Em comemoração ao Dia Internacional da Biodiversidade (22 de maio), o boletim Ibá Digital trouxe diversas ações e projetos de empresas em relação à conservação de fauna e flora, além de iniciativas de monitoramento que visam à preservação das espécies.
Confira abaixo alguns destaques das associadas à APRE publicados no boletim:
ARAUCO destaca conservação da biodiversidade na RPPN Vale do Corisco em Sengés, PR
Para a ARAUCO, a conservação ambiental e proteção dos ecossistemas é uma prioridade. Atualmente, cerca de 40% de seu patrimônio florestal são de áreas naturais, nas quais a empresa zela pela biodiversidade através de medidas como o estudo de espécies da fauna e flora, controles ambientais e operacionais, proteção florestal, entre outras. Algumas áreas naturais e com alto valor social e ambiental, como a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Vale do Corisco, em Sengés (PR), são destaques em biodiversidade e serviços ecossistêmicos, apresentando abundante riqueza natural.
A RPPN Vale do Corisco possui no Paraná cerca de 369 hectares e está situada ao longo da APA (Área de Proteção Ambiental) da escarpa devoniana. Foi criada em 1999 e caracterizada como uma Área de Alto Valor de Conservação (AAVC), seguindo os princípios e critérios de certificação de manejo florestal.
AAVCs são locais em que a biodiversidade é de grande riqueza e sua conservação é extremamente importante, por seu valor ambiental e social. Na RPPN, existe grande diversidade ambiental e de espécies, devido as áreas naturais estarem em zonas de ecótono, ou seja, transição entre diferentes formas de vegetação, como a floresta com araucária, cerrado e campos.
A fim de conhecer e conservar a riqueza natural desta área, são realizados estudos e monitoramentos da diversidade de espécies desde 2010. Nos últimos 3 anos, já foram identificadas mais de 450 espécies, das quais 219 são aves, 48 anfíbios, 29 mamíferos, 8 répteis e 149 vegetais. Destas, 35 espécies estão em alguma categoria de ameaça de extinção, nas listas estadual, nacional e/ou internacional. Um destaque em relação as espécies ameaçadas foi o registro inédito no local da presença do Muriqui-do-sul ou macaco Monocarvoeiro (Brachyteles arachnoides), maior primata não humano das Américas e endêmico da Mata Atlântica, estando criticamente ameaçado de extinção. Suas populações remanescentes são escassas e dificilmente são visualizadas, pois geralmente vivem em locais acidentados, como morros ou escarpas de difícil acesso. Na primeira visualização, em 2019, foi possível registrar apenas um indivíduo. Já na segunda, em 2021, foram observados cerca de 4 indivíduos, indicando a presença habitual desta espécie na área.
A ARAUCO está trabalhando, ainda neste ano, buscar a certificação do serviço ecossistêmico na categoria conservação da biodiversidade na RPPN. A área também possui valor sociocultural e ecoturístico por abrigar a cachoeira do Corisco, uma queda de expressiva beleza cênica com aproximadamente 100 metros de altura.
Ecoturismo e educação ambiental
Além das ações de conservação e estudos da biodiversidade na RPPN Vale do Corisco, outras iniciativas ocorrem no local como o ecoturismo e o programa de Educação Ambiental, medidas que agregam na conservação ambiental.
O Ecoturismo na RPPN é o primeiro projeto em que a ARAUCO abre as portas de seu patrimônio natural para visitação. A iniciativa tem como propósito promover a visita segura e ordenada de turistas no mirante da cachoeira sendo realizado em parceria com a AMAS (Associação de Monitores Ambientais de Sengés), que desde 2022, realiza a visitação guiada no local.
Já a Educação Ambiental é um programa da ARAUCO realizado junto aos estudantes do último ano do ensino fundamental do município de Sengés, contemplando trilhas e atividades educativas no mirante da Cachoeira do Corisco.
WestRock: Monitoramento e Compromisso com a Biodiversidade para um Futuro Sustentável
Proteger espécies de fauna e flora que habitam as áreas de florestas WestRock é um compromisso inegociável da empresa.
