A 50ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas aconteceu, no dia 13/04, em formato on-line, e contou, entre outras apresentações, com a participação de Erich Schaitza, chefe geral interino da Embrapa Florestas. O intuito de sua fala foi apresentar possibilidades de cooperação com o setor privado, principalmente em projetos voltados à inovação tecnológica.
Schaitza mostrou como funcionam projetos cooperativos, nos quais a Embrapa e as empresas entram com recursos e compartilham o risco tecnológico do desenvolvimento. Disse que a Embrapa está aberta a parcerias para pesquisas e novos negócios e usou exemplos de projetos de inovação e transferência de tecnologia bem-sucedidos da Embrapa Florestas, e com grande impacto no setor florestal. “Exemplos claros de conhecimentos que geram negócios são os projetos de controle de pragas, do desenvolvimento de softwares como o Sispinus, Siseucaliptus, Erva20 e Selegen.”
Ações e riscos
Em todo projeto de pesquisa há riscos embutidos. Mas, muitas vezes, as recompensas e inovações de um projeto mudam cenários e geram desenvolvimento. “Nossa visão de futuro é aumentar o número de projetos finalísticos, transformando nosso conhecimento em produtos que sejam bons para o setor privado, aportando tecnologia e compartilhando entre as partes tanto o risco tecnológico, quanto os recursos e méritos. De maneira que se der certo, todos irão lucrar. Queremos desenvolver projetos arrojados, bons para o parceiro, e para a cadeia produtiva, o mercado ou a sociedade”, vislumbra Schaitza.
O chefe da Embrapa Florestas explicou aos participantes da reunião as principais características de um projeto tipo 3 típico, como, por exemplo, a necessidade de que o investimento financeiro mínimo do parceiro seja igual ao da Embrapa, que deve ser depositado em fundação e que tenha como fim o desenvolvimento de um produto específico (máquina, método, químico, material ou cultivar).
Espaço para novos projetos
Vários temas que se enquadram na categoria de Projeto Tipo 3 foram elencados pelo chefe geral aos representantes da câmara setorial de florestas plantadas. “Há espaço para vários projetos de inovação, como novos inseticidas biológicos para o controle de formigas, baseado nos 20 anos de pesquisa que a Unidade possui neste tema. Temos também condições de desenvolver produtos a partir da celulose, como barreiras, adubos e pele artificial, por exemplo”. Também foram citadas possibilidades de melhoramentos nos processos de serraria e inovações na área de bioenergia, com geração de calor, frio e eletricidade distribuída associados a processos tradicionais como a produção de carvão e serrarias.
Fundos de financiamento
Schaitza ainda falou sobre a possibilidade de atuação com o setor através da criação de fundos de pesquisa, com visão de desenvolvimento de longo prazo e de cooperação. Alguns casos foram lembrados, como o do Funcema, um fundo com 33 anos de atuação, e que permite o controle biológico de pragas em mais de 1 milhão de hectares de florestas no Sul do Brasil. Outro exemplo trazido à apresentação foi o Funpinus, consórcio de 10 empresas e Embrapa, voltado para o melhoramento de pinus para madeira sólida e resina. “O Funpinus é uma resposta ao objetivo estratégico do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas, voltado à produção de material genético superior para madeira de serraria e resina”, frisa.
Para finalizar sua apresentação, o chefe geral da Embrapa Florestas convidou o setor florestal a formar novos fundos voltados a diversos temas. “Que tal desenvolvermos madeira para serraria de eucalipto na região do Matopiba?”, sugere Schaitza. O presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, Luiz Calvo Ramires Junior, elogiou a apresentação, dizendo que aprofundará a discussão de novos projetos em parceria com a Embrapa durante as próximas reuniões do grupo.
Foto: Egberto Gebauer