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APRE participa de audiência pública sobre oportunidades e desafios do setor florestal paranaense

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O presidente da APRE, Zaid Ahmad Nasser, participou, nesta terça-feira (11), da primeira audiência pública do Bloco Temático da Madeira da Assembleia Legislativa do Paraná sobre as “Oportunidades e Desafios do Setor Florestal Paranaense”. O evento foi convocado pelo presidente do Bloco, deputado Artagão Júnior (PSD), e teve como objetivo traçar um panorama sobre o setor e sua importância na economia do estado. As discussões poderão embasar políticas públicas voltadas ao setor florestal, visando ampliar a representatividade do estado na produção madeireira.

“O setor madeireiro surpreende muito pelos seus números, que muitas vezes não são do conhecimento de todos, até mesmo de nós, deputados. É um segmento relevante que nem sempre é compreendido. Por isso, o Bloco da Madeira foi criado e, a partir desta primeira audiência, passaremos a desenvolver o aprofundamento nos trabalhos e estamos abertos às discussões”, declarou Artagão Júnior. O deputado diferenciou a importância da floresta nativa para as florestas plantadas, segmento que corresponde ao cultivo de eucalipto, pínus, bracatinga e araucária, viveiros florestais, extração de madeira, produção de carvão, dentre outros produtos citados pelo deputado. “O setor de florestas plantadas fechou o ano com 553 mil postos de trabalho diretos e 1,59 milhão indiretos. Naturalmente, um segmento como este precisa de atenção do poder público para ajudar o Brasil a ir para a frente”, frisa.

Entraves do setor

O deputado citou os principais dados produtivos do setor madeireiro do Paraná, que ocupa o 3º lugar na economia paranaense, bem como os desafios e demandas, para os quais é necessário o desenvolvimento de políticas públicas. “Cabe destacar ainda que o Paraná conta com 1.18 milhões de hectares de florestas plantadas no Paraná; possui cerca de 5,6 mil empresas ligadas diretamente ao setor madeireiro, que geram 100,4 mil empregos diretos. Um setor como esse tem muitos desafios, como o potencial de desabastecimento de toras, por conta do aumento da demanda pós-pandemia; potencial limitado de expansão e plantios devido à indisponibilidade de áreas e parque industrial deficiente em determinados polos florestais, infraestrutura e malha viária com necessidade de melhorias, desburocratização dos trâmites administrativos, dentre outros aspectos”, citou.

Parceria com a ciência

O chefe geral da Embrapa Florestas, Erich Schaitza, em sua fala abordou a importância da ciência e tecnologia de florestas para a construção de um futuro sustentável e citou as instituições do estado voltadas à ciência florestal ou que tem em seu escopo a pesquisa florestal, sendo elas as faculdades (Universidade Florestal do Paraná, Universidade Tecnológica Federal do Paraná e a Unicentro); os institutos de pesquisa (Embrapa Florestas e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar; a fundação de amparo à pesquisa (fundação Araucária) e as empresas florestais, que contam com equipes de pesquisadores florestais. O chefe da Embrapa Florestas enfatizou a importância da aplicação da ciência para a resolução de problemas da sociedade por meio das políticas públicas. “A ciência gera desenvolvimento quando aplicada a grupos sociais, sejam produtores rurais, empresas, inovadores ou governo. Ela deve resolver problemas e abrir possibilidades. O poder legislativo precisa atuar tendo a base científica como pano de fundo para a correta mobilização de recursos que visam à resolução de problemas de grupos sociais do estado. A Embrapa completa 50 anos e quer atuar junto com o Bloco Temático da Madeira, propondo áreas temáticas de maior necessidade de investimentos e dando pareceres técnicos necessários”, diz.

O Presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Zaid Nasser, também falou sobre a importância do desenvolvimento de Florestas Plantadas. “Cada hectare de floresta plantada corresponde a outro hectare de floresta nativa destinada a conservação, ou seja, reduz a pressão sobre florestas nativas. As florestas plantadas mantêm a fertilidade do solo e ciclagem de nutrientes, fixam e sequestram carbono, protegem e regularizam o regime hídrico, preservam os habitats e ecossistemas naturais, mantém a biodiversidade e incentivam a bioeconomia”, diz. Nasser também enfatizou o protagonismo paranaense no setor. “O Paraná é destaque no cenário nacional por ter a maior área plantada de pinus do país (cerca de 37% do total de pinus plantado no Brasil), é líder nas exportações de compensado de pínus, painéis reconstituídos e molduras, com produtividade florestal acima da média nacional e com potencial de crescimento”, citou. 

Sistema ambiental

O secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge, enalteceu a iniciativa de montar o Bloco Parlamentar e trazer o setor para o debate. “O Governo do Paraná é solidário com aqueles que produzem e geram riqueza e empregos. O Paraná busca criar um sistema ambiental que procure conciliar produção e preservação, uma economia que seja verde, que seja eficiente, que seja inclusiva, gerando empregos e que possa transformar o nosso estado em um modelo de produção e de geração de riqueza, ao mesmo tempo que possa atender as necessidades da população”.

O deputado Artagão Júnior encerrou a audiência reafirmando o compromisso de atuação pelo setor florestal. “O setor madeireiro no Paraná responde por cerca de 100 mil empregos diretos envolvendo 5,6 mil empresas e a Assembleia Legislativa tem esse dever de fazer a interlocução com o setor, encurtando as distâncias, e todos os atores aqui presentes mostraram extrema disposição para que a gente possa diminuir as divergências e potencializar as convergências”, concluiu.

A audiência contou com a participação, na mesa, do chefe geral da Embrapa Florestas, Erich Gomes Schaitza; do secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável do Paraná, Valdemar Bernardo Jorge; do chefe do Departamento de Florestas Plantadas da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Breno Menezes de Campos; do Presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Zaid Nasser; do gerente de Políticas Públicas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Amauri Ferreira Pinto; do diretor de Licenciamento e Outorga do Instituto Água e Terra do Paraná (IAT), José Volnei Bisognin, bem como dos deputados Gugu Bueno (PSD), Anibelli Neto (MDB), Matheus Vermelho (PP) e Arilson Chiorato (PT). Também compareceram à audiência representantes de várias empresas do setor produtivo e também do Poder Público.

Foto: Valdir Amaral/Alep