O presidente da APRE, Zaid Ahmad Nasser, participou, nesta quinta-feira (30), do Congresso de Pinus Sul Brasil, que aconteceu em Lages (SC). Ele foi convidado para o debate sobre o mercado florestal e industrial, logo após a palestra de Marcelo Schmid, CSO do Grupo Index, sobre Momento atual e projeções do mercado de produtos de base florestal Brasil e mundo. Além deles, também estiveram no painel o presidente do Sindimadeira Lages, Paulo Cesar da Costa; e o presidente do Sindimadeira Rio Grande do Sul, Leonardo de Zorzi.
Um dos pontos abordados por Nasser foi a disponibilidade de madeira para os próximos anos, principalmente para as empresas menores. Ele destacou que a rotação de grandes blocos de plantios de pinus vêm diminuindo para 15 anos, por conta de aquisições do setor de celulose, mas reforçou que é importante, dentro do estado, que o setor tenha rotações de 18, 21, 23 e 28 anos, justamente para suprir a demanda das pequenas e médias empresas consumidoras de pinus.
Nesse assunto, Marcelo Schmid apontou que o mercado florestal está desbalanceado: a demanda vem crescendo, e continuará a crescer, e a oferta está estagnada. Segundo ele, a preocupação com a disponibilidade de madeira tem levado as grandes empresas a adquirirem ativos, “afastando ainda mais os pequenos e médios produtores do mercado e estrangulando as pequenas e médias indústrias, pela falta de matéria-prima e pelo preço. O processo de verticalização da produção pode ser vantajoso para a grande empresa pela garantia de matéria-prima. Mas, para o setor, ela é prejudicial, pois achata a cadeia produtiva florestal, reduz o número de players, de negócios e de dinheiro em circulação”, disse durante a palestra.
Para o presidente da APRE, é importante lembrar também, nessa discussão, que o Paraná é um grande provedor de empregos no setor florestal brasileiro, justamente pela diversificação dos produtos ligados a outras cadeias produtivas, não apenas de celulose, mas de madeira sólida de pinus. E essas pequenas e médias empresas empregam muitas pessoas. “A operação não é tão mecanizada. Serrarias menores não têm capacidade de fazer aportes para modernização da planta. Assim, temos um número alto de profissionais na atividade”, citou.
Ainda durante o debate, outro ponto destacado por Nasser foi a produtividade. Na avaliação dele, a tendência é que o setor tenha, nos próximos anos, um reflexo dos incentivos realizados em pesquisa e tecnologia para aumentar a produtividade do pinus por hectare. “Seguimos, como todo o agronegócio, buscando essa melhora, e esse é um dos pontos que vai ajudar a indústria a estabilizar a oferta de madeira nos próximos anos, algo em longo prazo”, reforçou.
Por fim, puxando o gancho do preço da madeira, assunto discutido entre os participantes, o presidente abordou a disparada nos preços para plantar pinus. “O custo de implantação é muito alto. Assim, nos patamares que estão os preços de silvicultura, o investimento, com taxa de retorno no futuro, acaba refletido no preço da madeira, e, certamente, essa é uma discussão que continuaremos tendo nos próximos anos”, ressaltou.
Prêmio APRE Florestas de Jornalismo
No painel, os participantes puderam fazer perguntas aos debatedores, e um dos questionamentos foi sobre a importância da comunicação do setor com a sociedade. Aproveitando a oportunidade, Zaid Ahmad Nasser lembrou o 1º Prêmio APRE Florestas de Jornalismo, lançado no dia 21 de março, em comemoração ao Dia Internacional das Florestas. Segundo ele, a iniciativa foi desenvolvida justamente para estimular a cobertura jornalística sobre esse segmento, destacando a importância dele para a economia do estado e os benefícios sociais e ambientais gerados.
“O setor florestal está presente no dia a dia das pessoas, fornecendo inúmeros produtos, além de estimular o desenvolvimento social de municípios e comunidades. Temos números importantes que mostram que nossa atividade é bastante significativa para a sociedade como um todo. Nós sabemos disso, mas precisamos disseminar essas informações. O prêmio é uma forma de ampliar essa comunicação em diversos meios, estimulando os profissionais da imprensa a divulgarem o setor de florestas plantadas, para atingirmos outras camadas da sociedade”, completou.
Saiba mais sobre o prêmio neste link.
Evento
A indústria de base florestal representa expressiva participação no conjunto da economia nacional. Espécies de pinus e eucalipto são as que mais se destacam como florestas plantadas. O Pinus, em especial, está concentrado nos três estados do Sul, que possuem 87% dos plantios nacionais, totalizando quase 2 milhões de hectares.
Para marcar essa importante atividade, a cidade de Lages sediou, de 29 a 31 de março, o Congresso de Pinus Sul Brasil e a TechForestry – Feira de Tecnologia para Industria da Madeira e Floresta. Os eventos foram criados para incentivar o plantio de pinus no Sul e, ao mesmo tempo, apresentar tecnologia em máquinas e equipamentos que permitam maior produtividade e agregação de valor ao produto final. A APRE foi uma das apoiadoras do evento.