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Ao contrário da madeira, preço da celulose teve 11 reajustes em 2017

Alta demanda e ruptura de oferta provocaram aumentos mensais com exceção do mês de agosto
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Alta demanda e ruptura de oferta provocaram aumentos mensais com exceção do mês de agosto

Os preços internacionais da celulose de fibra de curta (produzida a partir do eucalipto) surpreenderam até mesmo os mais otimistas em 2017, diz reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico nesta sexta-feira, 29.12.

De fato, a aceleração das compras na China e a ruptura de oferta muito acima da média histórica garantiram aos produtores margem para aplicação mensal de reajustes, com exceção de agosto. No total, foram 11 aumentos em 12 meses, que levaram as cotações de referência a valores há algum tempo não vistos pela indústria.

A reportagem ressalta que o ambiente positivo também permitiu que o setor reduzisse os descontos concedidos sobre preços de referência, que em determinados contratos chegaram perto de 30%.

Os produtores não revelam os níveis de desconto praticados, mas indicaram que a redução proposta para os contratos em vigor de janeiro em diante é de dois a quatro pontos percentuais.

Desde o último reajuste, no dia 1° de dezembro, o valor da tonelada de celulose no mercado europeu passou para US$ 1 mil. Na América do Norte, o atual valor de referência é de US$ 1.190 a tonelada. Na China, US$ 820.

Em contrapartida, os custos para produzir a celulose no país – considerados os menores do mundo – se manteve dentro dos patamares esperados pela indústria.

Um dos motivos para isso é a estagnação dos preços da madeira, insumo que impacta – em todo o seu manejo – em aproximadamente 44% no custo da celulose.

É notório que os plantios próprios das grandes empresas, além de garantir o suprimento de suas operações que passam por constantes aumentos e ajustes de produtividade, também servem para regulação de preço.

A falta de organização dos produtores independentes de eucalipto também favorece o cenário de preços estagnados, com exceção de fundos florestais (principalmente os FIPs – Fundos de Investimento em Participações) que têm obtido negociações bem mais rentáveis e preços diferenciados.

Na região de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, só um desses fundos mantém aproximadamente 60 mil hectares sob gestão.

Ainda assim, o custo de produção de celulose de fibra curta brasileira se mantém em valores aproximados de US$ 235 de acordo com o levantamento feito pelo Bradesco junto às empresas do setor (vide quadro abaixo), deixando para trás seus principais concorrentes como China, Estados Unidos, Canadá e Indonésia.

A reportagem da jornalista Stella Fontes, especialista em celulose, ainda conclui que há previsões de baixa no preço da celulose para o início de 2018 considerando, basicamente, dois aspectos: o ajuste entre oferta e demanda e a sazonalidade do mercado chinês.

Mesmo assim, é possível conferir nos balanços das empresas de celulose – divulgados trimestralmente – que os resultados nunca foram tão positivos tanto na geração de caixa quanto em volumes produzidos e também em lucro líquido.

Fonte: Painel Florestal