Nos dias 15 e 16 de outubro, em Brasília, a APRE participou de um encontro promovido pela Associação Sul Brasileira de Empresas Florestais (ASBR). Na pauta, foram abordados temas como certificados fitossanitários, tarifas dos EUA e assuntos jurídicos do setor. A ASBR é formada pela união da APRE (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais) e Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais).

Além do encontro técnico, o diretor-executivo da APRE, Ailson Loper, participou de audiências com o senador Esperidião Amin (SC), deputado federal Valdir Cobalchini (SC), Nelson Ananias Filho, coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e João Crescêncio, secretário adjunto da SDI/MAPA.

Articulações

No primeiro dia da agenda, representantes da ASBR estiveram no Congresso Nacional, acompanhados pelo ex-deputado e assessor da FIESC Odacir Zonta. O grupo foi recebido pela equipe do senador Esperidião Amin (PP/SC) e pelo deputado Valdir Cobalchini (MDB/SC). As conversas abordaram a Medida Provisória 1309, conhecida como “Brasil Soberano”, que propõe medidas de apoio aos setores afetados pelas tarifas norte-americanas.

Os parlamentares reconheceram que o setor florestal foi amplamente impactado pelo tarifário e sinalizaram que o tema deve ser contemplado no âmbito da MP. Também foi destacada a necessidade de fortalecer a articulação política e a base parlamentar do setor nos estados e em Brasília, para garantir uma defesa mais ativa e estratégica das pautas florestais.

Integração com a CNA e avanço em temas estruturais

No dia 16, a ASBR esteve na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), onde se reuniu com o coordenador de Sustentabilidade, Nelson Ananias Filho, e sua equipe. O encontro reforçou que o setor de florestas plantadas é parte essencial da agricultura nacional, e que há espaço para ampliar a integração entre as instituições representativas.

Foram discutidos temas relevantes como os questionamentos em tramitação no STF sobre o Código Florestal, processos envolvendo o Ibama, e a preocupação com a inclusão de espécies como Pinus e Eucalyptus na proposta da Lista de Espécies Exóticas Invasoras, que será discutida no Conselho Nacional de Biodiversidade (Conabio). O setor alerta para os riscos socioeconômicos e jurídicos que uma eventual aprovação pode causar, como o aumento da burocracia no licenciamento ambiental e a insegurança jurídica para produtores e empresas.

Reunião com o Ministério da Agricultura

Ainda no dia 16, a comitiva da ASBR se reuniu com o secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura e Pecuária (SDR/MAPA), João Crescêncio, e com o embaixador José Carlos da Fonseca Jr., da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). O encontro tratou de temas como a política agrícola para florestas plantadas, a condução das discussões sobre as tarifas dos EUA e as dificuldades enfrentadas pelo setor na emissão de Certificados Fitossanitários e na liberação de agentes biológicos de controle da vespa do Pinus.

Fortalecimento institucional e próximos passos

A agenda em Brasília abriu novas frentes de diálogo com órgãos públicos e entidades representativas. Ficou evidente a necessidade de intensificar a articulação entre as associações regionais e nacionais do setor, buscando sinergia e maior impacto nas pautas comuns.

Entre as ações propostas estão:

• Realização de audiência pública sobre os impactos das tarifas impostas pelos EUA;
  
• Apresentação do tema à Frente Parlamentar da Agricultura;
  
• Criação de um grupo de trabalho entre o setor privado e o MAPA para tratar do sistema de Certificados Fitossanitários;
  
• Apoio técnico no Conabio em defesa das espécies produtivas brasileiras;
  
• Articulação com ministros do STF em relação às Ações Diretas de Inconstitucionalidade sobre o Código Florestal e leis estaduais ambientais;
  
• Participação ativa na Comissão Nacional de Silvicultura da CNA.
  

Com essa agenda intensa, a ASBR reafirma seu papel de articulação e defesa do setor florestal sul-brasileiro, buscando garantir segurança jurídica, competitividade e sustentabilidade para uma das principais cadeias produtivas do país.