O Paraná é o segundo estado brasileiro que mais exporta madeira serrada e compensada, segundo dados de janeiro a novembro de 2020 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O estado só fica atrás de Santa Catarina.
Conforme o levantamento, o Paraná tem mais de um milhão de hectares de área plantada de pinus e eucalipto.
Os Estados Unidos são o principal cliente de madeira do Paraná. Em uma das empresas, os norte-americanos compram 70% da produção. Ao todo, foram US$ 570 milhões para o país de janeiro a novembro de 2020.
O mercado madeireiro cresceu 15% ao ano na última década. São seis mil empresas ligadas ao setor florestal que empregam, juntas, mais de 100 mil trabalhadores.
A relação entre os produtores locais e os compradores internacionais é mediado pelas tradings. Marco Tuoto é trader de madeira e fala sobre este trabalho.
“No Paraná, a indústria de madeira serrada e compensada, o predomínio é de indústrias de pequeno e médio porte. Muitas destas indústrias não têm capacidade para ascender a determinados mercados, principalmente o internacional. Com isso, as tradings passam a exercer um papel fundamental, ou seja, é consolidar volumes e operar em escala.”
Indústria
Para uma floresta de pinus chegar ao ponto ideal de colheita são necessários 28 anos. Antes mesmo das árvores serem cortadas e irem para a indústria, elas já são negociadas com importadores.
Álvaro Scheffer Júnior é empresário do setor. Ele faz parte da terceira geração de uma família dona de uma indústria madeireira nos Campos Gerais do Paraná.
Segundo o empresário, o plantio de pinus começou na década de 1970 com o avô, mas foi em 1994 que a empresa se expandiu e conquistou o mercado.
“A gente produz as mudas, faz o plantio das áreas, toda a parte de manutenção, de podas, de colheita, beneficiamento e a exportação”, relata.
A madeira paranaense gera interesse do mercado internacional por causa da qualidade, da quantidade e do preço: 100% do produto é aproveitado. Para o empresário, mesmo assim, a produção poderia ser ainda maior.
“A expansão para áreas de plantio a gente vê como uma dificuldade dentro do estado, hoje, pela concorrência com a agricultura, porém a gente vem melhorando muito na parte industrial. Acho que uma coisa vem compensando com a outra. Estamos usando melhor o produto, tendo um aproveitamento melhor da madeira”, ressalta.
Assista à reportagem do Caminhos do Campo clicando nesse link.