A Embrapa Florestas, a ACR, a APRE e a Ageflor realizaram reunião técnica, no dia 12/09, para apresentação, às empresas vinculadas ao Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais (Funcema), do projeto sobre o uso de drones no manejo de formigas cortadeiras. O projeto prevê pesquisas para desenvolver e disponibilizar um protocolo para o monitoramento e controle de formigas cortadeiras do gênero Acromyrmex (quenquéns) em plantios florestais na região sul do Brasil, utilizando diferentes ferramentas embarcadas em drones, visando menor impacto ambiental, melhor eficiência e redução dos custos das atividades.
Mais de 60 associadas, além dos diretores da ACR, Mauro Murara Júnior, e da APRE, Ailson Lopes, participaram on-line. Pela Embrapa, participaram Susete Penteado e Wilson Holler, Wilson Reis, pela Epagri/Embrapa, Mariane Nickele, consultora Funcema/Embrapa Florestas e Elisiane Queiroz, laboratorista Funcema/Embrapa Florestas.
Na abertura da reunião, Reis destacou que o uso de drones para aplicação de formicidas exige estudo de eficácia e o estabelecimento de procedimentos para aplicação: “Será preciso desenvolver um protocolo para aplicação levando em conta fatores como altura, distância, tipos de iscas a serem embarcadas – a granel ou encapsuladas- etc.. Comentou também sobre o uso de radar embarcado em drone para a identificação dos ninhos de formigas: “Já existe estudo conduzido em eucalipto para controle das formigas cortadeiras do gênero Atta, as saúvas, porém, esses estudos ainda não foram realizados para Acromyrmex, que apresentam ninhos bem menores e são de difícil localização”, explicou o pesquisador.
Na sequência, o projeto foi apresentado por Mariane Nickele. Com prazo de execução previsto para dois anos, a proposta inclui seis atividades:
1. Uso de radar embarcado em drone para a detecção de ninhos de Acromyrmex;
2. Uso de câmeras de alta resolução embacadas em drone para detecção de mudas de pinus recém-plantadas atacadas por formigas cortadeiras;
3. Avaliação da eficácia da aplicação sistemática de iscas formicidas com o drone;
4. Avaliação da eficácia da aplicação localizada de iscas formicidas com o drone;
5. Estudo comparativo da aplicação sistemática manual de isca formicida x aplicação com o drone, no período pré-plantio e
6. Análise econômica do uso de novas ferramentas no monitoramento e controle de formigas cortadeiras.
Após a apresentação, os participantes puderam tirar dúvidas com a equipe do projeto. O próximo passo é a análise do projeto pelas associadas ao Funcema, visando adesão à proposta. Susete avaliou positivamente a reunião: “Tivemos uma boa participação das empresas e contamos com o apoio da ACR, APRE e AGEFLOR. Vamos aguardar agora o posicionamento na expectativa de desenvolver esta proposta”.
“Não é um projeto fechado. Estamos abertos a sugestões e queremos conhecer experiências já feitas. Queremos caminhar juntos para que os resultados sejam de todos”, finalizou Reis.
A equipe do projeto é formada por:
Susete do Rocio Chiarello Penteado – Pesquisadora Embrapa Florestas
Wilson Reis Filho – Pesquisador Epagri/Embrapa Florestas
Wilson Anderson Holler – Analista Embrapa Florestas
Mariane Aparecida Nickele – Consultora Funcema/Embrapa Florestas
Alexandre dos Santos – Professor do Instituto Federal do Mato Grosso
Marcelo Francia Arco-Verde – Pesquisador Embrapa Florestas
Elisiane Castro de Queiroz – Laboratorista Funcema/Embrapa Florestas
Formigas cortadeiras
As formigas cortadeiras dos gêneros Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns) são consideradas as pragas mais importantes de plantios de pinus e eucalipto, por causarem desfolhas que podem comprometer o desenvolvimento das plantas e promover a desuniformidade dos plantios. Nos plantios florestais na região sul predominam as quenquéns, que causam maiores danos às plantas no início do plantio.
O manejo desses insetos é essencial para manter a sanidade dos plantios florestais e seu controle é realizado principalmente pelo uso de isca granulada, à base de sulfluramida ou fipronil.
Drone como nova tecnologia no controle de pragas
Os drones apresentam aplicabilidade em várias áreas de estudo e já estão sendo utilizados no monitoramento da sanidade de plantios agrícolas e florestais para detecção de pragas e doenças, detecção de plantas mortas, mapeamento da cobertura de plantas daninhas, aplicação de agrotóxicos, entre outras finalidades.
No setor florestal, o interesse no uso dessa tecnologia é crescente, devido, principalmente, à coleta de dados de alta resolução em um curto espaço de tempo e com um custo relativamente baixo.
Já foram testados drones acoplados a um dispersor de sólidos que aplicam as iscas formicidas a granel à lanço ou ainda iscas encapsuladas, porém ainda não foi avaliada a eficácia da aplicação.
Foto: Paula Saiz