A cooperação entre a Embrapa Florestas e o Senar AR/PR vem gerando frutos e contribuindo para a difusão de conhecimento técnico aplicado. A capacitação de produtores rurais quanto ao uso de tecnologias para os sistemas de produção, que priorizem as florestas e agropecuários, é uma etapa fundamental do processo de adoção de uma tecnologia.
Um dos resultados dessa parceria é o Curso de Introdução ao QGIS, uma multiplataforma de Sistema de Informação Geográfica (SIG), que permite a visualização, edição e análise de dados georreferenciados. O lançamento do primeiro módulo do curso foi realizado durante a 4ª Edição do evento AgroBit Brasil, em 10 de novembro. As 60 vagas, 30 para cada turma aberta, foram preenchidas em menos de um dia de divulgação. Os próximos módulos serão lançados em 2022.Segundo a bolsista Adriane Mallmann, co-autora, o curso completo conta com 4 módulos:
– Módulo 1: Introdutório, teve início na terça-feira (16/11). Aborda os principais conceitos para se trabalhar com o software QGIS. Com ele, o aluno já sai com uma possibilidade de análise para sua propriedade ou região com ênfase ao acesso à bases cartográficas remotas específicas para o setor rural;
– Módulo 2: Tem como foco a manipulação de dados vetoriais. Seu diferencial é o trabalho com edição e, principalmente, as muitas possibilidades de se utilizar e refinar os dados associados às bases cartográficas;;
– Módulo 3: Apresenta como trabalhar com dados matriciais. Nele se enfatiza o uso de alguns plugins disponíveis no QGIS, que facilitam o processo de análise e classificação de imagens obtidas por satélite, bem como exemplos práticos de uso de índices de vegetação, solo e água;
– Módulo 4: Mostra como elaborar mapas temáticos. Nesse último módulo, serão apresentadas as principais ferramentas e práticas para a construção e representação por meio de mapas.
Wilson Holler, analista da Embrapa Florestas, informa que está em fase de elaboração outro curso que trata da análise de imagens obtidas por drone utilizando software livre:“A ideia é complementar os cursos do SENAR que já existem sobre o tema. A partir do momento que o profissional possui os produtos básicos do processamento das imagens obtidas por drone, como ortomosaico e modelo digital de superfície, o que mais é possível fazer? É essa pergunta que pretendemos responder”, explica.
Segundo Holler, a tecnologia embarcada nas aeronaves remotamente pilotadas (RPA) e os sensores estão evoluindo rapidamente, sendo possível obter benefícios para o monitoramento de culturas: “Os drones podem ser utilizados simplesmente para análises visuais com as imagens obtidas ou realizar mapeamentos com precisão, com os devidos cuidados no planejamento e coleta das imagens”.
Entretanto, Holler alerta: “Sem uma investigação adequada, pode-se perder todo um projeto ou mesmo inviabilizar novas aplicações se negligenciada a escolha adequada de um sensor que forneça informações confiáveis e precisas sobre a vegetação. Entender as diferenças entre imagens obtidas por câmeras RGB, modificadas e multiespectrais torna as análises mais precisas”, afirma.
O segundo curso da parceria Embrapa Florestas-Senar irá abordar, com exemplos práticos, os itens:
– A revisão sobre o processo de aquisição e cuidados na coleta de imagens que contribuem para a melhoria do processamento das imagens;
– As principais câmeras RGB, multiespectrais e modificadas para uso em RPA, popularmente conhecido como Drone;
– A análise de imagens (ortomosaicos). Etapas e ferramentas para o processamento digital de imagens. Quais os principais índices para imagens RGB (sensor/câmera mais amplamente disponível e utilizada). Qual a diferença de resultado entre uma imagem obtida por uma câmera multiespectral e uma modificada;
– A análise de terreno (MDS e MDT). Como gerar declividade, face de exposição, altitude mínima, média e máxima, etc.
A parceria Embrapa Florestas e Senar/PR se dá em projetos relacionados ao uso de novas tecnologias para aumento da eficiência e aprimoramento das técnicas de monitoramento de GEE; disponibilização e inserção de tecnologias do Sistema Erva 20, para erva-mate, além de ações de transferência de tecnologia e vinculação estratégica nos temas automação, agricultura de precisão e TICs e inovações gerenciais nas cadeias produtivas.