Evento do Mapa e do MMA, com apoio da CNI, discutiu como explorar as florestas de forma sustentável, com uso de tecnologia e conhecimento
Promover o uso sustentável das florestas, estimulando a economia do setor. Esse foi o objetivo do evento “Florestas de Valor: oportunidades de investimento na conservação e na cadeia produtiva”, realizado nesta sexta-feira (21), no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A iniciativa foi uma parceria dos ministérios da Agricultura e Pecuária (MAPA) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), e contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Na ocasião, a CNI foi representada pelo gerente de Recursos Naturais, Mário Cardoso. O evento teve como objetivo promover uma rodada de negócios florestais e contou com a participação de 200 pessoas.
“Todas as florestas têm valor. Precisamos fazer com que nossas florestas plantadas não sejam em oposição às nossas florestas nativas. É necessário criar esse processo de retroalimentação”, defendeu a ministra do MMA, Marina Silva. “Por que somos uma potência agrícola? Porque somos uma potência hídrica. Por que somos uma potência hídrica? Porque somos uma potência florestal”, enumerou. Segundo Marina Silva, cerca de 40% do PIB global depende da biodiversidade. “A floresta é o cofre da biodiversidade global”, enfatizou.
Fundo global para preservação de florestas
A ministra destacou o trabalho que vem sendo realizado para a criação de um fundo global para proteção de florestas, chamado Fundo Florestas Tropicais para Sempre, ou TFFF, na sigla em inglês. “Nós queremos pagar por hectare de floresta preservada. Quem tem excedente de florestas pode receber para manter essas áreas verdes preservadas”, explicou. “É possível produzir mais, pelo uso da tecnologia e do conhecimento, sem que a gente precise destruir mais florestas”, defendeu Marina Silva.
Mário Cardoso, gerente de Recursos Naturais da CNI, destacou a importância de conciliar a atividade produtiva com a sustentabilidade. “Esse é o grande desafio. Temos 500 milhões de hectares de florestas no país. Desses, 2% são de florestas plantadas. É preciso enxergar valor na floresta nativa e defender a sua proteção”, apontou.
Mário também destacou a necessidade de um ambiente de negócios favoráveis, acompanhado de uma legislação clara. “É preciso uma integração das áreas políticas, para que possamos alavancar o Brasil como potência florestal, como bioeconomia”, disse.
Desafios e oportunidades para a cadeia produtiva
Na sequência, Mário Cardoso conduziu o painel “Florestas para sempre: sinergia entre produção florestal e conservação – desafios e oportunidades para um futuro sustentável”. O debate contou com a participação de representantes do MMA; MAPA; Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA); Câmara Setorial de Florestas Plantadas; Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura; Fórum Nacional de Base Florestal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A solenidade de abertura contou com a presença de Garo Batmanian, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB); Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Rita Mesquita, secretária nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA; Pedro Neto, secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do MAPA; Irajá Lacerda, secretário-executivo do MAPA; e Ciro Dornelas, corregedor-geral do MAPA.
Florestas de Valor
A iniciativa teve como objetivo criar um ambiente para apresentação de projetos inovadores, chancelados pelo MAPA e MMA, e conectar investidores a iniciativas florestais sustentáveis promissoras, fomentando o desenvolvimento sustentável do setor. Por meio dessas parcerias estratégicas, os ministérios buscam o fortalecimento do mercado nacional de florestas, em sintonia com as melhores práticas ambientais, sociais e de governança.
O evento aconteceu em homenagem ao Dia Internacional das Florestas, comemorado na mesma data.