados. Vinicius Gontijo, coordenador de Pesquisa e Viveiros Florestais do Grupo Resinas Brasil, falou sobre “Resinagem: operação, pesquisa e viabilidade”.
Atualmente, a indústria brasileira tem mais de 40 utilizações para a resina de coníferas, que é matéria-prima para fabricação de cera, tinta, sabões, adesivos, isolantes térmicos, corantes, vedantes para madeira, reagentes químicos, óleos, desodorantes, entre muitos outros produtos. O palestrante comentou que o Grupo Resinas Brasil processa aproximadamente 100 mil toneladas de resina por ano, número que representa mais de 50% da produção nacional, estando presente no triângulo mineiro, Sul e Sudoeste de São Paulo, Norte do Paraná e no Rio Grande do Sul.
“Extraímos a resina pelo método americano, mas existem outros métodos no mercado mundial. O colaborador tira o material que fica em volta da árvore. Em pinus tropical, é feita a raspagem na casca, mas no Pinus elliotti, isso não é necessário. Depois, fazemos uma estria para a passagem da pasta e amarração do saco exatamente em cima da linha. Em seguida, o colaborador pega o saco em cada árvore, coloca na lata para então despejar o conteúdo num tambor. Hoje, usamos transbordo autobasculante, o que ajudou a reduzir custos. Assim, o transbordo passa pela floresta, colaborador evacua a lata no transbordo. Finalizou a coleta, o transbordo vai até o tanque e despeja a resina no tanque”, explicou.
Para melhorar os processos e reduzir custos, o Grupo Resinas Brasil realiza diversas inovações na área operacional, e também investiu em pesquisa florestal para selecionar genótipos adaptados com alta produtividade de resina e madeira, boa forma e resistente às doenças. Dentro da área de pesquisa florestal, além de desenvolver melhoramento genético, a empresa também realiza experimentos para instalação de resinagem, bem como diversos experimentos de pastas e também estudos sobre o tempo de estrias bom para cada estação, considerando seis tipos de pasta. Além disso, Gontijo destacou que existem estudos que mostram a influência no tamanho da estria na produção de resina; ensaios de outras formas de resinagem e regeneração de painéis; e estudos sobre novos métodos de seleção visando produção de resina.
Sobre os benefícios da resinagem, o coordenador afirmou que “esta é uma atividade manual que contribui fortemente para a geração de empregos e fixação do homem no campo, antecipa o faturamento dos plantios florestais fonte de renda para a silvicultura familiar e pequenos produtores rurais e contribui para o controle de incêndios florestais”.
Ele destacou, ainda, que o Brasil é um país competitivo no assunto, principalmente, pela ausência de condições climáticas adversas para o pinus, pela boa adaptabilidade e pela grande quantidade de terras ociosas. Além disso, Gontijo lembrou que o investimento em melhoramento genético e na silvicultura feito por instituições públicas e privadas também contribui para isso.
Para finalizar, o coordenador salientou que o Grupo Resinas Brasil oferece uma oportunidade para aqueles que têm floresta: “se vocês têm áreas e têm interesse em produzir resina, temos produtos de fomento florestal que isenta 23% dos custos de produção”.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Interact Comunicação