A WestRock preserva florestas nativas, que além de contribuir para a preservação do solo, ar e recursos hídricos, servem de habitat para centenas de espécies de plantas e animais. Há mais de duas décadas, a empresa realiza o monitoramento contínuo da biodiversidade nas suas áreas preservadas, estudo que já identificou 353 espécies de fauna e 269 de flora presentes nas florestas da empresa – destas, 41 espécies são ameaçadas de extinção. Desde 2020, a análise foi aprimorada, permitindo a comparação de dados em períodos diferentes, porém com cenários de clima semelhantes, seja em áreas de preservação ou áreas que combinam florestas plantadas e nativas, fornecendo ainda mais informações para entender como as espécies vivem e se reproduzem. Os monitoramentos são de extrema importância para a coleta de informações cada vez mais detalhadas sobre a presença de espécies de fauna e flora nas florestas da empresa. Por meio da análise de dados históricos, a WestRock vem evidenciando a qualidade e os benefícios do manejo de florestas plantadas para a preservação da biodiversidade, identificando, inclusive, animais topo de cadeia em suas áreas, o que demonstra o equilíbrio dos ecossistemas nessas regiões.
Mais do que monitorar a biodiversidade em suas áreas florestais, a WestRock também está comprometida publicamente a atuar pela preservação das espécies: em 2022, a empresa tornou-se signatária do Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade, do CEBDS, no qual definiu nove metas no tema até 2030. Para conhecer as ações realizadas pela empresa dentro do compromisso, acesse: https://cebds.org/ibnbio/empresa/westrock/
Parceria entre a TTG Brasil e a UFMG para o Projeto de Elaboração de um Plano de Monitoramento Integrado de Flora e Fauna
O norte de Minas Gerais é uma região destaque no Brasil quanto à variedade de ambientes. Nessa região ocorre o encontro de três biomas, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, formando um ecótone caracterizado por vegetações típicas de cada bioma, além de vegetações únicas, formadas pela associação local de espécies, solo e clima. Por isso, muitas vezes até a definição do bioma ou da formação vegetal avaliada é um desafio. Diante disso, o presente projeto, desenvolvido pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais – Campus Montes Claros) e pela TTG Brasil Investimentos Florestais, visa elaborar um Plano de Monitoramento Integrado de Flora e Fauna para duas propriedades que estão inseridas nesse contexto.
Até o momento, as formações vegetais dos remanescentes foram detalhadamente delimitadas, áreas quantificadas e suas espécies vegetais inventariadas. Foram propostas também espécies-chave para a aceleração da restauração nas condições climáticas do Norte de Minas Gerais, com rusticidade e capacidade de atração e manutenção de fauna. O reconhecimento das distintas formações, habitats e disponibilidades de recursos, permitiu a proposição de delineamentos amostrais para flora e fauna adequados à heterogeneidade ambiental de cada propriedade. Além dos aspectos estruturais da vegetação, os diferentes ambientes estão sendo definidos com base em avaliações de composição das comunidades de flora e fauna, de diversidade e interações ecológicas. O material vegetal coletado no projeto irá compor a coleção do Herbário Norte Mineiro, representando material testemunho validado que pode ser consultado no local ou no herbário virtual, promovendo melhorias na qualidade da identificação das espécies.
Esse vínculo entre empresa e universidade tem proporcionado grande experiência para os estudantes do curso de graduação em Engenharia Florestal da UFMG, por meio do treinamento em inventário da biodiversidade e gestão de reservas, visando a sustentabilidade das paisagens naturais e para a empresa permitirá a melhoria da metodologia dos monitoramentos de flora com o uso de métodos de amostragem adaptados para a realidade de cada remanescente e determinação das espécies de flora chave na manutenção da fauna de herbívoros e onívoros. Além de propor métodos de manejo e uso da área que possam contribuir de forma significativa para a conservação da flora e fauna, sem maiores prejuízos econômicos.
Pretende-se também, no documento a ser elaborado, selecionar espécies de destaque para ações de restauração, aceleração da sucessão e atração da fauna, informações determinantes para futuros projetos da empresa.
Imagem: Divulgação Ibá